Fofoqueira Fina 2

1° Capítulo da Segunda Temporada                
                Ai! Como é bom um novo ano, uma nova vida… Pena que as coisas só estão tão boas para mim! Agora que eu tenho controle absoluto da vida de aqueles “adoráveis” adolescentes, minha felicidade foi alcançada. Porém, estes mesmos indivíduos continuam a tentar estragar tudo… Tão irritantes. Apesar de meu pequeno comentário, é hora de voltar a relatar a vida deles.
                Primeiro dia de aula. Desde que conhecera Daniel no outubro passado, ele e Monica passaram por bons e maus momentos até começarem a namorar. Os dois eram perfeitos um para o outro, mas ainda havia pessoas que queriam separá-los. Na longa lista, estavam presentes Jane, Cabe, David… Coitado desse casal.
                Monica desceu do carro de sua mãe, que estava adorando sua volta ao Brasil, e se encaminhou para a entrada de seu colégio. Seus olhos buscavam Daniel em todos os lugares, mas ele não estava em lugar nenhum.
                Enquanto ia para o pátio principal, a fim de encontrar Luna, Hevangeline, Julie e David, Monica ouviu seu celular tocar.
                -Alô?
                -Sabe, eu acho que minha namorada ainda não consegue perceber como estou sempre olhando para ela… – a voz de Daniel foi ouvida no iPhone dela. Monica, espantada, se virou e o encontrou encostado em uma grade, sorrindo, com seu telefone ainda posicionado na orelha.
                -Daniel! – lançando-se num abraço apertado, todos os problemas que surgiram durante o verão foram esquecidos da mente da “princesinha”.
                -Estava com saudades de seu abraço e de seu beijo… - Dan tentou roubar um selinho de sua namorada, mas ela o repreendeu:
                -Estamos na escola, esqueceu? Parece que o “aviso” da Fofoqueira Fina em outubro do ano passado ainda não fez efeito… - dando risadinhas, Monica segurou a mão de seu namorado e o puxou para o local onde seus amigos os esperavam.
                Os primeiros rostos que viu foram os de Luna e Erik. Os dois estavam abraçados num dos bancos. Seus sorrisos transmitiam uma grande alegria. O desaparecimento dos corpos de Natalie e Jane parecia totalmente esquecido. Apenas parecia.
                Hevangeline estava sentada ao lado de David, mas ele permanecia conversando com Julie. Sua atenção era voltada totalmente a ela. Porém, ao ver Monica, o grande amigo se levantou e foi abraçá-la, sendo impedido por Daniel:
                -Algumas pessoas insistem em esquecer que Monica é a minha namorada – sua voz não era rude, mas muito ciumenta. Essa era uma das características que a garota mais gostava nele.
                -Talvez porque ela seja minha melhor amiga – retrucou David. Seus olhos brilhavam de fúria. Ele não agüentava o namoro de Monica com Daniel. Ela deveria ser sua companheira.
                -Nossa, Mon! Já está arrasando corações antes mesmo da primeira aula começar? – uma voz feminina e educada ressoou nos ouvidos do grupo de amigos. Aquela voz pertencia a…
                -Bella! Ai meu Deus! Você. Está. Aqui. – Monica estava espantada. Nunca imaginara que sua grande amiga apareceria naquela escola, ainda mais sabendo que ela estudava em Búzios. Estudava, querida.
                Os olhos de Bella saltaram ao ver Daniel abraçado a Monica, sua melhor amiga. Segundo uma mensagem que eu mandara, aquele garoto era seu par perfeito, e não dela. É, eu adoro colocar lenha na fogueira. Um pouco de ressentimento surgiu no abraço que deu em sua amiga, mas ela logo o disfarçou.
                -Acho que é melhor eu apresentar todos os nossos amigos a você, Bella. Esse é meu namorado Daniel Cets, este meu melhor amigo David Correna, essa é a Luna Harris e seu namorado Erik Stevens, e estas são minhas grandes amigas Julie Nek e Hevangeline Julians.
                -Mas espera… Eu já ouvi falar de uma tal de Jane. Ela não anda mais com vocês? – a voz de Bella transbordava inocência, mas o ar ficou pesado.
                -Ela morreu, Bella – as curtas palavras que Monica usou mostraram o quanto aquilo era difícil.
                -OMG! Desculpem-me, não fiz de propósito! – ninguém se deu ao trabalho de consolá-la. Monica encostou sua cabeça no ombro de Daniel, aproveitando ao máximo sua companhia. Luna repetiu o mesmo movimento com Erik. Aqueles casais eram os mais fofos do mundo. Infelizmente, as outras tantas pessoas não conseguiam enxergar isso.
                O iPhone de Monica vibrou com uma nova mensagem:
                “Isso não é bom. A beijando C? Mas ele é o ex-namorado de sua irmã e o atual de Ju! Isso não é certo! – Fofoqueira Fina”
                -Ai, não – foi tudo o que ela conseguiu dizer. Daniel não teve palavras para descrever o que sentia ao ler o que estava escrito, mas se sentiu mal por Julie. Ela perdera o filho de Cabe há tão pouco tempo e ele já a substituíra…
                -O quê? – perguntou a namorada do traidor, assustada. Monica simplesmente lhe mostrou o recado. O choque percorreu seu corpo e David teve que segurá-la para que ela não desabasse.
                Luna e Erik se afastaram mostrando respeito por Julie. Todas suas amigas, inclusive Bella, foram ampará-la, mas o choro não terminava. O sinal bateu. Ninguém prestou atenção. Até que um professor alto, bonito, bronzeado e loiro, apareceu no meio dos estudantes:
                -Eu sei que não devo impor muito respeito na cabecinha de vocês por causa de minha idade, mas ainda sou seu professor. Exijo que vocês respeitem os horários determinados pela diretoria – sua voz chegava a ser sarcástica e aquilo acabou com a paciência de Monica:
                -Você não exige nada, seu professor imundo… - foi Daniel quem conseguiu impedir que ela dissesse tudo que queria. Havia muito mais no seu repertório de xingamentos, e no caso de Spencer, ela não tinha medo de usar.
                Ao contrário do que era esperado, Spencer não a mandou para a diretoria, nem nada do tipo, apenas sorriu e disse:
                -Você tem se mostrado muito menos esperta do que eu esperava.
                As lágrimas caíram dos olhos de Monica. Aquelas palavras perfuraram seu coração. A morte de Jane e Natalie a obrigara a esconder muitos segredos. Um fardo que ela não esperava ter que carregar.
                Enquanto enxugava o rosto de Monica com as pontas dos dedos, Daniel não deixou de ameaçar seu professor:
                -Você não tem medo da morte, não é?
                A gargalhada de Spencer que se seguiu, mostrava o quanto ele era perigoso. Até mesmo a nova aluna Bella conseguiu perceber que este não era um homem confiável. Felizmente, nenhum dos amigos teria aula com ele naquela manhã e Spencer foi obrigado a partir para a sala onde daria aula. Não antes de dar uma olhada em Luna, com seus olhos brilhando. De que exatamente, nem mesmo eu sei dizer.
                Um inspetor mandou todos irem para suas salas e Daniel, mesmo não pertencendo à mesma turma do resto de seus amigos, graças a antigos problemas, levou Monica até sua sala e lhe deu um beijo na bochecha, perto o suficiente dos lábios para que ela ficasse arrepiada, e sussurrou:
                -Eu te amo.
                Olhando nos olhos de seu namorado, Monica se sentiu segura, apesar de saber que com a volta às aulas, todos os problemas estavam de volta. Seus lábios se separaram enquanto ela dizia:
                -Eu te amo, também – Daniel sorriu ao ouvir sua amada lhe dizer isso e desejou uma boa aula, antes de ir para a sua própria sala.
                Ao entrar na sala de aula, Monica observou sua nova professora. Ela parecia muito jovem. Seu cabelo castanho ia até a cintura. Seus olhos eram marcados por lápis de olho, acentuando seu olhar marcante. Sua roupa era até mesmo curta para os padrões do colégio. Aquela não era uma professora comum.
                Se sentando entre Julie e Bella, a namorada de Daniel reparou que todos os alunos de sua sala permaneciam os mesmos, com a exceção de Natalie e Jane. A falta delas era sentida nas cadeiras vazias. Por algum motivo, elas não haviam sido retiradas.  Enquanto isso, a nova professora escrevia seu nome no quadro, antes de, enfim, se virar para a turma e dizer:
                -Oi. Nossa, que forma de começar o ano, hein? – com uma risadinha forçada, ela continuou – Sou a nova professora de vocês… Meu nome é Paola Munic – neste exato momento, uma mensagem brilhou nos celulares de todos os estudantes:
                “M e D estão juntos. E e L também. Dav e B não estão aceitando muito bem esta relação. Ju descobre uma grande traição de C. H assiste a tudo isso quieta. E ainda há duas pessoas que ajudam a movimentar essa história: P e S. Quanta coisa! Isso porque as aulas, em si, nem começaram! – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


2° Capítulo da Segunda Temporada     
Erik e Luna se assustaram com a mensagem que mandara. Assim como todos. Suas expressões eram, simplesmente, engraçadas.
                Paola olhou para a turma sem entender e decidiu não dar bola para as caretas que faziam tentando compreender.
                Durante toda a aula, os alunos ficaram inquietos, não sabendo como lidar com aquilo. Mas havia uma pessoa mais inquieta do que o normal. E eu não fui a única a perceber isso.
                -Luna? – Erik chamou-a. Eles estava sentado em sua diagonal, e quando a garota virou-se, lhe entregou um bilhete.
                Ela sorriu e abriu o papel que estava em suas mãos:
                “O que está acontecendo com você? Na entrada, não sei se fui o único que notou, mas você tem alguma coisa com o Spencer? Pode me contar, sempre serei seu melhor amigo, não precisa ficar assim. Além disso, por que não para de olhar para a porta, quem está esperando? Ass: Aquele que te ama muito.”
                Ao terminar de ler o bilhete, uma pequena lágrima escorreu dos olhos de Luna. Monica, que sentara ao lado da amiga, também percebeu.
                -Luna, o que foi?
                -Nada, nada mesmo.
                No momento em que Luna respondeu, ouviu-se uma batida na porta. A garota rapidamente voltou os olhos para o local, esquecendo-se do papelzinho. A professora foi até a porta, e ao abri-la, o coração de Luna parou de bater por alguns momentos.
                -Oi, - disse o menino que ali estava. – meu nome é Gabriel. Sou aluno novo.
                Todas as meninas da sala suspiraram. Inclusive Luna. O garoto que ali estava era loiro e esbelto, com os olhos mais azuis do que o próprio céu. Mas, por incrível que pareça,o que mais chamava a atenção era o sorriso sedutor que tinha no rosto. Devo confessar que até eu me derreti.
                A única que pareceu não se comover foi Monica. Acho que estava realmente apaixonada por Daniel. De outra forma, teria sido a primeira a lhe dar as “boas vindas”.
                “Parece que o aluno novo já causou. Será que o amor que L sentia por E evaporou junto com a chegada de G? – Fofoqueira Fina”
                By Babi

3° Capítulo da Segunda Temporada
                Aulas, aulas e aulas. Aquele tormento nunca acabava. Era só o primeiro dia de aula e Monica já estava louca para sair da sala. Mas ela tinha motivo. Queria ver Daniel o quanto antes. E para isso o intervalo tinha que começar.
                Desde que Gabriel entrara na turma, há pouco tempo, o clima havia mudado completamente. Luna tinha um sorriso magnífico no rosto, Julie e Hevangeline se remexiam constantemente na cadeira, e Bella ria a cada segundo. Todas estavam histéricas. Exceto Monica.
                Para ela, este novo aluno era como qualquer outro. Sua atenção estava voltada apenas à seu namorado. Daniel era seu amor e ninguém mais.
                Enquanto Monica se distraía contando os minutos para o fim das primeiras aulas, Luna tentava de toda forma se aproximar de Gabriel. Ele sentara do outro lado de Mon, o que impedia que ela fizesse algo mais direto. Além disso, havia Erik.
                Erik nesse tempo todo estava tentando não se magoar. Ver sua namorada tão encantada pelo novo aluno era uma punhalada no coração. Ele não era do tipo de menino que chorava, mas foi preciso de muita calma para que as lágrimas não caíssem. As coisas mudavam muito rapidamente naquela escola.
                O sinal bateu. Monica se levantou apressada, porém, Julie segurou seu braço a impedindo de sair.
                -Ju, eu preciso ir! Você sabe que eu quero encontrar…
                -Eu sei. Só que você se esqueceu da Bella, por acaso? – sua voz não era nem um pouco repreensiva, ela parecia entender as atitudes da garota.
                -Ela está apaixonada pelo meu namorado. Uma verdadeira amiga nunca faria isso – os olhos de Monica brilharam de ciúmes. Permitir que sua amiga ficasse de olho em Daniel era inaceitável.
                Julie, percebendo que não havia como impedir o rumo que tudo tomara, soltou seu braço. Bastou um segundo para que Mon sumisse na multidão. Só que havia um pequeno detalhe. Ela não estava apenas indo procurar Daniel, mas estava fugindo de alguém.
                Esgueirando-se entre as pessoas, Monica entrou no pátio central. Porém, o choque fez com que ela parasse. Daniel estava sentado em um dos bancos, enquanto uma garota de cabelo preto o abraçava. Seu rosto estava abaixado como se sentisse vergonha. Ele não viu sua namorada. Ou fingiu não ver.
                Naquele momento a “princesinha” só queria chorar, colocar todo seu sofrimento para fora, mas ela tinha que ser forte, agir como se não ligasse. Sendo assim, Monica caminhou na direção de seu amigo David. Chegando perto o suficiente, a garota fingiu que ia cair e se apoiou nele, dando um gritinho de susto para chamar a atenção. Daniel, desta vez, viu tudo.
                O que se deu em seguida mudaria a história de amor daqueles dois. David, preocupado com sua amada, envolveu-a com os braços. Bella, que assistia a tudo, sorriu vitoriosa. Daniel permaneceu sentado, com a garota o abraçando. Porém, seus olhos nutriam um ódio irreparável. O coração dele estava tão quebrado quanto o de sua namorada.
                Um grito quebrou todo o clima de ciúmes em que o casal estava. Era feminino:
                -Parem! Agora! Parem!
                -Ai, não. Luna – Monica disse desesperada. Soltando-se do abraço de seu amigo, ela correu até o local de onde vinha o som. Daniel e Julie a acompanharam.
                Chegando aos fundos da escola e entrando numa sala escura, os três se depararam com uma cena deplorável. Luna estava tentando separar uma briga violenta entre Erik e Gabriel. Sangue pingava do nariz do segundo. O primeiro tinha um corte profundo no pescoço.
                Daniel conseguiu conter os dois, sem precisar da ajuda de nenhuma das meninas. Ele sabia o que era ser cavalheiro. E este era um dos motivos para Monica ter ficado tão chateada com sua “traição”.
                Naquele momento de silêncio em que Daniel e Monica se observavam, Julie ajudava Gabriel, e Luna cuidava de Erik, uma mensagem minha brilhou no telefone de todos:
                “Corram para um lugar público! Agora! – Fofoqueira Fina”
                Nenhum deles se mexeu. Tinham a impressão que minha ajuda só atrapalhava tudo. Mas estavam enganados. Se não fosse por mim, Monica teria sido queimada viva no ano passado. Eu era boa, mas possuía um jeito próprio de demonstrar. Essas mensagens conselheiras faziam parte disso.
                Passos foram ouvidos. Uma porta foi fechada. A mesma que levava de volta aos locais permitidos aos alunos. Eles estavam encurralados. Três pessoas surgiram na frente do grupo. Uma delas era a garota que agarrara Daniel. Agora, vendo-a de frente, todos podiam reconhecê-la.
                -É bom rever vocês um momento antes de suas mortes – a voz aguda de Jane se tornava maléfica num local fechado como aquele.
                Depois do choque dos primeiros segundos, Monica teve a chance de prestar atenção às outras pessoas. Uma delas era o repugnante Spencer, como ela já esperava. A outra era ninguém mais, ninguém menos do que…
                -Natalie – pronunciou Luna com a voz rouca.
                -Acharam que tínhamos desaparecido tão facilmente? Agora eu voltei e de visual novo. Não é sempre bom renovar? – a falsidade com que ela pronunciava aquelas palavras mostrava como tudo era parte de um plano. Agora só restava saber quem estava participando. Teria Gabriel contribuído, ou talvez Daniel? Julie? Ou até mesmo Bella e David?
                Os celulares tocaram, a nova mensagem era clara e simples. Como uma despedida.
                “Não, M! Não desconfie de D! Aquele abraço pode ter sido a tentativa de te salvar, mas parece que seu ciúme a colocou na forca. Como também à E e G. O amor é tão lindo, mas pode matar. Será que ainda não aprenderam isso? Infelizmente, agora é a hora de J, N e S ensinarem isso a vocês – Fofoqueira Fina”
                -Como eu senti falta de participar dessas mensagens – disse Natalie rindo. Sua risada ecoou pelo cômodo, seu cabelo castanho recém-pintado foi balançado. Um arrepio percorreu o corpo de Monica e de uma forma surpreendente, ela foi abraçada.
                -Desculpe-me – foram as palavras de Daniel naquele doce abraçado, que podia ser o último.
                Escrito por StarGirlie.


4° Capítulo da Segunda Temporada
Todos estavam em choque. Um traidor. Ali no grupo, com certeza, havia um traidor. Enquanto Monica abraçava Daniel, Luna virou-se e abraçou Erik o mais forte que pôde.
            -Erik, nós te amamos.
            Erik apenas ficou em silêncio, nem se deu ao trabalho de perguntar quem era o “nós”. Aquele momento seria eterno para ele.
 Gabriel observava tudo calado. Ele estava se sentindo um pouco estranho, mas não disse nada. Era seu primeiro dia ali, mas pelo que estava entendendo, seria o último.
            Julie estava um tanto inconformada. Ela nem tivera tempo de falar o que sentia à Cabe, e iria morrer.
            Bella parecia assustada. Ela podia mesmo gostar de Daniel, mas nunca, nunca, quisera magoar sua amiga. Mas não haveria tempo. Ela também ia morrer.
            Ninguém sabia o que fazer. Todos se abraçavam e choravam.
            -Pelo amor de Deus, chega disso! Esse draminha infantil, já chega! – disse Natalie, entrando na sala.
            Ao atingir uma fresta da luz, todos puderam ver. Uma enorme cicatriz percorria seu rosto. Parecia recente. Ela usava um shorts jeans rasgado, uma blusa preta que deixava as alças de seu sutiã aparecendo e seu cabelo estava desgrenhado. A maquiagem era pesada, deixando-a mais agressiva ainda. Parecia uma garota de programa falida, mas ainda assim era bonita. Erik percebeu isso. Todos perceberam.
            -Não há nada que possam fazer para mudar isso! – disse Jane, ao fundo.
            -O que vai fazer? – disse Daniel, abraçado à amada. – Tacar fogo em nós? Superamos muito mais que isso. Juntos conseguiremos!
            -Haha! – riu Spencer. – Acha que vai ser tão mal bolado? Tão fraco? Não. Dessa vez vai ser diferente. Vocês vão pagar.
            Ele tirou do bolso uma arma e apontou para Luna.
            -E você, meu bem, será a primeira!
            Ao fazer o movimento para atirar, Luna caiu no chão gritando. Erik percebe na hora. Ela tinha um plano.
            -NÃO! – disse ela. –Eu estou, eu estou...
            -Grávida! – disse Gabriel, que aguardava sua deixa. –Sim, ela está grávida. Se vocês a punirem, punirão uma criança inocente também.
            Eu entendi o que eles estavam fazendo. Sabia muito bem que nenhum dos “vilões” se comoveria com a história. Queriam ganhar tempo.
            Pensei por mim mesma, por que não ajudar? Enviei às pressas uma mensagem para a diretoria:
            “Acho melhor olhar na sala 102 B. Sempre achei que relacionamentos entre professores e alunos era proibido... por mais que sejam alunos mortos. – Fofoqueira Fina.”
            By Babi


5° Capítulo da Segunda Temporada
                Luna estava caída no chão. Segurava sua barriga como se estivesse realmente grávida. Gabriel estava de um lado de seu corpo, enquanto Erik estava do outro. Spencer ainda apontava a arma para a garota com os olhos brilhando de ódio. Ou ciúmes.
                -Grávida?! De qual deles? – Natalie permanecia sendo uma fofoqueira, mesmo numa situação tão perigosa.
                -De mim!  - gritou Gabriel, sabendo que iam conseguir enrolar mais se a história fosse provocante. Ele viu pelo canto do olho que Monica chorava no ombro de Daniel. Só que não percebeu que aquilo era uma encenação.
                Do lado de fora da sala escura, a diretora disparava pelo pátio desesperada. Havia recebido minha mensagem sobre uma relação aluno-professor e precisava impedir que isso continuasse.
                No momento em que ela passou correndo, David percebeu que aquela movimentação era muito estranha. Ele era o único da “turma” que não havia ido até aquela sala no final da escola. Até agora.
                Jogando-se em uma corrida desenfreada, o amigo de Monica viu a diretora passar reto pela sala onde o resto dos alunos havia entrado. Ela estava indo para a 102 B e eles estavam na 102 A! Ops! Eu errei a letra.
                Enquanto a senhora entrava na sala, David correu para uma das janelas da 102 A. Era muito próxima ao teto e ele teve que se apoiar em uma cadeira para enxergar. O vidro estava embaçado, mas ainda dava para enxergar. As vozes eram claras, o que ajudou muito.
                -Pare de cuidar dessa aí, Daniel! Esqueceu que eu era sua amiga? Que eu que te abraçava todos os dias? – o coração de David parou quando ele viu quem falava. Era Jane. A que estava morta. Ou devia estar morta.
                -Você que esqueceu, Jane! Eu era seu amigo até você ameaçar a vida de minha namorada. Mas nunca passei de ser seu amigo. Deixava que você me abraçasse, porque confiava em você. E durante algum tempo, porque queria provocar a Monica – Daniel foi duro, pois sabia que aquela menina precisava de uma resposta direta.
                Jane não respondeu. Seu rosto se enrugou numa feição de tristeza. Aquilo tinha machucado realmente seu coração. Spencer a olhou de relance, sem dar muito importância. Ele era repugnante e achava que ela tinha sido só mais uma aluna que caiu em sua armadilha.
                Natalie adorava aquele bando de traições, mágoas e coisas do tipo. Para ela, aquilo movimentava a história, o que era muito melhor. Eu também acho, querida.
                David estava chocado. As duas mortas não estavam mortas. Na verdade, só estavam desarrumadas e amarguradas. Mas isso era de se esperar. Tinham se passado por falecidas durante dois meses, o que significava nada de shopping, cabeleireiro…
                A diretora surgiu dentro da sala de repente. Havia entrado por uma porta interna e seus olhos percorreram todas as pessoas que estavam ali. Quando chegou a Spencer, sua boca se retorceu de nojo, mas não por muito tempo. Um barulho ecoou por todo o local e ela caiu morta no chão. O professor matara sua patroa.
                Enquanto se aconchegava pela última vez em Daniel, Monica enxergou David na janela. Sua boca se abriu em um pequeno O, mas ela logo disfarçou. No segundo seguinte, Jane sussurrou algo no ouvido de Spencer e ele lhe deu a arma.
                -Use como quiser.
                Luna, Erik e Gabriel se afastaram do corpo da diretora, enquanto Spencer o pegava. O sangue estava espalhado por todo lado. David tomou uma decisão.
                Jane mirou o coração de Monica. Um sorriso surgiu em seus lábios. David entrou na sala. Daniel se moveu. Um tiro foi disparado. Dois apaixonados se jogaram contra a bala. Três pessoas caíram. Não havia sangue no chão.
                -Parece que você ainda não aprendeu atirar – uma voz fina ressoou no cômodo. Era Paola. Acompanhada de dois policiais.
                O que aconteceu em seguida foi quase impossível de ver. Spencer jogou o corpo da diretora no chão novamente e, junto com Natalie e Jane, saiu correndo por uma saída oculta. Os policiais o seguiram. Julie sabia o que ia acontecer e disse:
                -Eles não vão alcançá-los. Estamos na mira da arma. Novamente.
                “Graças a Deus que J ainda é uma péssima atiradora. Ou como vocês acham que ela e a N sobreviveram àqueles tiros do ano passado? Tudo começou de novo, como disse Ju. Até mesmo M foi o alvo de novo. Será que desta vez haverá um final definitivo? Para os bonzinhos ou para os vilões? – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.


6° Capítulo da Segunda Temporada
          
  Todos ficaram se encarando. Ninguém se movia. Era um sonho, só podia ser, diziam a si mesmos.
            Erik foi o primeiro a voltar do choque. Ele segurou a mãe de Luna e a levou para fora da sala. Sem pensar duas vezes, a garota cedeu.
            -Luna, posso te perguntar uma coisa? – ele disse.
            -Não sei. Quer dizer... – ela disse, olhando para baixo e mexendo rapidamente as mãos. - ... a resposta da pergunta é não sei. Não tenho certeza.
            Erik ficou em silêncio por alguns momentos, mas quebrou o clima. Lágrimas brotaram de seus olhos, fazendo Luna olhar para eles e querer abraçá-lo.
            -Luna, - disse o menino indefeso. – pelo menos me diga que se for real, ele é meu.
            Luna soltou um sorrisinho e disse, calmamente:
            -Nunca pensei que poderia ser de outro.
            Eles se abraçaram e continuaram assim por alguns minutos.
            Enquanto esse lenga-lenga estava acontecendo, Paola voltara para a sala e estava a conversar com os alunos. Grande começo.
            -Então quer dizer que eles fugiram? – disse Monica, incrédula.
            -Sim. Mas não por muito tempo. O FBI está trabalhando nisso.
            -Então você é como uma agente secreta, ou algo assim? – falou Gabriel.
            Paola riu e colocou a mão no cabelo.
            -É, acho que sim. Isso significa que é... segredo.
            Ela levou os dedos aos lábios e todos acenaram. Uau, isso era incrível!
            -Então, - falou Bella, inconformada. – você vai continuar sendo nossa professora? Quer dizer, você realmente se formou?
            -Sim, na verdade, me formei em História, Geografia, Sociologia, Teologia, Biologia e Técnicas avançadas.
            Todos ficaram espantados. Ela aparentava ser muito jovem. Nunca poderia ter cursado tantos cursos. Mas depois do ocorrido, tudo parecia ser possível.
            Erik e Luna entraram na sala sorrindo. Gabriel percebeu. Não gostou.
            -Precisamos... – disse Erik.
            -... fazer algo. Nos vemos mais tarde.
            E saíram.
Não me contive...
            “Só eu percebi que L e E estavam com um pequeno pacote na mão? Gravitest, talvez? – Fofoqueira Fina”
            By Babi


7° Capítulo da Segunda Temporada
       Luna estava parada, se segurando na pia do banheiro do quarto de Erik, enquanto esperava pelo resultado do exame. A vida dos dois dependia daquilo.
       No momento em que o tempo necessário se esgotou, o pai da possível criança surgiu no cômodo. Luna mal teve tempo para pensar, antes que ele lhe arrancasse o exame.
       -Oh.Droga.
       Sua namorada, inicialmente, ficou bastante chateada. Aquele ia ser o pai do seu filho, e, pelo "droga", ele não queria isso. Mas ela queria. Era estranho ser mãe aos 16 anos, mas ela queria aquele bebê. Ao contrário de Julie, Luna sabia que nunca iria superar totalmente um aborto. Mesmo que espontâneo.
       -Então, eu estou grávida?
       -Não, você não está grávida - seu rosto estava sério.
       -Sério? E por que você está assim?
       -Porque eu queria esse pequeno. Seria díficil, mas eu estava disposto a abrir mão de tudo. Por ele. Por você. Por nós.
       Luna ficou quieta. Apenas o abraçou. Beijou-o. Ele era perfeito para ela. Não havia ninguém que o superasse. Nem mesmo o doce Gabriel.
       A campainha da casa tocou. Os dois saíram abraçados e desceram as escadas até chegar à porta de entrada. Erik olhou pelo olho-mágico. O choque percorreu seu rosto. A porta se abriu.
       Parada, com os braços amarrados, estava Anne Alena. A irmã de Monica.
       -Foi uma menina chamada Natalie que me deixou aqui.
       "Até mesmo A está sendo atacada por N! Isso não é nada bom! - Fofoqueira Fina"

Escrito por StarGirlie.

Obs: houve um problema com a letra, por isso usei esta.

8° Capítulo da Segunda Temporada
Monica estava pegando um ônibus. Ou tentando pegar.
            Nunca na minha vida inteira imaginei poder ver uma cena tão deplorável quanto esta. Monica e Daniel dentro de um “verdão”, sendo abafados por suvacos suados, roupas nojentas e narizes escorrendo. Não pude deixar de rir.
            Mas era necessário. Monica até tentara pegar um táxi, mas na manhã dos dias das mães, nenhum deles a atendera. Então foi de ônibus mesmo, afinal, era uma emergência.
            Sua amiga, Luna, ligara chorando. Apesar de Monica não estar escutando direito, chegou a conclusão de que não era sobre a suposta gravidez. Era algo sobre... sua irmã.
            Então a garota agarrara o braço de Daniel, e sem pensar duas vezes, fora para a casa do namorado de Luna. Pobrezinha da princesa, nem imaginava o que encontraria.
            Enquanto isso, Bella estava conversando com Gabriel. Até aí tudo bem. O pequeno detalhe que não deixei passar, o local do encontro: na casa da garota.
            Isso estava muito estranho, não concordam? Quer dizer, nem sabia que Gabriel conhecia Bella antes, e ir para a casa dela? No quarto dela? Conversando sobre... sobre o que mesmo estavam conversando?
            -Não pode ser. – disse Bella. – Ela não.
            -Bom, vamos seguir a lista. – Gabriel olhou para a folha em suas mãos. – Que tal a Catarina Krill? Quer dizer, morena, bonita, meio nerd... tudo para querer a atenção.
            -Não, não, não... – falou a garota, tomando das mãos de Gabriel o papel. – Ela fazia francês comigo. Nenhum potencial para rainha da fofoca.
            Espere aí! Eles estavam falando de mim? Ah, isso não ficaria assim.
            “Se preocupem com problemas reais, por que da vida alheia cuido eu. Esqueceu que eu sei de muitos segredos seu, querida B? E G, eles nem imaginam o que você faz na cidade, não é? – Fofoqueira Fina.”
            By Babi


9° Capítulo da Segunda Temporada
                Luna abriu a porta da casa de Erik. Monica e Daniel entraram correndo. Nenhum dos dois parecia calmo. Estavam preocupados demais com alguém. Anne.
                -Onde ela está? – perguntou Monica com a voz rouca. Aquela era sua irmã e ela tinha obrigação de protegê-la.
                -No quarto de Erik. Terceira porta a direita, subindo a escada – a voz de Luna era robótica, como se ela não quisesse sentir nada. Nenhuma emoção.
                Monica saiu em disparada, com Daniel em seu encalço. Os dois pararam na frente do quarto, sendo invadidos por uma onde de tristeza. Deitada na cama, com o rosto vermelho de choro, os braços cortados pela corda em que fora amarrada por Natalie, estava Anne.
                Seus olhos pareciam perdidos, sem estarem realmente em foco. O batom de sua boca estava manchado. Em sua pele, havia diversos riscos provocados, provavelmente, por unhas femininas. Ela parecia morta. Ou perto disso.
                -Anne? –Daniel perguntou, sabendo que Monica estava em estado de transe. Com cuidado, puxou-a para dentro do quarto em direção a irmã.
                -Daniel? É você mesmo? – a voz de Anne estava modificada. Como se suas cordas vocais tivessem sido alteradas.
                -Por que a pergunta? Você não se lembra de mim? Nós nos vimos ontem.
                -Não, não. Eu só vi você através das fotos de Natalie. Por sinal, ela tem fotos de você também – disse Anne apontando para sua irmã – Monica, certo?
                Monica inicialmente achou que era uma brincadeira. Anne era sua irmã doidinha, mas sentimental. Inteligente, mas sem ser nerd. Ambiciosa, mas não louca. Ela era perfeita. A irmã dos sonhos. Só que agora ela parecia apenas doentia. Isso mesmo, doentia.
                Seu rosto angelical estava mudado, ela parecia… Fatal. Suas roupas não eram as delicadas que antes usava, eram pretas e vermelhas. Sua maquiagem mais pesada. Ela parecia uma versão mais velha de Natalie. Ou Jane.
                -Anne, sou eu. A Monica. Sua irmã.
                -Minha irmã? Desculpe-me, mas eu só tenho uma irmã e ela não é você – suas palavras cortaram o coração de Monica.
                -O que? Quem seria essa irmã?
                -Natalie Harris. Quem mais seria? Eu me chamo Anne Harris.
                -Ai. Meu. Deus – foi tudo que Monica conseguiu dizer.
                “O que N fez com A? Transformou-a numa cópia perfeita de si mesma? – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.


10° Capítulo da Segunda Temporada
             
   Luna não conseguira raciocinar direito o que estava acontecendo. Monica estava aos prantos em sua frente. Ela balbuciava coisas indefinidas. Mas o que era que estava havendo?
            Quando Anne chegara, estava parecendo um borrão de tinta, um desenho apagado, uma forma desfeita. Luna sentiu como se estivesse em frente ao filho do anjo da morte. Não era bonito. Anne podia ser, mas a forma em que estava... não era. Apesar da maquiagem forte e das roupas, nada disso a mudava. O problema eram os olhos. Distantes, tão... distantes.
            Erik voltou da cozinha com um copo de água e entregou-o para Monica. Ela pegou, trêmula e bebericou. Tudo que pensava era em sua irmã.
            Alguns minutos se passaram até que Luna segurou forte a mão da amiga e disse:
            -O que aconteceu com ela?
            Monica respirou fundo.
            -Não sei. Só sei que ela sabe menos que eu. Acha que Natalie é sua irmã, e que eu sou uma... desconhecida.
            -Mas como assim sua irmã?
            -Não sei também! Ela só afirma que é. Não sei o que fazer. Sabe muito bem que não posso levá-la ao médico...
            -Sim, eu sei. Desde que me contou no verão, só penso nisso.
            -Do que estão falando? – disse Daniel, descendo as escadas. – O que há de errado com sua irmã, por que não podemos levá-la ao médico?
            Luna olhou para Monica. Fizera bobeira.
            -Dan, não... não agora. -  disse Monica, confusa.
            O garoto assentiu, mas eu sabia que não pararia tão cedo. Ele tinha mais de mim do que podia imaginar.
            No momento seguinte, tudo aconteceu muito rápido. A campainha tocou, e Luna correu para atender a porta. Ao olhar pelo olho mágico, estremeceu.
            -Monica, - disse ela.- melhor vir aqui.
            -Quem é? – respondeu a garota.
            -A polícia.
            “É, parece que M, L, D, E e A se meteram em uma enrascada. Mas quem chamou a polícia? – Fofoqueira Fina.”
            By Babi
            Obs: minha participação em Fofoqueira Fina estará trancada até resolver problemas pessoais. Desculpe a todos vocês que gostam dos meus capítulos, pretendo voltar em breve.

11° Capítulo da Segunda Temporada
Obs: Este capítulo foi postado inicialmente antes da pane no Blogger (na quarta-feira,11), por isso ele teve que ser repostado hoje.
                Os policiais estavam do outro lado da porta. Todos pareciam impacientes. Mas Monica não podia permitir que eles entrassem. Não com Anne envolvida.
                Luna se moveu inquieta, lembrando-se que sua grande amiga não havia contado grande parte do problema de sua irmã. Isso a deixava magoada, mas não era o momento para discussões.
                -O que eu faço? Anne está lá em cima. Se eles entrarem, ela será encontrada! – o desespero de Monica tingia de vermelho a quantidade de problemas que aqueles adolescentes já tinham. Como uma vez eles ouviram: se pode ficar pior, vai ficar pior.
                -Erik? Você ainda tem aquele esconderijo? – Daniel parecia ter tido uma ideia perfeita, o que alegrou sua namorada.
                -Sim, mas ele deve estar todo sujo…
                -Não importa. Monica, traga Anne. Não temos nem cinco minutos. Os policiais irão invadir em menos tempo.
                Monica saiu em disparada, sem nem comentar que não queria receber ordens de seu namorado. Era a vida de sua irmã que estava em jogo. Não importava o quanto ela era feminista.
                Chegando ao quarto, o único objetivo da irmã de Anne foi puxá-la pelo braço porta afora. Nem foi preciso dizer que era necessário que as duas ficassem quietas.
                Na sala de estar havia uma nova pessoa. Julie. Ela estava com o cabelo preso em rabo-de-cavalo, sem maquiagem nenhuma, ainda usando a roupa da manhã. Antes que Mon a alcançasse, ela lhe abraçou e sussurrou:
                -Nós tiraremos Anne daqui. Ninguém descobrirá o segredo dela.
                Sim, Julie sabia o segredo de Monica. Motivo? Ela era a única pessoa no mundo que conseguiria salvar Anne. Pena que Luna, Hevangeline e Bella não sabiam disso. Economizaria tantas brigas.
                Daniel pigarreou, separando Julie e Monica, que se apressaram em segui-lo, junto a Anne, para um lugar seguro. Não houve tempo para se despedir de Luna nem de Erik. Eles temiam que aquela fosse o último encontro. Do jeito que as coisas estavam piorando, não duvidava nada disso.
                Os quatro fugitivos entraram no escritório da casa de Erik, partiram para uma escada escondida e encontraram, em meio a teias de aranhas e muita sujeira, um pequeno cômodo. Nele não havia janelas e a única saída era a porta por onde entraram.
                O local era suficientemente grande para que eles entrassem, mas se tentassem deitar, não daria certo. Aquilo era quase uma solitária. Todos estavam aprisionados por culpa de seus segredos.
                Trancando a fechadura, Daniel se sentou ao lado de Monica e segurou suas mãos. Não conseguia acreditar que deixara sua namorada em perigo, tantas vezes seguidas. Ele se sentia culpado por não poder fazer nada.
                -Desculpe-me, Mon. Eu queria que tudo fosse diferente. Que antes de começarmos a namorar, houvesse tido tempo para te conquistar. Que nada tivesse sido tão perigoso. Eu sei que Jane só te perseguiu por causa de mim e isso acaba comigo. Coloquei-te nesta confusão…
                -Não fale mais nada, Dan. Você permitiu que eu tivesse um grande amor, não importa o que acontecer daqui pra frente. Tudo foi perfeito do jeito que aconteceu. Não se arrependa de se apaixonar por mim. Nada de ruim substitui as coisas boas – Monica o interrompeu, colocando um dedo sobre seus lábios.
                Anne parecia em transe. Seus lábios estavam entreabertos, seus olhos fechados. Seu corpo começou a tremer. Julie se apressou a tentar acalmá-la. Monica e Daniel ajudaram também, mas nada a fazia parar.
                Gemidos começaram a sair de sua garganta. Convulsões ainda mais fortes controlaram o corpo de Anne. Os três amigos estavam desesperados a vendo daquele jeito. Apenas Monica e Julie entendiam realmente o que estava acontecendo. Por causa disso, que a namorada traída de Cabe nem estava tão ressentida.
                -Mona… - sussurrou Anne, usando o apelido que só ela sabia. Ela mesma, não a versão editada de Natalie – Perdoe-me… Eu não queria ter esquecido…
                Sua voz se perdeu em meio a tosses descontroladas. Sangue começou a cair no chão. Aquilo não era nada bom. Ela precisava sair daquele lugar fechado, mas não havia outra forma de protegê-la.
                -Está tudo bem, Anne. Não force sua saúde. Ela já está muito fraca.
                Daniel, que só conseguia imaginar parte do que estava acontecendo, foi quem abraçou a irmã de sua namorada. Ele sabia o quanto a saúde dela era importante. Monica nunca sobreviveria se Anne partisse. No momento seguinte, as palavras que saíram de sua boca, marcaram o início de uma nova história.
                -Não se esqueça que eu te amo, maninha – seus olhos se fecharam e ela desmaiou. Neste mesmo segundo, a porta do esconderijo começou a ser espancada e o teto acima deles parecia ceder. Pedras caíam tão perto dos quatro, que cada um se despedia de uma forma.
                -Não se esqueça que eu amo você, Monica. E que você, Julie, foi a melhor amiga que eu já tive.
                -Daniel, eu te amei até morrer, pois não sei se continuarei a pensar depois da morte. Julie, pra mim você foi a amiga perfeita. Eu agradeço por isso.
                -Dan e Mon, eu sei que fui a “Cupido” de vocês, mas não me julgo a responsável por uni-los. Era o destino dos dois. Fico feliz de ter sido amiga de ambos.
                Juntos fecharam seus olhos e uniram suas mãos em uma prece. Eles não estavam pedindo a Deus que os salvassem, mas sim que perdoasse seus pecados. Nenhum deles quisera estar naquela situação. Todos foram empurrados em direção àquele abismo.
                Um estrondo foi ouvido. Meu coração parou. Meus dedos digitaram uma mensagem o mais rápido possível.
                “Será o fim de D, M, A e Ju? Ou apenas eles foram salvos? Rezem para que seja a segunda alternativa – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.
Obs: Pessoal, como já comunicado aqui no blog, as coisas não estão muito boas entre mim e a Babi. Na verdade, é ela quem está chateada comigo. Infelizmente, isso significa que a novela ficará parada até segunda ordem (dia 16 é uma noção muito otimista). Espero que gostem deste capítulo.


12° Capítulo da Segunda Temporada
Nossa, que diferente postar um capítulo par, mas não houve outra opção né? Enfim, para inovar aqui no blog, cada episódio terá sua própria trilha sonora, para tornar a emoção mais intensa. Espero que gostem da volta de Fofoqueira Fina depois do hiato.




                Foi simplesmente horrível. Não consegui manter os olhos abertos. Não podia ver aqueles jovens, tão cheios de vida, morrerem daquele jeito. Meu celular caiu no chão, mas ninguém estava por perto para reparar.
                Outro estrondo foi ouvido. Abri meus olhos. A porta do cativeiro havia vindo abaixo. Quatro corpos estavam jogados ao lado dela. Não eram exatamente corpos, porque aquelas pessoas estavam vivas. Daniel, Monica, Julie e Anne estavam vivos. A última nem tanto, mas, pelo menos, eles haviam conseguido sobreviver ao desabamento.
                Reparei, tarde demais, que aquilo não era uma notícia tão boa. A polícia os libertara, o que significava que Anne estava encrencada. Muito encrencada.
                Lágrimas caíam dos olhos de Monica. Ela sabia que Anne estava entre a vida e a morte, por isso nem conseguia imaginar a irmã sendo presa. Não era possível que os policiais não tivessem nem um pouco de sensibilidade.
                 Segurando o corpo de Anne contra o seu, Monica entrou em pânico. Viu em sua mente a irmã sendo jogada numa cela escura. Os anos passando, ambas envelhecendo, a sentença nunca diminuindo. Ela não podia deixar que isso acontecesse. Chegara a hora de provar que era uma Alena.
                Levantou-se e quando Daniel tentou acompanhá-la, ela mandou que ele ficasse sentado. Fez a mesma coisa com Julie, pedindo que essa segurasse Anne. Arrumou seu próprio cabelo, ajeitou sua roupa e proferiu as seguintes palavras, juntando seus pulsos:
                -Anne não tem culpa de nada.
                -Você está querendo se entregar no lugar de sua irmã? Desculpe-me, mas ela assassinou aquele homem. A culpa é dela – avisou um policial ruivo, ignorando os pulsos de Monica a sua frente.
                -Espera um pouco! – pediu Daniel – Anne assassinou alguém? – o choque parecia percorrer o rosto do namorado de Monica. Ele não estava com medo da possível assassina, mas sim, por ela.
                Passos foram ouvidos no andar de cima. Uma porta foi fechada. Todos que estavam no porão se calaram. O ar pareceu ficar mais denso. As respirações eram silenciosas demais. Não havia tosses. O que significava que Anne…
                -IRMÃ! – gritou Monica sem se importar com o silêncio. Jogou-se no chão e começou a chacoalhar o corpo de Anne. Ela não podia suportar perder sua irmã, a mesma que cuidara dela durante tantos anos quando tudo deu errado. Ambas passaram por dores muito maiores do que aparentavam. Se hoje elas estavam tão marcadas, não fora por nada.
                Daniel mediu os batimentos cardíacos de Anne. Eles não haviam parado, pelo menos, não ainda.
                -Ainda há chance, Mon. Nós precisamos retirá-la daqui o mais rápido possível. Essa poeira vai apenas piorar a saúde dela.
                Os policiais se comoveram. Junto com Daniel, eles carregaram Anne escada acima. Monica e Julie os seguiram. Elas ainda não haviam conversado desde que conseguiram escapar da morte, mas nem precisava.
                Ao contrário de Daniel, Julie já sabia sobre o assassinato que Anne, provavelmente, cometera. Ela sabia que Monica se torturava todos os dias, acreditando que era a culpada. Por quê? Isso até mesmo a amiga desconhecia. Os segredos da “princesinha” não estavam nem perto de ser desvendados.
                No momento em que chegaram ao escritório de Erik, se depararam com Luna em sua frente, fechando o caminho. Sua voz ecoou pelo cômodo cortando todo o resto de força que Monica possuía:
                -Então, a adorável Anne é a assassina de meu pai?
                Monica caiu nos braços de Julie e Daniel, que a defenderam cada um de seu jeito:
                -Ela é minha amiga e eu não vou deixar que seja tão pressionada – disse a primeira.
                -A garota que eu amo não vai ser tratada desse jeito – disse o namorado. O clima “fechou”. Todos os bons momentos foram esquecidos naqueles breves segundos.
                “Será que A é a assassina do pai de L? Por que M poderia se sentir culpada por isso? – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.


13° Capítulo da Segunda Temporada

                Luna se aproximou de Anne com os olhos brilhando de ódio. Sempre tivera o desejo de encontrar quem matara seu pai. E agora esta pessoa estava caída aos seus pés, indefesa. Só que a namorada de Erik não tinha coragem de se vingar, não naquele momento.
                -Eu estou fazendo alguma coisa com a Mon?
                -Sim, você está acabando com a vida da única pessoa que me resta – disse Monica com os olhos molhados.
                -Única?  Eu, sua mãe, seu pai, a Julie… Não contamos? – perguntou Daniel chocado.
                -Claro, mas é que Anne sabe o quanto dói ser uma Alena.
                -Ela sabe mais do que a dor. Ela sabe até como é o beijo do Cabe. Ah, mas peraí! Desse beijo todo mundo sabe, né Julie? – disse Luna cheia de maldade.
                -Já chega! – retrucou Julie avançando contra a órfã – Eu já aturei demais. Entendo que é o seu pai, mas eu não tenho NADA haver com isso!
                -Ah, não tem? Então por que você era a única a saber desse segredo? – Luna parecia cada vez mais irritada.
                -Porque Monica sabia que em mim ela podia confiar! – gritou Julie de volta.
                A porta do escritório abriu e fechou. Uma menina apareceu. Seu cabelo loiro continuava reluzente, mas em seus lábios não havia um sorriso. Hevangeline enfim entrara na história.
                -Dá pra vocês pararem? Enquanto vocês ficam brigando, Anne está morrendo.
                -E é bom que morra mesmo – disse amargurada Luna.
                -Parou, Lu! Que coisa! Perceba que Monica está sentindo a mesma dor. Ela está perdendo a irmã dela. Você tem que parar com isso!
                -Heva, você está do lado dela?
                -Não, Luna. Eu estou do lado de quem está certa. Se você parar de dar chilique e ajudar Anne, a razão volta pra você – Hevangeline era responsável. Sempre.
                Luna se calou. Afastou-se do meio do caminho, deixando que os policiais partissem com Anne. Monica saiu em seguida, abraçada a Daniel. Ele secava as lágrimas que caíam dos olhos de sua namorada, segurando as próprias. Julie e Hevangeline permaneceram no escritório.
                -Sabe, Luna, eu achei que você ia entender os problemas de Anne. Sendo que você tem tantos parecidos – disse Julie.
                -Eu não matei meu pai – retrucou Luna.
                -E ela também não matou o dela. Além do mais, não há nenhuma prova concreta de que foi Anne. Até agora ela é a principal suspeita, mas não a única. Eles ainda não se esqueceram de seu sumiço na noite do assassinato.
                -Eu não sumi! Estava apenas andando num parque – Luna ficou nervosa, suas bochechas coraram, seus braços tremeram.
                -Um parque que, convenientemente, não tinha nenhuma câmera, não é mesmo? – Julie parecia interrogar sua amiga, até que saiu da sala sem esperar nenhuma resposta.  Apesar de querer justiça, a namorada de Cabe também tinha que dar apoio a Monica.
                Quando Hevangeline foi deixada sozinha com Luna, Erik entrou no cômodo. Ele olhou para as duas e com um sorrisinho nos lábios, disse:
                -Somos muito convincentes. Parabéns, Heva. Sua entrada foi perfeita.
                “Epa! H, E e L estavam enganando M, D e J? O que significa isso? Uma troca de caráter? – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.


14° Capítulo da Segunda Temporada
Luna não podia fazer nada. Ao chegar em casa, chorara muito, abraçada com Erik. Sim, o plano havia funcionado. Mas ela se sentira tão mal... quer dizer, Anne não tinha nada há ver com isso. Na verdade, ninguém tinha.
            -Calma. É temporário, eu prometo. – disse Erik, olhando em seus olhos.
            -Eu sei, E, mas eu estou tão confusa. Seria melhor contar de uma vez que...
            O garoto colocou o dedo nos lábios de Luna.
            -Não, nem pense nisso. Você sabe muito bem que tudo isso é para o bem de todos. Se contássemos a verdade, ninguém acreditaria. Precisamos achá-la antes, agora que sabemos de tudo.
            A menina assentiu e parou de chorar. Os dois ficaram ali, abraçados, por muito tempo.
            Enquanto isso, no hospital, Monica recebera um chamado do médico:
            -Senhorita Alena? Irmã de Anne?
            -Sim, sou eu. O que vai acontecer com ela, doutor?
            O médico suspirou.
      Do outro lado da sala, podia-se ver a química entre Cabe e Jullie. Os dois estavam conversando, e apesar do clima de tensão máximo, a garota sempre fizera Cabe rir. Eram um perfeito casal. Por enquanto.
            -Ela acordou. – disse o médico e sorriu. – Podem vê-la agora.
           Ao escutar a primeira frase, Cabe correu para a emergência, em busca de Anne - deixando Jullie sozinha. Nada mal, para um possível “começo de namoro”.
            Ao encontrar a sala em que a garota, já melhor, estava, Cabe dirigiu-se a ela, e chegando perto de seu ouvido, sussurrou:
            -Senti sua falta, A.
        “Será que C e A ainda possuem alguma coisa? Ju será, mais uma vez, esquecida? – Fofoqueira Fina.”
            Depois de várias horas, ouviu-se a campainha da casa de Luna tocar. A garota, que estava na cozinha preparando algo, foi até a porta e abriu-a.
            -Bella, Gabriel? – disse, surpresa.
            Bella foi a que falou primeiro:
            -Temos certeza.
            -Do que? – falou Erik, logo atrás de Luna.
            -De quem ela é.
            By Babi


15° Capítulo da Segunda Temporada
Que felicidade! Estou de volta aos capítulos ímpares! Foi muito estranho postar o 12! Mas agora com a Babi no blog novamente, tudo voltou ao normal!

                Lágrimas caíam dos olhos de Julie. Ela não podia acreditar que Cabe tivesse a abandonado, para ver a garota com quem tinha ficado. Parecia cada vez mais que aquele romance secreto havia surgido há muito tempo. Talvez ainda na época em que ele namorava Monica. Um traidor, não é mesmo?
                -Sabe, Ju? Ele não vale sua tristeza. Tenho pena da minha irmã que acha que esse canalha presta – Monica sentou-se ao lado dela, em uma das cadeiras da sala de espera.
                -Eu sei, Mon, mas isso não me ajuda a superar. Você viu como ele sumiu! Isso me causa tanta raiva! – Julie mexeu no cabelo, irritada.
                Passos ecoaram pelo corredor, o telefone de Monica tocou. Ela abriu um sorriso enquanto atendia:
                -Alô?
                -Até parece que você não sabe que sou eu, Mon! – aquela voz era tão conhecida para a irmã de Anne que ela poderia escutá-la em meio a uma multidão.
                -Que saudades eu estava de você, Thiago! Como está a França agora que meus pais saíram de lá?
                -Pra falar a verdade, eu não sei! – Thiago parecia envergonhado.
                -Como assim? Você está fora do país?
                -Sim, mas precisamente, eu estou aqui – a voz dele ecoou de fora do celular e Monica se surpreendeu ao encontrá-lo parado em sua frente.
                -Ai. Meu. Deus. – a namorada de Daniel se lançou num abraço apertado com Thiago, que parecia muito feliz em estar de volta ao Brasil.
                Ele era brasileiro, mas com apenas dez anos fora afastado de sua grande amiga Monica, já que seus pais se mudaram para a França e o levaram junto. Na primeira oportunidade que tivera, escolhera voltar para seu país. Eu espero que ele não tenha voltado com outras intenções.
                Quando Monica abriu seus olhos, viu, por sobre o ombro de seu amigo, Daniel parado na entrada da sala. O copo que ele segurava em sua mãe parecia tremer de tanto ciúmes.
                -Ah… É hora das apresentações, não acham? – disse Monica se afastando de Thiago – Thiago, este é Daniel, meu namorado. Daniel, este é Thiago, aquele meu amigo da França. E esta aqui é a Julie, minha melhor amiga.
                Os olhos de Thiago brilharam quando avistaram Julie. Os dela fizeram a mesma coisa. A coisa não estava nada boa para o lado de Cabe. Sua namorada estava interessada no novo garoto. Quem o mandara trocá-la por Anne? Agora, arque com as consequências.
                -Oi, Thiago – disse Julie, tímida. Suas bochechas começaram a corar. Monica se afastou do possível novo casal e foi até Daniel. Ele permanecera parado no mesmo lugar o tempo todo. Sussurrando em seu ouvido, Monica proferiu as seguintes palavras:
                -É impressionante como você ainda consegue ter ciúmes de mim.
                -Acho que terei sempre – respondeu Daniel, dando-lhe um beijo suave. Os dois saíram abraçados da sala, enquanto a conversa fluía entre Julie e Thiago.
                Não muito distante dos novos casais, Cabe conversava com Anne. Ambos pareciam tensos, já que tinham acabado de receber uma missão minha. Eles tinham que impedir as investigações de Luna, Erik, Hevangeline, Bella e Gabriel, que tentavam descobrir minha identidade.
                -Como faremos isso? – perguntou Anne, debilitada.
                -Ela nos disse para atingir os pontos fracos deles: os segredos – respondeu Cabe automaticamente. Ele não gostava nem um pouco daquela história.
                -Como ela está fazendo com a gente?
                -Sim. Exatamente assim.
                -Mas quais segredos usaremos? – Anne sabia que aquilo era errado, mas de forma alguma deixaria que seus próprios podres chegassem aos ouvidos das outras pessoas.
                -A chegada de Bella foi planejada. Há alguém que está tentando afastar Monica de Daniel.
                -Quem?
                -Hevangeline.
                “Nossa! Como eu tenho influência sobre este grupo! Bastou eu digitar algumas palavras para A e C, que eles imediatamente se voltaram contra L, E, H, B e G! Além disso, por que T está de volta?”
                Escrito por StarGirlie.


16° Capítulo da Segunda Temporada
Luna estava correndo com o carro. Não sabia mais por onde olhar. Tudo que via era chuva e mais chuva, além da noite que a cercava, claro.
         De repente, um cervo surgiu em seu caminho.
         A luz.
         A escuridão.
Algumas horas antes...
         -Droga! – disse Erik. – Ela não está em lugar nenhum.
         -Hum. Procure por Elisabeth Raimond Harris. – falou Luna.
         Após alguns cliques no computador, o garoto bufou.
         -Não, não é esse também.
         Luna dirigiu-se até a janela e sussurrou:
         -Onde você está, mãe?
         A garota não estava se sentindo muito bem neste dia. Era um sábado nublado. Pensou em seus amigos.
Anne já estava em casa, e parecia muito bem com Cabe. Era o que imaginavam...
Julie estava, provavelmente, em algum passeio com seu “amigo novo”, Thiago. Monica e Daniel pareciam felizes.
Hevangeline estava viajando. Por algum motivo, fora para a cidade natal há uma semana. Logo quando Anne saiu do hospital. Luna não entendera o motivo, mas pensou ser saudades da família. Bobinha.
         Bella e Gabriel estavam se dando cada vez melhor. Os dois viviam juntos para cima e para baixo. Luna achava que havia um romance entre os dois. Não chegara nem perto.
         -Luna, Luna? – disse Erik, retirando a menina do transe. – Tudo bem?
         -Ah, sim, sim... O que foi?
         -Olhe.
         Erik lhe mostrou o site que ela conhecia muito bem: fofoqueirafina.com
         A garota chegou mais perto da tela e leu a manchete. Seus olhos se abriram e sua boca formou um perfeito O. Ah, como eu adoro suspense.
         -Não pode ser! – disse. – Precisamos ir.
         Erik acenou com a cabeça e levantou-se da cadeira. Sem pensar muito, pegou as chaves do carro e saiu com a namorada.
         Dentro do veículo, já em movimento, Erik olhou por um momento as mãos trêmulas de Luna e disse:
         -Luna, não falamos muito disso ultimamente. Quer dizer, é tanta coisa, que nosso amor está ficando apenas entre um beijo de “oi”, e outro de “tchau”. Preciso te falar uma coisa...
         A garota ficou mais tensa e prestou atenção apenas na estrada, esperando-o continuar.
         -... Te amo demais. Nunca, nunca, me esqueça. Eu gosto do seu jeito de sorrir, de amar, de fazer gracinhas, de parecer esperta, quando está orgulhosa, quando está brava, quando está feliz... eu te amo muito.
         Luna sorriu, aliviada.
         -Erik. Preciso que entenda que amo seu jeito quieto, amo suas roupas gastas, amo seu jeito de ficar nervoso, sua vida sombria, suas escolhas diretas, seus sonhos guardados... eu te amo muito.
         As lágrimas rolavam do rosto dos dois. Sim, eles estavam mais distantes fisicamente, mas neste momento, era possível ver: estavam mais perto do que nunca interiormente.
         Erik segurou a mão de Luna e continuou a dirigir. Tudo estava complicado, mas com ela, seria melhor.
         Ao olhar para o rosto da amada, tão sereno, tão delicado... Erik esqueceu-se por um momento da rua. Quando viu o que iria acontecer, freou bruscamente.
         Quase atropelara uma mulher. Por sorte, nada a atingira. Mas algo o surpreendera.
         -Wandy?
         A mulher, assustada, olhou para o banco do motorista, e logo Luna percebeu que ela segurava um bebê muito pequeno no colo.
         -Erik?
         Wandy correu para a porta do motorista e a abriu. Sem pensar duas vezes, segurou o rosto do garoto em suas mãos e o beijou.
         Luna sentiu como se sua alma estivesse saindo do corpo, a deixando antes mesmo da morte. Ou aquilo era morrer?
         Erik se desviou do que Wandy lhe oferecia.
         -O que faz aqui? – disse ele. – E me solte. Esta aqui é Luna. Minha namorada.
         Wandy piscou algumas vezes e olhou diretamente para ele.
         -E este aqui é Yuri. Seu filho.
         Nem Luna, nem Erik conseguiam se mover. Os dois estavam chocados.
         Sem nenhuma palavra, Luna saiu do carro. Muitas lágrimas rolavam enquanto a garota corria. Erik a seguira até perdê-la de vista.
         Luna percorreu muitos caminhos, até que, em certo momento, chegou a sua casa. Pegou o carro e o endereço em suas mãos. O endereço mais importante de sua vida, provavelmente.
         Ligou o carro e saiu de casa. Seus olhos estavam inundados. Não sabia nem ao certo onde estava indo. Era guiada por alguma força superior, só podia.
         Era tardinha, a noite estava chegando. Cada vez, a chuva caia mais densa.
         Chegou uma hora em que não podia ver mais nada.
         Só o cervo.
         A luz.
         A escuridão.
         “L foi encontrar sua mãe? Qual delas, porque pelo jeito, foi a mãezinha do céu. – Fofoqueira Fina”
         By Babi


17° Capítulo da Segunda Temporada
                Corações quebrados. Esta era a perfeita descrição para o status daquele grupo. Luna havia encontrado Wandy e Yuri, e sofrera um acidente, que mais pra frente saberemos como acabou. Julie fora traída descaradamente por Cabe e estava se “curando” com Thiago. David estava desaparecido e é dele que vamos tratar agora.
                O melhor amigo de Monica, que continuava apaixonado por ela, estava trancado em seu quarto. Ele não estava chorando, mas sofrendo por seu amor. Ultimamente, a cada beijo que ela dava em Daniel, seu coração era despedaçado mais um pouco. David está quase desistindo de tudo. Não ele não estava pensando em se suicidar, mas sim, em se mudar para longe do casal. Não, não! Há algo em você que parece perfeito para barracos!
                David sabia melhor que ninguém que Monica não era totalmente indiferente a ele. Antes do infeliz do Daniel aparecer em seu caminho, os dois estavam caminhando para alguma coisa. Talvez a amizade estivesse virando amor. Até mesmo Cabe não conseguia superar o carinho que ela sentia por ele. Porém, bastou um novo aluno para arrematar o coração de sua amada.
                Agora, remexendo em seu celular, David decidia se ligava ou não para Monica. Ele queria que ela tivesse certeza dos sentimentos que recebia. Assim, existiriam opções para que a própria escolhesse. O número de Mon apareceu na lista e ele ligou.
                -Monica? – sua voz estava tremida, nervosa.
                -Quem fala?
                -Sou eu, o David.
                -David! Nossa! Estava com saudades! Onde você se meteu?  - o carinho ainda estava ali. Isso o alegrou demais.
                -Precisei me afastar. Desculpe-me. Não queria ficar longe de você.
                -Ah bom! Então de quem você queria ficar afastado? De Hevangeline? Ela está fora da cidade. Ou de Julie?
                -Nenhuma das duas.
                -Então de quem? Da Lu? Ou da Bella?
                -Não, não. Eu estava me afastando do amor que você sente por Daniel – David não hesitou em dizer a verdade.
                -Como assim? O que você quer dizer com isso, David?
                -Eu sei que essa não é melhor forma de te dizer isso, mas, Monica Alena, eu te amo.
                A garota ficou em silêncio, mas não desligou o telefone. Ela sabia do sentimento do amigo desde sempre, mas machucava seu coração vê-lo falando. Monica sentia algo por ele, mas ainda não era tão grande quanto o sentimento por Daniel.
                -David, a gente podia se encontrar naquela praça? Precisamos conversar. Pessoalmente.
                -Aquela? Faz praticamente milhares de anos que não vamos lá.
                -Ah, vamos! Aquele é o nosso lugar – Monica parecia estar sorrindo enquanto dizia isso.
                -Mas e Daniel?
                -Ele está em algum lugar com Julie. Também, isso não importa agora – O quê? Monica está pouco se lixando para o seu namorado? Daniel estava com Julie? Meu Deus, como esse amor é confuso.
                Monica e David se despediram e correram para o local combinado.  Não era tão distante das casas onde moravam. Os dois estavam ansiosos. Parecia que aquilo era realmente um encontro.
                David chegou antes de Monica. Sentou-se em um dos bancos e esperou que a menina surgisse. Ela apareceu. Estava com o cabelo bagunçado, sem maquiagem, havia folhas presas em sua roupa, usava um all-star que havia ficado todo sujo por causa da correria em que viera, mas aos olhos de David, ela estava perfeita. Ele a amava mesmo.
                Monica se aproximou de seu amigo e não disse nada. Apenas o abraçou. Um abraço que mostrava o quanto ela estava sofrendo. Daniel e ela poderiam ser perfeitos um para o outro, mas havia muitas meninas que acreditavam ser perfeitas para ele também. Aquilo a machucava. E ela estava cheia disso.
                David moveu o rosto de Monica. Aproximou os lábios dos dois. Ela pensou em desviar, mas, no fundo, não queria isso. Ele era tão carinhoso. Sempre a tratava como a sua primeira escolha. Daniel, com seu jeito ciumento e sua timidez, às vezes parecia que amava quem ela parecia ser e não quem ela era. Ao contrário do amigo, que conhecia a Monica distraída, brava e muitas vezes, chateada.
                Foi um doce selinho. Os lábios pouco se encostaram. Era algo muito cuidadoso. Um amor que ainda tinha que ser cultivado. Em meio a tanto romantismo, um estrondo foi ouvido. Vinha da estrada.
                Os dois saíram do correndo. Avançaram pelo bosque e surgiram em uma das pistas.  Um carro havia batido em um cervo. O vidro havia sido quebrado. O carro não tinha airbag. Sangue escorria do corpo do motorista. Monica se aproximou para tentar enxergar quem era vítima, quando o choque tomou seu corpo.  Era Luna.
                David já estava ligando para a ambulância neste meio tempo. Monica não podia mexer em sua amiga ferida. Isso era um dos mandamentos básicos. Porém, era muito doloroso ver Luna daquele jeito. Como se tivesse uma iluminação divina, Monica decidiu checar meu site.
                Era claro que já havia “comentado” sobre Erik, Wandy e Yuri. Todos já estavam sabendo sobre a possibilidade do namorado de Luna ser pai do menino. Monica sabia o que era aquela dor. Quando ouvira a história de que Daniel havia dormido com Jane, a primeira coisa que lhe veio a cabeça era que a garota estava grávida. Felizmente, nada disso havia acontecido. Esperava que este fosse o caso de Erik e Wandy.
                David amparou à amada e ambos esqueceram por alguns minutos o beijo que haviam dado. O que importava agora era Luna. A ambulância chegou e todos partiram para o hospital. Chegando lá, de alguma forma, encontraram Daniel e Julie na sala de espera. Os dois correram em direção a Monica, desesperados por notícias, mas a garota não conseguiu responder. A culpa a consumia. Ela havia beijado David, traído Daniel.
                Quando seu namorado veio lhe abraçar, ela foi obrigada a recusar. Não suportaria que ele a amasse quando era uma traidora.
                -O que houve, amor? – não foi necessária uma resposta de Monica. Eu agi.
                “É, enquanto L sofria um acidente de carro, a comprometida M beijava Dav. Não, não errei o nome. D foi traído. Será que ele revidou com Ju? – Fofoqueira Fina”
                O rosto de Daniel se contorceu numa máscara de horror. Ele olhou para Monica não com nojo, mas com decepção. Havia acreditado que sua namorada era tão fiel quanto ele, mas agora via a verdade.
                -Você me traiu? – sua voz até gaguejava.
                -Daniel, deixe-me explicar. Por favor – Monica segurou o braço de seu namorado, mas não foi suficiente. Ele a afastou.
                -Não se aproxime de mim. Nunca. Mais.
                Enquanto ele saía do hospital, Monica caiu no choro e foi segurada por Julie e David. A amiga entendia o que ela fizera. Não fora uma traição. Depois de tantas mágoas, a garota se surpreendia que Monica não tivesse realmente se separado de Daniel. Ele fizera muitas coisas que partiram seu coração. Merecia um pouco de volta. 
                Em meio aos soluços desesperados de Monica, causados pela partida de Daniel e o acidente de Luna, um médico passou pelo corredor indo em direção a sala de cirurgia onde a amiga estava. Ele era alto. Loiro. Bronzeado. Ai não! Não era um médico. Era Spencer.
                “Parem de cuidar de M! L está em perigo! S está no hospital. Indo atrás dela! – Fofoqueira Fina”
                Escrito por StarGirlie.


18° Capítulo da Segunda Temporada
            Pequeno problema: nenhum dos amigos notou a mensagem que eu deixara, falando sobre o perigo em que Luna estava correndo ao ser “cuidada” por Spencer.
            Nunca fui má. Sempre quis mostrar a verdade. Ok, ás vezes de um jeito mal, mas a pura verdade. Por isso, me contive em correr para Erik, que estava na sala de espera, e gritar para que fosse ao encontro de Luna.
            A garota repousava em silêncio no quarto. Estava bem. Um pouco tonta, mas bem. Ela fingia dormir, pois era melhor imaginar que tudo fora um sonho. Seu namorado, seu Erik, seu tudo... com um filho que não era dela. Isso a magoara muito.
            As lágrimas rolavam do rosto de Luna, e ela nem continha mais. De repente, escutou uma voz ao lado da cama e abriu os olhos:
            -Fico feliz que esteja acordada. Quero que se lembre desse dia... se sobreviver.
            Era Spencer.
            A menina abriu a boca para gritar, mas antes disso, o “professor” tapou-a e começou a rasgar sua camisola.
            A garota se debatia e lutava, mas ninguém parecia escutar. 
            Já perdendo as esperanças, ela parou de se mexer e deixou que a Spencer a tivesse. Talvez fosse melhor acabar com isso de uma vez: a vida, pois a dignidade ela já havia perdido naquela tarde.
            Do nada, quase perdendo a consciência, Luna escutou alguém entrar e sentiu o enorme peso sobre seu corpo ser retirado, e a partir daí, pensou ter morrido.
            Mas, aos poucos, foi entendendo a situação. Pessoas gritando. Por que não paravam? Gritos e mais gritos. Sangue. Dor. Tubos. Agulhas. Nada fazia sentido à garota.
            
           MESMA CENA – PERSPECTIVA GABRIEL

            O garoto olhou ao redor. Ele ainda não conhecia direito à todos, mas percebia que havia algo muito errado.
            Perguntou-se onde Luna estaria. Não estava ali por causa dela?
            Deixou os novos amigos com seus próprios problemas e andou pelo corredor onde imaginou serem os quartos.
            Ao se aproximar de uma porta, sentiu algo. Algo lá dentro, em seu coração... Colocou o ouvido na madeira e escutou alguma coisa como “se sobreviver”. Sem pensar duas vezes, abriu a porta de supetão, e encontrou Spencer, seu professor, em cima de Luna.
            Não foi algo bonito de se ver. Ela estava arranhada e suas roupas estavam rasgadas. Havia sangue, e a garota parecia inconsciente. O homem a beijava e Gabriel percebeu que se não fizesse algo rápido, ele a mataria.
            Olhou ao redor e achou uma agulha com o remédio de Luna. Parecia morfina.
            Pegou-a e, fincando-a no braço de Spencer, falou:
            - Saia. De cima. Dela. Agora.
            O homem caiu ao lado, e Gabriel cobriu Luna com um cobertor que estava perto. Saiu correndo em busca de uma enfermeira.
            “Parece que L teve muita sorte... até agora. Não sei se passa desta vez. – Fofoqueira Fina”
            By Babi


19° Capítulo da Segunda Temporada 
                Enquanto a desgraça acontecia em São Paulo, Hevangeline estava em uma festa em Curitiba. Não se comunicava com seus amigos desde que Cabe aparecera em sua casa ameaçando revelar seu plano para separar o ex-casal Daniel e Monica. Aquilo a amedrontara tanto que apenas avisou Bella de que nada deveria ser comentado e partiu para sua cidade natal.
                Hevangeline dançava junto a um lindo garoto na pista de dança, quando percebeu que seu celular estava vibrando.  Afastando-se de seu par, a adolescente foi atender seu celular em um canto mais silencioso.
                -Alô? – ela também foi obrigada a tampar os ouvidos para escutar a voz da pessoa do outro da linha.
                -Heva, você precisa voltar.  Agora. – era a voz de Erik. Ele parecia morto. Sua voz não tinha emoção nenhuma. Era como se a dor fosse tanta que nem queria pensar.
                -O que aconteceu? – Hevangeline perguntou enquanto saía da festa. Ainda não iria para São Paulo, não antes de ouvir o que seu amigo tinha a dizer.
                -Luna sofreu um acidente de carro. David e Monica a levaram para o hospital. Porém, Spencer a estava esperando e tentou violentá-la. Sorte que ele é sádico o suficiente para torturá-la antes. O tempo suficiente para Gabriel chegar e salvá-la desse trauma – apesar da situação, Erik ainda tinha certo ciúme por não ser o herói.
                -Ai, não! Vou pegar o próximo vôo. Avisem a Luna que estou indo para aí – a melhor amiga desligou o telefone e chamou um táxi. Ela tinha que chegar o mais rápido possível até São Paulo. Nada podia atingir a garota que ela considerava uma irmã.
                Além disso, Hevangeline se sentia um pouco culpada. Se estivesse junto a sua amiga, talvez ela nunca tivesse sofrido o acidente de carro e Spencer não teria tentado machucá-la. O medo de ser pega a havia tornado uma covarde. A atração que sentia por Daniel estava destruindo sua honestidade. Sua amizade com Monica.
                Chegando ao aeroporto, Hevangeline comprou uma passagem para o primeiro vôo para São Paulo, mas ele só saía em duas horas. O que lhe dava muito tempo para pensar sobre suas ações. Aquilo não era seu maior desejo, só que desta vez não havia outra opção. Sentou-se em uma das cadeiras do aeroporto e procurou um número em seu celular. O de Daniel.
                -Dan?
                -Hevangeline? – a voz de sua paixão parecia estar desgastada. Como se tivesse chorado.
                -Sim.
                -O que houve?
                -Eu precisava falar com você.
                -Ah. Ainda bem que eu estou apenas a uns dez metros de você.
                -Eu não estou em São Paulo.
                -Nem eu – concordou Daniel. Hevangeline virou-se e o viu no fundo da sala. Ele estava com o cabelo loiro bagunçado, usava um casaco xadrez, parecendo que sentia frio. É claro, o clima de São Paulo é bem mais quente do que o de Curitiba.
                Daniel não correu para abraçá-la, nem ela fez o mesmo. Ele não a amava. E Hevangeline sabia disso. O que só partia ainda mais seu coração. E a deixava com mais raiva de Monica. Ela tinha esse amor e ainda o havia traído com David. Sim, ela lera tudo em meu site. Ou quase tudo já que não sabia da parte de Luna.
                O garoto que provocava borboletas em seu estômago se sentou ao seu lado. Seus olhos estavam vermelhos, suas bochechas um pouco coradas. Ele estava sofrendo muito. Sofrendo por Monica.
                -Eu soube sobre Mon. Sinto muito – Hevangeline tentou segurar a mão de Daniel, mas ele a afastou.
                -Não sinta. Ela cometeu um erro. Apenas isso – ele parecia um robô dizendo aquelas palavras, tentando não demonstrar o quanto aquilo parecia uma mentira.
                -Quer dizer que você a perdoou? ?- Hevangeline estava chocada. Monica o traía e ele ainda a amava?
                -Heva, eu a amo. Estou chateado, isso é óbvio, mas não importa o que ela fez. Eu sei que Mon me ama também – seus olhos brilharam com lágrimas que ele não queria que caíssem.
                -Mas ela beijou David! – a melhor amiga de Luna já estava ficando irritada.
                -Ela deu um selinho em David – corrigiu Daniel – Além do mais, eu pude ver nos olhos dela o quanto estava arrependida. Ela estava confusa. Com ciúmes. Com medo que eu estivesse a traindo. E David estava lá, se declarando. Eu entendo que tudo foi um erro.
                -Mas você está confuso sobre seus sentimentos por Monica?
                -Nem um pouco. Desde o primeiro momento eu a amei. Só ela ocupou meu coração. Nem Luna, nem Jane, nem Natalie, nem ninguém.  Monica é, e desde que a conheci, o meu grande amor.
                Aquilo cortou o coração de Hevangeline. Ela nem havia sido inclusa na lista de garotas que tentaram conquistá-lo. Não era nada para ele. Só uma amiga. Mais uma amiga, já que Julie era sua melhor amiga.
                -Eu não suporto mais isso. Daniel, já chega – Hevangeline se levantou. Iria esperar o avião em outro lugar.
                -O que eu fiz, Heva? – Daniel se levantou também.
                -Você a amou, Dan. Foi isso. O tempo todo. E quer saber a verdade? Eu acho que estou apaixonada por você. Mas isso não importa. Eu sei que não.
                Hevangeline se afastou, Daniel permaneceu em silêncio, parado no lugar onde estivera, até que ela ouviu o barulho dos tênis dele se aproximando.
                -Heva, espera – Daniel segurou sua mão, mas no momento em que ela se virou, ele a soltou.
                -O quê?
                -Desculpe-me. Eu queria sentir o mesmo.
                -Mas não sente. E só isso é importante – Hevangeline estava tentando não chorar. Por sorte, o avião já estava quase pronto.
                -Deve haver alguém que você ame…
                -Havia, mas ele também amava outra pessoa – completou a garota sentindo toda a dor do passado voltando para seu coração – O Erik.
                -Ele? Mas o Erik é o namorado da Luna.
                -E você é o namorado da Monica. Estou as traindo, eu sei – Hevangeline estava começando a sentir culpa, quando percebeu algo muito estranho. O que Daniel estava fazendo em Curitiba?
                -Espera aí! O que você está fazendo aqui?
                -Em Curitiba?
                -Sim.
                -Eu precisava ficar longe de Monica e David. Tinha que recuperar minha confiança nela. E só precisava de algumas horas distante para isso. Estou voltando para São Paulo no próximo avião.
                Ai não. Heva se desesperou. Ele não podia viajar no mesmo avião que ela. Não suportaria ouvir mais sobre Monica. Sobre seu amor por ela. Pensou em Luna. Em sua amiga sofrendo no hospital. Repleta de traumas. Tomou uma decisão:
                -Daniel, a gente se vê depois. Eu vou viajar de ônibus. Aproveite o vôo.
                Ele nem teve tempo para responder. Hevangeline saiu correndo em seus saltos altos e desapareceu no meio da multidão. Só que ao contrário do que aconteceria com Monica, Daniel não sentiu vontade de ir atrás, ele sabia que era à hora dela se afastar.
                Enquanto esse momento de rejeição acontecia entre Hevangeline e Daniel, em São Paulo as coisas estavam mais complicadas. Erik, Gabriel e David tentavam acalmar Luna, explicando que o pior não havia acontecido. Porém, ela não acreditava. Dizia que se sentia usada, e que uma tortura não provocaria isso.
                Eles decidiram chamar Monica, Julie e Bella para que elas tentassem acalmar a amiga. Luna não acreditava na palavra das últimas, mas a voz de sua antiga inimiga causava-lhe muita paz. Foi necessário que todos saíssem do quarto, deixando as duas sozinhas.
                Monica se sentou na beirada da cama do hospital. Com um cuidado imenso, afagou o cabelo de Luna, mexendo nas ondulações loiras e tentando afastar as lembranças ruins da mente de sua amiga. Era impossível, ela sabia disso, mas não custava tentar.
                -Sabe, Lu? Eu nunca contei isso pra ninguém. Você deve imaginar que Spencer violentou, ou teve um caso, com Natalie e Jane. Isso é verdade. Só que ninguém sabe que eu fui perseguida por ele, antes de tudo.
                -Ele te machucou, Monica? – Luna ficou desesperada.
                -Não, nem perto disso. Só que eu cometi o pior erro da minha vida.
                -Qual?
                -Tentando me proteger de um de seus ataques, como o de hoje, eu fugi para uma sala de fogos de artifício. No momento, em que ele tentou me tocar, caí sobre uma caixa, fazendo com que Spencer tropeçasse e atingisse um botão que acionava alguns dos fogos. Havia duas pessoas na mira deles. Uma delas era Anne, mas ela conseguiu fugir empurrando a outra. E esta morreu.
                -Mas você não teve culpa de nada.
                -Só que não consigo me convencer disso.
                -Por quê?
                -Porque a vítima foi seu pai.
                O rosto de Luna ficou vermelho. As lágrimas caíram de seus olhos. Nem Monica, nem Anne mataram seu pai. O culpado sempre fora o pior. E ele ia pagar. Spencer ia sofrer. E nas mãos dela.
                “H se declarou para D. M revelou seu grande segredo para L. S está na mira do ódio de L. Será o fim deste monstro? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


20° Capítulo da Segunda Temporada 
     Oh-ou. Estava tudo ferrado. Luna descobrira toda a verdade. Antes mesmo de Erik. Antes mesmo de Monica. Até antes mesmo da própria polícia, ela realmente descobrira a verdade.
      A garota pediu para que Monica fosse embora. As duas choravam. Mas Luna não estava brava, nem mesmo chateada, com Monica. Ela sabia a verdade. A garota saíra, como a amiga havia pedido, mas sentia-se tão mal. Ainda não entendia o real significado por trás daquilo. Não adiantaria, só Luna entenderia por um bom tempo.
     Sozinha no quarto, Luna relembrou-se daquele dia.
     Era de manhã quando sua tia, Hayle, fora até sua cama - um beliche que ela e Erik dividiam na apertada casinha em Curitiba - e contou-lhe que sua mãe e seu pai haviam morrido. Luna ficara chocada, deveria ter 14 anos na época. Seu pai, seu doce pai, a havia deixado. Ela nunca fora ligada à mãe, mas seu pai... este sim lhe fazia falta.
      Durante três anos, achou que fora um incêndio acidental na fábrica onde os pais trabalhavam. Mas dois meses atrás, as coisas começaram a mudar. 
      Estava no mercado com Erik, e ao olhar para a atendente no caixa, a reconheceu: sua mãe. Erik ameaçou chamar a polícia se ela não contasse o que havia acontecido. E ela contou. Menos uma parte.
      Segundo relatos da mãe de Luna, depois de descobrir que seu marido tivera um filho fora do casamento, ela simulara sua morte e matara o homem com quem vivera por muitos anos. 
       Luna e Erik escutaram atentamente sem julgá-la, enquanto concluía a história. Ao final, a mulher ficara repetindo "ele quer me matar, ele quer me matar!", deixando-os confusos. Não era a mãe que Luna lembrava ter.
      O casal explicara que o exame de DNA havia sido feito, e que na verdade não eram irmãos. Ao descobrir isso, a mãe de Luna ficou em choque. A garota decidiu deixá-la em paz, assim como Erik. No dia seguinte, chegou a notícia de que o corpo da mulher que lhe dera a luz havia sido encontrado em um pequeno rio da redondeza. Se matara.
      Luna voltou da recordação que tivera. Com a explicação de Monica,as coisas fizeram mais sentido. A garota sabia muito bem que sua mãe amava demais o marido. Nunca faria uma coisa dessas. Sozinha. 
      Sim, Spencer a convencera. Luna tinha certeza disso. Ele pagaria. E muito caro.
       De repente, Hevangeline entrou no quarto. Luna se surpreendeu, mas sorriu à amiga.
       Heva a abraçou, pedindo desculpas por não estar ali antes.
      -Não importa, - sibilou Luna. - fico feliz que esteja aqui. Agora.
      Hevangeline ficou quieta por um momento.
      -O que foi?
      -Sabe, L, a caminho para cá, recebi um ligação. Acharam meu irmão.
       By Babi

Ps: Star, vou faltar a aula até 5° feira pois estou com a mesma virose contagiosa de antes. Se puder tirar fotos dos seus cadernos e  me enviar, ficaria muito feliz. Mas se não puder, tudo bem.


21° Capítulo da Segunda Temporada 
                Uma semana de férias. Era isso que todos precisavam. Com a chegada da Páscoa, a escola em que Monica, Daniel, Luna, Erik e todos os outros estudavam resolveu prolongar o feriado. Talvez dessa forma os alunos finalmente pudessem descansar. Mas, entre nós, está na cara que isso não vai dar certo.
                Monica estava no shopping, tentando carregar as compras que fizera para uma festa que ocorreria na sexta das férias. Era sua última Páscoa no Ensino Médio, então ela tinha que aproveitar todos os segundos. Não importava com quem fosse. Isso sim implicava que Daniel e David não estavam em seus planos de diversão.
                A mãe de Monica e Anne estavam ao lado da garota, quando o celular dela tocou. Mensagem de Julie.
                “Oi, Mon. Eu sei que você e o Daniel terminaram o namoro, mas acho que deveria saber que ele não parou de falar nem um segundo de você hoje. Não quero que pense que estou tentando uni-los novamente, mas ele te ama e eu não suporto ver os dois sofrendo. David não vale nem um terço desse sentimento. Pense nisso. Beijos, Julie.”
                Monica parou no meio do corredor. Sabia que Julie tinha razão. Ela amava Daniel, não David. Boa parte daquele beijo foi para se vingar. Ela passara meses suportando ver diversas meninas dando em cima de seu namorado e aquilo tinha chegado ao limite. Mon era ciumenta demais. Só que sua vingança saíra do controle. David iria ficar realmente magoado ao saber que fora usado.
                -Mãe? – chamou Monica.
                -Sim, filha. O que houve? – a voz da mãe de Anne e Monica era doce. Ela compreendia todos os problemas da adolescência.
                -Eu preciso ir a um lugar. Agora. Vocês poderiam ficar com as minhas sacolas?
                -Claro, Mon – respondeu Anne, tirando todas as compras dos braços de Monica e dividindo-as entre ela e sua mãe.
                -Estaremos em casa, caso você precise de alguma coisa – completou a mãe de Monica. Ela nem respondeu antes de sair correndo pelo shopping. Pegou o primeiro táxi que apareceu e deu ao motorista um endereço que ela conhecia bem, apesar de nunca ter ido até lá. O endereço do apartamento de Daniel.
                O taxista parou na frente do prédio, Monica pagou a corrida e desceu com o coração a mil. Era a hora de contar tudo para Daniel. Tudo mesmo. Apesar de saber o quanto ela era decidida, fiquei com certa dúvida que conseguisse conversar abertamente com seu ex-namorado.
                Avisou ao porteiro que estava de visita na casa dos Cets, mas que o filho mais novo não poderia saber que ela estava ali. Era uma surpresa. Monica chegou ao apartamento de Daniel rapidamente, já que, em seus momentos de preguiça, preferiu usar o elevador. Tocou a campainha. A porta se abriu.
                Daniel estava parado segurando a maçaneta, sem acreditar que Monica estava em sua casa. Ou quase. Ela estava com o cabelo solto, o rosto sem maquiagem, usava uma calça jeans e uma blusa bege. Nunca havia estado tão simples na frente do namorado. Felizmente, ele também usava uma roupa confortável, com seu cabelo loiro bagunçado. Para Monica, ele estava lindo. E pra dizer a verdade, estava mesmo.
                -Oi, Dan – a ex-namorada dele parecia tímida. Isso sempre acontecia quando estavam juntos. Como dizia Julie, era o amor.
                -O que aconteceu, Mon? – ele se aproximou dela, já que duas lágrimas ameaçaram cair no rosto da garota. Daniel sabia reconhecer todos os sentimentos de sua ex-namorada, mesmo que ela não fizesse o mesmo. Own! Ele não imaginava que ela pensava exatamente igual.
                -Desculpe-me! – Monica abraçou-o com toda a força possível. Precisava senti-lo a envolvendo – Eu não queria beijar David, mas beijei. Estava com ciúmes de você com Jane, Bella, Hevangeline e, pra falar a verdade, até de Julie. Eu sei que não tinha o direito de te trair, mas agora eu já fiz e…
                -Não diga mais nada – interrompeu-a Daniel, cobrindo a boca de Monica com um de seus dedos, antes de roubar-lhe um beijo. Não apenas um, mas dois, três, quatro, cinco… Desisti de contar.
                Daniel a puxou para dentro do apartamento sem que o beijo dos dois acabasse. Será que… Não. Logo que chegaram à sala, ambos se sentaram no sofá, enfim se separando. Monica mexeu no cabelo, nervosa. Nunca havia estado sozinha com Daniel em um apartamento. Na verdade, eles pouco ficavam sozinhos.
                -Olha, Daniel…
                -Monica, eu preciso que você escute o que tenho a dizer. Antes de tudo, eu te amo. Como eu nunca pensei que ia amar ninguém. Sei que você beijou David. Que isso é considerado uma traição, mas não consigo pensar numa vida sem você. Eu não posso te deixar ir. Não por causa de uma bobagem como esta. Pelo que a Fofoqueira Fina disse, os lábios de vocês mal se encostaram. E, falando sério, aquela blogueira não costuma mentir – Daniel abriu um lindo sorriso, deixando Monica encantada como sempre.
                -E ela está falando a verdade. Eu nunca beijaria ninguém assim – Monica mostrou do que falava, antes de continuar – Eu te amo, Daniel. Você nem imagina como eu me senti culpada depois daquele selinho, mas depois que soube que Hevangeline havia se declarado pra você, acreditei que nosso amor estava acabado.
                -Se depender de mim, nunca vai acabar – Daniel segurou as mãos de Monica, puxando-a para mais perto de si.
                Monica sorriu e o beijou mais uma vez antes de decidir contar a verdade.
                -Daniel, há certas coisas que eu ainda não te contei. Coisas importantes. Que, infelizmente, poderiam lhe matar. Você pode decidir se quer saber ou não. Eu respeitarei sua decisão.
                -Não sei se você reparou, mas eu tenho me colocado a beira da Morte o tempo todo para lhe salvar. Mais uma coisa não mudará minha situação – Daniel deu um sorrisinho tímido.
                -Preciso começar contando o que realmente aconteceu no assassinato do pai de Luna.
                -Com isso, não se preocupe. Fofoqueira Fina me mandou por SMS, toda a conversa que você teve com a Luna sobre isso.
                -Então isso é uma coisa a menos. O próximo “tópico” é o segredo de Jane e Natalie. Ambas foram violentadas por Spencer. E como tinham medo de que morressem, deixando o estuprador livre, elas me contaram tudo antes de virarem aquelas duas vilãs. Prometi guardar segredo e me vingar. Só que as coisas mudaram muito. Ele ficou pior. E elas também. Como você pode ver, ele também tentou me tornar, junto a Luna, sua vítima. Mas não conseguiu.
                -Aquele canalha. Ele precisa ser detido…
                -E será. Luna cuidará disso. A mãe dela também foi uma vítima, antes de se tornar uma cúmplice. Não podemos nos meter numa história de família.
                -Mas isso mexe com todos nós! Temos que agir…
                -Não temos nada. Luna saberá o que fazer. Nós só temos que esperar.
                -Esperaremos sem fazer nada?
                -Na verdade, nós temos algo para fazer.
                -O quê?
                -Encontrar Jane e Natalie. Eu não quero que elas sejam mortas como Spencer. A cadeia já é suficiente para as duas.
                Daniel ficou mudo. Esperava que Monica sentisse um ódio mortal das garotas que tentaram lhe matar. Mas não. Ela queria salvá-las. Aquilo foi demais para ele. Não havia como resistir.
                A aliança de namoro de Daniel brilhou quando ele segurou o rosto de Monica, beijando-lhe como nunca havia feito. Ela retribuiu com a mesma intensidade. Se antes estavam sentados, agora ambos estavam quase deitados no sofá. O beijo ficou mais sério. Ambos sabiam para onde aquilo estava caminhando.
                Monica afastou seu rosto do de Daniel, ofegante, e disse:
                -Não, não. Não agora. Nem aqui. Eu não estou preparada.
                Daniel foi muito sutil no momento em que se afastou de Monica. Ele ajudou que ela sentasse e depois secou as lágrimas que tentavam cair novamente.
                -Por que você está chorando?
                -Você sabe. Eu não estou pronta e sempre estou te afastando…
                -Eu não vou deixar que você termine essa frase. Monica Alena, você até hoje não percebeu que cada pessoa tem seu próprio momento?
                -Sim, mas…
                -Mas nada. Eu te respeito acima de tudo. Quando você estiver pronta, eu estarei do seu lado. Não tenha pressa.
                -Só que eu sou a única que ainda não… Luna, Julie, Bella, Hevangeline, Jane, Natalie… Todas elas…
                -E desde quando você tem que fazer parte do “todas”? Você é especial e foi por um destes motivos que eu me apaixonei por você!
                Monica sorriu e o abraçou. Desta vez não houve nenhum beijo. Eles estavam em um momento de carinho. Nada iria atrapalhá-los. Ops! Enganaram-se! Eu posso sempre atrapalhar.
                “M e D voltaram, graças a ajuda da “cupido”, Ju. Parece que a história com Dav não durou! Apesar de esse triângulo amoroso ser bastante importante, não devemos esquecer das vilãs. Devo dizer que vi J passeando no mesmo shopping que A e a mãe de M. Será que isso significa algum perigo para as duas? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.
Obs: este capítulo não foi postado no dia 24/05, pois um problema no Blogger impediu. Além disso, é importante avisar que só faltam 20 capítulos para o fim da temporada. E, Babi, eu gostaria de pedir que você não postasse o seu capítulo hoje, assim os dias ficam certinhos com os capítulos.


22° Capítulo da Segunda Temporada 
    Oh, a primavera. Estação em que as flores florescem e que o sol brilha mais forte. Há casais apaixonados, alegria, amizade... pena que ainda estamos no outono. E, por enquanto, as coisas estão bem longe de serem felizes.
     Monica e Daniel estavam no dilema da primeira vez. Ai, tão bobinhos, sentindo como se o amor dos dois nunca fosse acabar. Hevangeline estava em casa, e pelo que eu ouvi dizer, seu irmão, Charles, havia sido "encontrado". É, falam que a Cracolândia não faz bem para ninguém mesmo.
    Bella estava no shopping da última vez que a vi. Parecia assustada, como se estivesse sendo perseguida. Não sei, talvez estivesse sendo mesmo.
     Luna, garota que uma vez chamaram de ingênua, estava completamente confusa. Acabara de voltar do hospital, e encontrara Gabriel em sua casa.
     -Não consegui esperar. - disse ele.
     -O que?
     O garoto permaneceu em silêncio.
     -Gabriel! Puxa, eu sou muito agradecida por ter salvo a minha vida - a garota corou ao se lembrar de que Gabriel a vira na pior situação em que esteve e ainda a salvara da morte. - Mas, bom, não dá pra aparecer aqui sem mais nem menos, sem explicações e...
     -Puxa garota, como você fala!
     Luna se calou na mesma hora e fez bico. Droga! Ela perdera a chance do século de ficar quieta.
      -Ok, então. - disse ela.
      -Não! - ele disse e correu para a porta, segurando a mão de Luna e a deixando um tanto desconfiada. - Tudo bem, eu gosto de... te ouvir falar.
       -Gabriel, eu... - os olhos dos dois se encontraram, e o garoto sorriu. Seu sorriso era perfeito, o que deixou as pernas de Luna bambas e a fez soltar-se da mão quente que a segurava. - ...preciso fazer alguma coisa para comer.
       -Ah, tudo bem. Posso ajudar? Quer dizer, você tem razão. - ele passou a mão pelos cabelos. - Sabe, eu te salvei, que tal jantarmos juntos?
        Luna parou de se mexer freneticamente e bufou.
       -Mas, Erik, ele...
       -Nada demais, como dois amigos?
       Ela pensou por um breve momento.
       -Prefere spaghetti ou penne?
       O garoto sorriu envergonhado e disse:
       - Tanto faz.
       -Hum, ok. Acho que vai ter que ser molho branco, porque não tenho carne... sou vegetariana. - ela disse, parecendo desconfortável.
       -O que? Sério? Eu também! Ei, você nunca tinha me dito isso!
       -Haha. - ela rio, colocando as mãos na cintura após pegar o avental e amarrar o cabelo em um rabo bagunçado. - E por acaso você me disse isso alguma vez?

       Os dois riram e Luna percebeu que o garoto era completamente diferente de Erik. Enquanto o namorado era quieto, falava pouco, não demonstrava muito as emoções... Gabriel era gentil, adorava conversar e era um bom acompanhante para diversão. 
      Pela noite afora, o casal ficou comendo e bebendo vinho. 

      Luna acordou no dia seguinte com um sobressalto. Usava um pijama muito antigo, que deixara para ocasiões especiais. Era de seda vermelha, algo que chamava a atenção de Luna. Mas por que ela o estava usando? Hum, o que fizera mesmo na noite passada...
     AI MEU DEUS!
     Não! Ao olhar para o lado, na cama, viu um bilhete que dizia:
     "Obrigada pela noite. Deveríamos repetir qualquer hora. G."
      O que? E o canalha ainda tinha a coragem de dizer que deveriam repetir? Que coisa, Luna era comprometida, com Erik! 
      Luna começou a chorar. Não se lembrava de nada depois da terceira taça de vinho, mas sabia que fizera algo muito errado. "Droga!", pensou novamente. Não conseguiria mais olhar na cara de Erik depois do ocorrido. Provavelmente, não conseguiria olhar na cara de ninguém.
      Pegou o celular com as mãos trêmulas e digitou o número da amiga.
      -Oi, tud...
     -Monica, eu fiz uma coisa horrível!
     -Ai meu Deus, Luna, diz logo!
     -Não, preciso dizer pessoalmente. Pode vir aqui?
     -Trinta minutos.
      Dali meia hora, Monica entrava na casa de Luna. Ainda chorando, mais já com outra roupa, a garota lhe contava exatamente o que lembrava, mexendo muito as mãos, nervosa.
      -Mas então... você não lembra mais?
       -Não... nada. Mas eu sei que fiz besteira. E-eu não sei o que f-fazer, Mon!
      -Calma que você nem sabe o que aconteceu. Vamos perguntar para o Gabriel...
      -Não! Não quero vê-lo n-nunca mais. - dizia Luna, aos prantos.
      O celular de Monica começou a tocar e ela o atendeu.
      -Alô?
     -Oi Mon, é a Heva. Você vai na festa da Rubi, esta noite? E sabe se a Luna vai?
     Monica sorriu, se lembrando da festa.
      -Ah, eu vou. E tenha certeza, ela vai também.
      Monica sorriu ao ver a expressão no rosto confuso de Luna. 
      Aquela festa seria, com certeza, a  festa.
      
      By Babi


23° Capítulo da Segunda Temporada 
    
                Nem dá pra acreditar. A festa da Rubi estava prestes a começar. Os últimos dias estavam passando muito rapidamente. Tanto que muitas das minhas fofocas nem viraram mensagens. Não houve tempo. Portanto, eu tinha uma missão. Informar a todos o que aconteceria naquela festa.
                Luna estava na casa de Rubi para ajudá-la com os últimos preparativos. As duas eram colegas, mas desde que a garota adquirira uma quedinha por Gabriel, elas viraram inseparáveis. Hevangeline não estava gostando muito daquela “separação”, mas respeitava a decisão.
                Monica e Bella combinaram de se encontrar na festa, as duas sozinhas. Os meninos haviam sido cortados de seus planos. Era a noite das meninas. E isso poderia significar que namoros não estavam sendo levados muito a sério, se é que você me entende.
                Julie estava em dúvida se ia à festa ou se iria se encontrar com Tiago. Ele não havia combinado, formalmente, um encontro com ela, mas não estava descartada a possibilidade de se encontraram, por acaso, no shopping. Espertinha.
                Cabe e Anne não iriam obviamente. Eles eram mais velhos, e Rubi não queria perder a atenção que estavam lhe dando. Os dois, agora juntos oficialmente, já que Cabe e Julie terminaram o namoro, passariam a noite de sexta indo ao cinema.
                Daniel e David não apareciam na festa. Daniel tinha como desculpa o fato de que sua família decidira viajar bem no dia. Já David, como não era amigo de Rubi, não fora convidado. Parece que Monica definitivamente não teria um par.
                Erik e Gabriel, pelo contrário, estavam ansiosos pela festa. Como a relação deles com Luna ainda estava muito confusa, ambos preferiram não criar esperanças de que ficariam com ela.
                Hevangeline não iria aparecer, pois decidira que iria encontrar David. Eles haviam ficado antes do Ano-Novo e talvez ainda houvesse alguma química. A esperança é a última que morre, querida.
                Monica estava deitada em sua cama, conversando pelo MSN com Julie e Bella. Elas estavam tentando lhe aconselhar a tomar a decisão correta. Sobre? Sobre com quem ela deveria ficar. David ou Daniel? Sim, ela ainda estava naquele dilema, apesar de afirmar para Daniel que tudo fora um erro. Um erro que a agradara muito. Oh! Sob aquele olhar tímido, há muito mais do que imaginaríamos.
                Julie acreditava que ela deveria ficar com Daniel, enquanto Bella apoiava David. Porém, a segunda tinha um motivo para escolher o amigo. Ela queria ficar com o namorado da amiga e para isso, uma separação tinha que acontecer.
                O celular de Monica tocou. Ela o alcançou e atendeu:
                -Alô?
                -Mon! Sou eu, a Julie. Eu achei que era melhor conversar com você por telefone do que pelo MSN. Tenho certeza que a Bella está tentando te convencer a ficar com David.
                -Sim, mas…
                -Monica! Você ama o Daniel, não ama?
                -Sim, mas…
                -Mas nada! Você e o David se conhecem há quanto tempo? Diga-me!
                -Há cinco anos.
                -E você só foi ficar interessada nele agora? Não acha meio estranho que esse sentimento tenha surgido do nada?
                -Na verdade, sim, só que dizem que não controlamos nosso coração.
                -Sim, mas se você realmente amasse David teria sentido essa atração desde o início. Com o Cabe não foi assim?
                -Foi, mas você sabe que o Cabe é lindíssimo. O David é só uma beleza normal.
                -Você está tentando me convencer de que só se apaixonou por Daniel, porque ele é bonito?
                -Não! Eu me apaixonei pelo Dan do nada. Naquele dia, ele olhou pra mim e atraiu toda a minha atenção. Foi algo automático.
                O iPhone começou a tocar durante a ligação. Bella estava ligando. Monica decidiu unir as  chamadas:
                -Bella, a Julie está tentando me convencer de que Daniel é a melhor opção.
                -David é a melhor opção sem dúvida!
                A discussão continuou. Cada uma defendia seu ponto de vista. Monica já estava ficando irritada, então preferiu se despedir e desligar o telefone. Suas amigas não iriam decidir seu futuro.
                Arrumando suas roupas, Monica começou a se aprontar para a festa. Fez o cabelo, a maquiagem e se olhou no espelho. Ela estava perfeita. Porém, perfeita para alguém. Alguém que não estaria na festa.
                Aquilo era tão injusto. Ela estava totalmente linda para alguém que não poderia vê-la. Durante esse momento de amargura, Monica pensou de quem estava falando. Tanto Daniel quanto David não estariam lá. Será que aquele arrependimento era causado pelo amigo e não pelo namorado? Então, deu um sorriso para seu reflexo e pensou na frase que sempre mentalizava quando tinha medo do que estava por vir. Não importa quem está faltando e sim quem está comigo.
                Nervosa, Monica discou o número de Bella e esperou a amiga atender. As duas combinaram um horário para se encontrarem na festa.  A partir daí tudo passou correndo.
                Elas chegaram juntas, conversaram, dançaram e, quando perceberam, já estavam indo embora. Tudo passara tão rápido. Até mesmo o tempo que passaram com Luna e Rubi havia voado. Monica desejava, com todas suas forças, deitar em sua cama e dormir. Dormir por muito tempo.
                Sem nem ao menos trocar de roupa, Monica adormeceu. Uma noite sem sonhos. Apenas descanso. Um longo descanso.
                Um alarme soou. Já era de manhã e o toque vinha do celular da “princesinha”. Quatro novas mensagens:
                “Como foi a festa da Rubi? Se divertiu muito sem mim? Estou com saudades. Só queria estar com você. Pode parecer ciúmes, mas eu gostaria que você não visse o David nesse fim-de-semana. Espero que você me entenda (sei que não vai entender e nem vai aceitar meu pedido). Vou te ligar mais tarde. Beijos, Daniel”
                “Mon? Eu gostaria de falar com você. Sei que deve querer se manter a distância de mim, mas depois daquele selinho, acho que precisamos estabelecer o que realmente sentimos um pelo outro. Você sabe que eu te amo, mas eu ainda tenho dúvidas se você ama apenas Daniel. Esperando sua resposta – David”
                “Amiga, eu preciso falar com você. Beijinhos, Bella”
                Mensagens de Daniel, David e Bella quase que simultâneas? Havia algo muito automático nisso tudo. Seria possível que eles tivessem mandado juntos? Em meio a tantas dúvidas, Monica leu a última mensagem, perdendo o fôlego:
                “Ai! A lei da vida. O que vai, volta, M! De acordo com meus informantes, seu querido namorado D foi visto beijando uma garota. Acho que ela me lembra alguém. Talvez H ou B ou J? Sim, até a bandida pode ser a sua nova amante. Gostou da novidade? Espero que não – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


24° Capítulo da Segunda Temporada 
    Luna acordara de manhã. Se sentia muito mal. Na festa de Rubi, mal pôde olhar para Gabriel, e nos poucos momentos em que seus olhares se encontraram, Luna percebeu que ele estava triste. Mas não entendia o porquê.
    Se divertira muito. Dançara, comera, conversara, conhecera gente nova... e ainda havia Erik. O garoto ficou com os amigos, e nem deu bola para a ainda namorada. Sim, Luna não tivera como contar para ele o ocorrido. Mas ele estava tão distante e, talvez, só talvez, não tivesse sido tão errado assim o que a garota fizera. Ela logo tirara o pensamento da cabeça. Fora, sim, errado e idiota o que Luna e Gabriel haviam feito.
     Foi até a cozinha e pegou um pouco de suco. Lembrar-se de tudo a fazia se sentir enjoada. Pela indecisão na noite anterior, acabara ficando a festa inteira sozinha em relação à meninos.
      Luna pegou o celular e checou as mensagens. Uma de Monica, e uma de Erik.
     "HELP! Estou querendo falar com você. Indecisão demais para uma noite só! - Mon"
     "É o que eu diga", pensou Luna, com um sorrisinho triste nos lábios. Foi para a próxima mensagem:
      "Luna, foi bom enquanto durou, mas ambos sabemos que acabou. Conheci outra pessoa. - Erik"
       A garota se afogou com o suco que estava bebericando. Como assim "acabou"? Como assim "outra pessoa"? Lágrimas brotaram do rosto de Luna, mas ela logo as limpou. Sem pensar duas vezes, mandou uma mensagem para Gabriel:

        "Estou te esperando. Almoço? - Lu"
       Logo, o garoto respondeu com um "sim", o que deixou a menina animada. Animada... pela vingança?
        Gabriel apareceu com seu sorriso maroto na porta alguns minutos depois. Trazia em seu braço uma pizza.
        -Foi aqui que pediram pizza?
       Luna riu da tolice do menino, e logo pensou em Erik novamente. Ele nunca faria coisas assim. Coisas que a fizessem o amar. Ela só o amava. Ou será que não?
        O garoto entrou e Luna pegou a pizza, colocando-a na mesa onde os pratos estavam preparados. O casal sentou e começou a comer, calado. Ao final, restou apenas um pedaço, e os dois levaram a mão para pegá-lo. Ao toque, Luna retirou a mão e bufou.
        -Não dá assim. Eu não me lembro de NADA! Quero saber o que, exatamente, aconteceu!?
        Gabriel pareceu confuso. Não sabia do que ela estava falando.
       -Não se faça de bobo, - vociferou Luna. - naquela noite, o que aconteceu, depois de... você sabe... bebermos um pouco mais?
        O garoto piscou e riu, percebendo do que ela estava falando.
        -Luna, não aconteceu nada.
         Ela suspirou.
        -Isso é sério?
       Ele assentiu. A garota sorriu e o abraçou, esquecendo-se da pizza. Ao abraçá-lo, inalou seu cheiro doce. Aquele cheiro...
         -Sabe, Gabriel, eu e Erik terminamos.
         -Sério? Nossa, eu sinto muito...
        -Não sinta. Apenas... apenas me beije.
        "Ok, agora as coisas mudaram para valer. Ou L tem uma irmã gêmea, ou eu acho que seu espírito ingênuo evaporou. - Fofoqueira Fina"
        By Babi


25° Capítulo da Segunda Temporada 

                Monica havia pedido que David fosse até sua casa. Ela tinha tomado uma escolha e era hora de lhe comunicar. Qualquer uma das opções lhe afetava diretamente. Pode ser para bem ou para mal.
                Depois de ter enviado uma mensagem pedindo, praticamente, socorro a Luna, Monica se sentia mais confiante. Ter saído mais cedo da festa com Bella fez com que percebesse que seu coração só sofria com uma falta. Demorará mais um pouco até vocês descobrirem de quem é.
                A campainha tocou. Monica avisou à sua família que atenderia a porta e que a conversa que teria era particular. Todos respeitaram sua decisão, até mesmo seu pai, que não gostava de ver sua filha envolvida em tão pouco tempo de vida com tantos garotos. Já namorara Cabe, Daniel e agora aparecera este David? Era meio demais para uma garota que nem completara 17 anos ainda.
                Não irei descrever a conversa desde o início, pois, devo dizer, Monica enrolou demais até chegar ao ponto que interessava, por isso só lhes contarei a explicação que mudou tanto a sua vida quanto a de Daniel e David:
                -Eu o amei desde o primeiro olhar apaixonado que ele me deu. Nada pode mudar isso. Eu te vejo como um amigo, David. Aquele beijo foi perfeito, mas perfeito para outra pessoa. Outra menina vai amar te ter de companhia, mas para mim você sempre será o David que me fez rir quando estava prestes a chorar, o mesmo que conta piadas toscas, que me abraça e que sempre me fez bem. Só que você não pode ser o mesmo que me beija, que seca minhas lágrimas, que me faz suspirar e não suporta me ver chorar. Desculpa-me, mas é a minha visão de tudo isso.
                Doloroso, não é mesmo? Mas era necessário. David não podia mais ser enganado. Ele partiu com lágrimas nos olhos e Monica passou o resto da tarde chorando. Queria conversar com Julie, com Bella, Luna ou até mesmo Hevangeline, mas não conseguia reunir forças suficientes para chamá-las. Uma parte de sua alma havia sido despedaçada. Ela se sentia incompleta.
                Uma batida soou em sua porta. Seu corpo reagiu chocado. Seus pais e sua irmã sabiam muito bem que não podiam tirá-la de sua dor. Quem estava ali tinha algo realmente importante para falar. Ou era relevante para tudo isso.
                Monica foi até a porta. Girou a maçaneta. Sentiu seu queixo cair. Parado em sua frente carregando um buquê de rosas vermelhas, estava Daniel. Seu estilo descolado já era costume para sua namorada. Mas havia algo em seus olhos claros que parecia mais sapeca que o normal.
                Os braços de Daniel enlaçaram Monica em um abraço. Ele estava ali. Viera consolá-la, como dissera a David. A garota fizera a escolha certa. Um a fizera sofrer e outro tentava apagar sua dor.
                Eles se afastaram e Daniel secou as lágrimas que havia no rosto de sua amada, antes de lhe entregar o buquê. Um sorriso esboçou o rosto de Monica, provocando uma felicidade imensa em seu namorado.
                -Vim para fazer a menina que eu amo, feliz, para mostrar que aquela Fofoqueira Fina estava mentindo, que meu amor por você só fica mais forte a cada dia, a cada sorriso seu, e a cada lágrima também.
                Monica não resistiu. Beijou-o uma vez, outra e mais outra. Só parou ao lembrar-se que seus pais estavam próximos o suficiente para perceber o silêncio. Deu uma risadinha, com seu rosto ainda encostando o de Daniel.
                -Acho que temos um lugar para ir. Agora.
                Saindo pela porta da frente, os namorados fizeram algo impensável. Partiram deixando sobre a escrivaninha do quarto de Monica, seus celulares. Estavam incomunicáveis. Isso obviamente significava perigo. Muito perigo.
                Quando saíram do prédio, pegaram o primeiro táxi e se dirigiram para um local que ninguém imaginaria. Não era nada romântico, nem ao menos, picante. Eles estavam indo para a casa de… Julie. O antigo lugar de encontros secretos dos dois, em que a garota não realmente morava, mas era “dona”. Será que isso significava algo?
                No momento em que desceram do carro e entraram na casa da “cupido” do casal, os rostos dos dois se iluminaram. As luzes foram acesas e a casa foi inundada por uma luminosidade maravilhosa. Não havia cantos escuros. Ninguém podia se esconder ali. Ou era isso que pensavam.
                Monica se virou para Daniel, e como era mais baixa que ele, puxou sua nuca para mais perto e o beijou. Muitas vezes. Eles estavam avançando para alguma coisa. A jaqueta da garota caiu no chão. Ao mesmo tempo em que um barulho foi ouvido. Pertencia a um par de saltos altos. O casal se virou ainda abraçados. Ou quase isso.
                -Atrapalhei alguma coisa? – aquela voz fina, os dois conheciam. Parada ali, com olhos negros como seu cabelo, estava Jane. Com uma arma na mão.
                “De novo não! J, M e D em um mesmo espaço? Com uma arma envolvida no meio? Isso é realmente MUITO perigoso! – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


26° Capítulo da Segunda Temporada 
   -Ou, fofa, talvez eu tenha te atrapalhado! - e dizendo isso, ouviu-se um barulho. Um estrondo muito alto. 
    Ali parada, Luna segurava um panela na mão. Tremia muito, mas nocalteara Jane antes que ela pudesse reagir e atacar o casal que parecia... ehhh... feliz, digamos.
     A garota sorriu ao perceber que Monica e Daniel não estavam entendendo nada. Bom, nem ela mesma entendia direito, mas começara a rir baixinho, envergonhada, e os dois também soltaram risinhos. Talvez quebrando o clima de tensão, porque alegria, isso nenhum deles sentia realmente. 
      Minutos depois, Monica dirigiu-se a cozinha e pôs-se a preparar um chá para todos. Literalmente todos. Bom, se bem que faltava alguém...
       -Erik não vem mesmo, Lu?
      Luna virou o rosto para disfarçar o nervosismo.
      -Acho... acho que não.
      Na sala, estavam Luna e Gabriel, sentados ao sofá - um pouco afastados demais, eu diria, depois do que tinham acabado de fazer, Bella estava em pé, nervosa demais, segurando a mão de Julie, com quem não parava de conversar sobre Tiago, que estava sentado ao lado de Cabe e Anne. 
       David não estava muito animado. Se encontrava em um canto da sala, sombrio e esquecido. 
       Hevangeline e Erik não estavam presentes. Suspeito? Um pouco, para Luna, pelo menos.
      Jane não estava na sala. Havia sido levada ao quarto de cima, que não possuía janelas, e trancada, após tomar um remédio para dormir. Não havia como chamar a polícia antes de conversarem... sobre tudo.
        Logo depois de Monica terminar o chá e servir a todos, pois faziam um frio muito forte, ela se sentou ao lado de Daniel, que a ajudara com as xícaras. 
        -Bom, - começou Luna - as coisas tem estado estranhas entre nós. E, vamos combinar, nada está dando certo exatamente.
        Ela sorriu, esperando a reação de alguém.
          -Preciso só que você, Luna, nos explique o que aconteceu com Jane... e você sabe... - sibilou Monica.
         -Claro, claro. Como todos vocês devem saber, minha mãe, junto com Spencer, matou meu pai. Ele... bom, como dizer... violentou Jane e Natalie quando mais novas, e acho que isso causou um grande choque. Portanto, quando Fofoqueira Fina, a quem devemos  (nunca imaginei falar isso) obrigada, - disse ela, sorrindo brevemente. - me ajudou... nos ajudou... porque cheguei a casa com algumas dicas, bem na hora em que Jane estava prestes a... - Luna sorriu mais constrangida do que antes. - ... Mon e Daniel.
       O casal também sorriu. A garota continuou.
      -Por isso, não acho certo nós apenas entregarmos Natalie e Jane para a polícia. - a afirmação gerou suspirou de indignação dos colegas ali presentes. - Acho que poderíamos, não sei, pagar uma clínica ou algo assim.
       -Não vou dar um centavo à essas aí. - revelou David, fazendo muita gente tomar consciência que ele estava ali.
       Monica levantou de supetão.
      -Ok, ok. Só sei que eu quero o melhor para todos. - Ela olhou pelo canto dos olhos para David, como se dando um aviso. - Pode continuar, Lu.
      -Ah, claro, claro. Bom, no geral era isso. Pensei que pudessem ajudar. - ela respirou fundo, os murmurinhos começando. - Por acaso, alguém tem visto Erik nos últimos dias?
      Luna corou. Era estranho para ela falar assim do menino que todos imaginavam ser seu namorado. A menina sabia que Gabriel não queria vê-la sofrer pelo seu ex, mas ela não tinha escolhas. Temia que tivesse acontecido algo realmente horrível.
         -Hum... - disse Julie, um tanto nervosa. - Meio que eu vi ele e Hevangeline no parque...
      Nesse momento, Luna derrubou o xícara que segurava no chão. Ficou chocada. Na verdade, não estava tão interessada na separação entre ela e Erik. Mas Hevangeline?
       -V-você sabe se eles estão... quer dizer... - sua voz travou, enquanto todos, boquiabertos, a observavam. Gabriel juntava os cacos com Bella.
        -Luna, sinto muito... - disse Julie, confirmando coma  cabeça. Aquilo foi o fim para Luna. Sua melhor amiga... a traíra.
         "Pobre L... fora apunhalada pelas costas pela melhor amiga... mas sempre há um modo de se vingar, não é? - Fofoqueira Fina"
        Enquanto isso, Hevangeline andava pelo shopping com Erik. Mãos dadas. Nada mal para um garoto que até o dia anterior namorava outra.
       -Erik, eu acho errado, quer dizer... Luna, eu a amo, ela é minha melhor amiga. - disse a menina.
      -H, não fica assim. Luna vai entender, só me dá... um tempo.
      Heva sorriu. Ela sabia que a amiga entenderia. Ou achava que sabia. 
       O casal se beijou e Erik soube que deveria parar. Não era, realmente, certo. Mas não conseguiu.
       Entrou na primeira joalheria que encontrou e trouxe um pacote para H, que teve lágrimas saídas dos olhos ao ver seu conteúdo.
       "E e H? Não creio! Mas agora parece sério... muito, muito sério... - Fofoqueira Fina"
         By Babi


27° Capítulo da Segunda Temporada 

                Todos estão mentindo. Ou, pelo menos, mentiram recentemente. Os piores do grupo, com certeza, são Hevangeline e Erik. Como os dois puderam trair Luna a este ponto? Nem mesmo se Julie, ou Bella, estivesse com Daniel a situação seria tão grave.
                -Como ela pôde? – Luna estava caída no chão sendo consolada pela única pessoa que entendia aquela dor. Monica. Apesar de tudo, nós sabíamos que ela ainda se lembrava que Julie engravidara de Cabe e que, provavelmente, aquele relacionamento ocorrera pouco tempo depois do fim do namoro dos dois. Ou pior, durante o namoro dos dois.
                -Lu, por favor, acalme-se – sussurrou Bella, causando o efeito contrário ao que pretendia.
                -NÃO VOU ME ACALMAR! Você por acaso foi traída pelo seu namorado e sua melhor amiga? – berrou Luna no auge de sua raiva.
                -Não, mas… - Bella estava com medo. Era possível ver isso em seus olhos verdes. Ela realmente não sabia o que era aquela traição, mas eles deviam considerar, ao menos, sua tentativa.
                -É melhor sairmos daqui, Bella – disse Julie. Ela tinha razão. Como sempre. Ou quase isso.
                Quando a sala se esvaziou por completo, Monica abraçou Luna. As duas choraram. Ambas estavam passando por épocas difíceis em suas vidas. Não importava o que fosse dito, a dor ainda permanecia em seus corações.
                -Sabem, garotas, eu nunca pensei que iria querer consolar vocês, mas eu sinto agora que devo – uma voz no fundo da sala confessou. Elas se viraram. Era Natalie.
                Ela estava com o cabelo pintado em um rabo-de-cavalo, sem maquiagem e vestindo moletom. Não estava no seu comum. Aquela não era a Natalie que Monica e Luna conheciam. Definitivamente, nem eu conhecia.
                -Não fiquem com medo. Eu não vim fazer nada. Só queria falar com vocês. Dizer o que eu penso sobre a ideia de eu e Jane irmos para uma clínica. Eu concordo. O mundo está muito difícil para mim. Ou é isso ou a morte.
                Natalie se sentou na frente de Monica e Luna. Não havia maldade em seus olhos. Ela estava falando a verdade. Do fundo do coração.
                -Nati, você está falando sério? – perguntou Luna espantada. Fazia mais de seis meses que ela não tinha uma conversa civilizada com sua prima.
                -Sim. Mas se vocês querem nos levar, tem que ser enquanto a Jane dorme. Ela não está preparada pra tudo isso – avisou Natalie.
                -Infantil demais – ressaltou Monica.
                -Isso mesmo – concordou a amiga de Jane.
                As três começaram a planejar como tudo ocorreria. Era claro que ninguém ia ficar totalmente satisfeito com o plano. Eles queriam que Jane e Natalie fossem presas, mas Luna e Monica entendiam que Spencer destruiu a capacidade de ambas de ver o mundo claramente.
                A porta da sala se abriu. Daniel surgiu carregando Jane nos braços. Havia lágrimas em seus olhos. Os dois foram amigos em um tempo muito distante. Doía ver a garota com quem praticamente crescera daquele jeito. Só que não existia outra opção.
                -Amor, você ouviu tudo? – disse Monica, levantando-se.
                -Sim, desculpe-me. Só que desta forma é mais fácil. Ela já está aqui. Vamos embora – Daniel parecia prestes a chorar, o que fez sua namorada convencer Gabriel que ele carregasse a adolescente, para que um abraço entre os apaixonados fosse possível.
                Lágrimas molharam o casaco de Monica, mas ela não se importou. Só queria consolar Daniel acima de tudo. Enquanto os dois tentavam se acalmar, Luna, Gabriel, Natalie, Jane e David partiram para a clínica. Tudo tinha que ser o mais rápido possível.
                O casal apaixonado se sentou no sofá de frente para Bella e Julie. A primeira logo se levantou e partiu para a varanda, mesmo com o vento gelado. A segunda, porém, ficou em seu lugar, decidindo que era o momento de uma conversa séria. Felizmente, Cabe, Anne e Thiago estavam assistindo TV em outra sala.
                -Monica e Daniel, vocês precisam se decidir.
                -Como assim, Ju?- perguntou surpresa, Monica. Até o momento a única dúvida de sua vida era quem realmente amava.
                -Vocês acham que dá pra continuar assim? – Julie apontou para a porta por onde Bella havia saído, segundos antes, como David.
                -Nós não podemos mudar os sentimentos deles – disse Daniel. Ele sabia que Bella estava apaixonada por ele, como Monica sabia que David a amava. Os dois não podiam controlar aquele amor não-correspondido.
                -Não, mas podem parar de ficarem só nesse romantismo enorme – Julie praticamente cuspiu as palavras. Monica se sentiu ofendida. Achava que a melhor amiga entendia o quanto ela e Daniel precisavam um do outro.
                -Você acabou de nos ofender, Julie Nek. Pensa que eu e Monica ficamos juntos para magoar os outros? – Daniel se levantou, puxando sua namorada – Achei que você era melhor que isso. Pena que era só um pensamento.
                Monica pegou sua jaqueta, que havia sido colocada em uma cadeira, e a vestiu. Daniel abriu a porta. Julie ficou estática no meio da sala. Estava vendo seus dois melhores amigos partindo e não conseguia fazer nada. O casal saiu da casa.
                Bella estava na varanda, olhando para o horizonte. Nem ao menos se virou quando os dois passaram. Não queria que vissem suas lágrimas. Monica e Daniel acabaram encontrando apenas uma bicicleta e decidiram dividi-la.
                Com o vento frio cortando seus rostos, os dois pareciam irreais. Ambos eram bonitos, mas aquela tristeza que os dominava, estava tornando sua beleza inumana, como se tivessem saído de um filme qualquer.
                A bicicleta freou. Um carro estava parado no meio da estrada. Era o carro de Luna. Dois corpos estavam estirados sobre o chão. Três pessoas estavam em sua volta. Sangue estava espalhado pela estrada.
                Monica pulou da bicicleta e correu na direção dos feridos. Era já sabia quem eram sem nem ao menos precisar chegar ao local. As balas certeiras perfuraram os corações de Jane e Natalie.  Elas nem ao menos chegaram à clínica. Como Natalie dissera, a única outra opção era a morte.
                -Não, NÃO! Elas não podem morrer! – gritava Luna. Ela ainda tinha esperanças de que as duas recuperassem o caráter.
                Daniel se aproximou dos corpos e mediu os batimentos cardíacos. Os dois haviam parado. Uma lágrima caiu em seu rosto, enquanto ele dizia as palavras mais definitivas:
                -Jane e Natalie morreram.
                Monica começou a chorar. David e Daniel tentaram acalmá-la, mas sabiam que era impossível. Já haviam visto a primeira vez que aquilo acontecera. Só que desta vez era realmente o fim. Não haveria um ressurgimento. As coisas estavam acabando.
                Luna foi abraçada por Gabriel. A ambulância chegou. Era tarde demais, todos sabiam, mas a prima gostaria que elas fossem bem cuidadas. Porém, nada mudaria a realidade. Elas estavam mortas. Para sempre.
                Conforme os corpos foram levados acompanhados por David, Monica decidiu perguntar a Luna o que havia acontecido.
                -Eu estava dirigindo quando dois tiros perfuraram o carro. Quando parei Jane e Natalie estavam atingidas – respondeu a amiga.
                -Você viu quem atirou? – perguntou Daniel.      
                -Não, mas nós sabemos quem foi – respondeu Gabriel.
                -Spencer – disse Monica, sem nenhum pingo de dúvida.
                “Oh! J e N partiram dessa para a melhor definitivamente. S foi o assassino, como M disse. Será que alguém conseguirá parar esse maníaco? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


28° Capítulo da Segunda Temporada
                Um mês mais tarde...
                -Droga, queimei as batatas! – disse Luna, seu rosto sorridente.
                Era fim de semana, todos os amigos estavam reunidos na casa que ela havia comprado recentemente junto ao namorado, Gabriel.
                Ah, eu disse todos os amigos!? Bom, isso significa Monica e Daniel, para ser mais exata. O resto, digamos, sumiu.
                Erik e Hevangeline simplesmente evaporaram. Desde que foram vistos pela última vez, no shopping onde o garoto pedira a mão da recente namorada, desapareceram. Haviam boatos pela cidade de que os dois fugiram para escapar de um constrangimento maior. Eu não sei, acho tudo muito suspeito...
                Julie simplesmente parara de falar com Monica. Como estavam na mesma escola, se viam todo dia, e M bem sabia, assim como L, que a ex-amiga não estava feliz, apesar de namorar Thiago.
                Bella também se afastara, para ficar ao lado de Julie. Ela não se sentia bem perto de Monica. Ou seria, perto de Daniel?
                David estava cada vez mais estranho. Parecia estar fugindo de Monica.
                Luna ainda estava abalada com a morte de Jane e Natalie, e claro, com a traição da amiga, mas tudo que pensara nos últimos dias era em pegar Spencer. Ela já havia, junto com Mon, tomado providências e denunciado o “professor” para a polícia, mais este fora mais esperto e fugira para sei lá onde. As garotas tinham esperanças de achá-lo.
                Luna estava tirando as batatas do forno. Já estava tudo pronto para o jantar. Todos se sentaram a mesa, e Luna pôs-se a fazer a oração, como boa cristã que era. Os amigos deram as mãos.
                -Bom, então, obrigada Senhor, por mais um tempo de alegria junto... junto à esses amigos maravilhosos. – ela ficou envergonhada em pensar como o último mês fora, realmente, péssimo, mas continuou. – Err... obrigada por esta nova casa. – e sorriu para Gabriel, que retribuiu. – e por esta ceia maravilhosa. Ajude para que a justiça seja feita. Amém.
                Quando as mãos foram largadas para que o jantar começasse, o celular de Luna tocou. E desta vez, não fui eu.
                -Sim, Luna falando. – disse ela, parecendo nervosa, e fazendo com que os convidados e o noivo deixassem de comer para escutarem a conversa. A expressão dela ficou mais rígida. – Como? Espere, o que? Ele, ele o que? Não... não, pode falar, estou anotando.
                Dali aproximadamente meio minuto, a garota desligou, perplexa.
                -Acharam.
                -Acharam o que? – falou Gabriel, muito ansioso.
                Luna mirou-o com o olhar vazio.
                -Acharam ele.
                No momento, todos entenderam o que significava. Spencer havia sido encontrado. Mas porque Luna estava tão nervosa?
                -Ótimo! – festejou Monica. – Por que está desse jeito, L?
                -Por que ele foi inocentado.
                Ouviu-se um pequeno tintilar dos talheres de todos sendo derrubados no prato. Como assim inocentado?
                -Mas... por que? – disse Daniel.
                -Eu... quer dizer, eles... não acharam provas suficientes para prendê-lo.
                Monica levantou na mesma hora e disse, raivosa:
                -Ah, mas isso não vai ficar assim. NÃO MESMO! – gritou. – Vamos, para a polícia.
                Quando ninguém se mexeu, todos absorvendo o que Luna acabara de dizer. Monica disse novamente:
                -AGORA!
                Os amigos pularam da mesa. Luna foi pega o casaco enquanto Gabriel pegava as chaves do carro. Monica e Daniel fecharam a casa e todos entraram no veículo. Direto para a delegacia.
                Gabriel dirigiu a toda velocidade, furando milhares de sinais vermelhos, que, aparentemente, ninguém estava com paciência para esperar.
                Ao chegaram à delegacia, saíram do carro desesperados. Monica foi a primeira a chegar ao balcão, onde encontrou um jovem policial que parecia confuso.
                -Mas dona, veja, não sei de nada...
                -Alguém nessa espelunca deve saber! – disse Monica, raivosa, descontando tudo no atendente.
                -Precisamos de informações. Se mexa! – disse Gabriel.
                O homem foi para dentro e voltou com uma resposta.
                -Receio ter de informar que o sujeito que procuram foi, pela lei, solto. Não há nada que possamos fazer. Ele saiu daqui faz uma meia hora. Desculpem.
                Os amigos ficaram se encarando, muito preocupados. Spencer fugira, novamente.
                Luna sentou-se no banco do local, esgotada. Olhou para os lados e, de repente, viu algo. Ou alguém.
                -Espera, - falou ela. – Aquele não é o irmão da Heva... Hevangeline? O que ele está fazendo aqui?
                Todos olharam para o lugar em que Luna apontava. Aquele realmente era o irmão da ex-melhor amiga de Luna.
                Passados três segundos, Hevangeline apareceu no hall. Olhou para as pessoas que a encaravam e ficou confusa.
                -O que é que vocês pensam que estão fazendo aqui?
                Luna observou: em seu dedo, havia um enorme brilhante. Erik.
                Logo atrás da garota, ele saiu e segurou sua mão.
                “É, esse fim de semana está dando o que falar. Ou talvez gritar. E, H, L? Na mesma delegacia? Confusão na certa. – Fofoqueira Fina”
                By Babi


29° Capítulo da Segunda Temporada
                -Oh, no – a voz do irmão de Hevangeline foi escutada logo atrás dela. Sim, ele ainda estava nos EUA até que foi encontrado, e por isso tinha dificuldades em manter suas frases em português – Quer dizer, ai, não.
                -Ai não mesmo – outra voz ecoou na delegacia. Paola surgiu vestida de preto dos pés a cabeça. Seu cabelo castanho estava preso em um coque. Seus lábios pintados de vermelho. Ela parecia uma vampira.
                -Paola? – Monica se aproximou da agente. Estava chocada. Desde a morte da diretora do colégio, a professora abandonara o cargo e sumira. De todos os lugares.
                Todos, inclusive o irmão de Heva, se viraram para a agente. Ela parecia ainda mais poderosa na delegacia. Mais fatal.
                -Olá, Monica. Vieram encontrar Spencer, imagino – a voz dela chegava a ser insolente. Estava no seu reino.
                -Por que você não o prendeu? – perguntou Luna já se exaltando. Tudo que envolvia Spencer a deixava nervosa. Muito nervosa.
                -Porque não temos provas – respondeu Paola, automaticamente.
                -Você o viu matar a diretora! – afirmou Daniel. A imagem do tiro perfurando o coração da senhora ainda estava viva em sua mente.
                -Isso não muda nada.
                -Ele mata alguém e isso não muda nada? – questionou, indignado, Gabriel. Cada um estava fazendo suas próprias perguntas.
                -Não temos como provar que ele a matou – repetiu Paola.
                Enquanto a discussão esquentava, Erik, Hevangeline e seu irmão saíram da delegacia. Não queriam que a raiva de Monica, Daniel, Gabriel e Luna se virasse contra eles. O que era bem possível de acontecer.
                -Você sabe de tudo! E está contra a gente? Aquele monstro matou a diretora, estuprou e matou Jane e Natalie, tentou fazer o mesmo comigo e Luna. Você está acobertando um demônio! Está louca? – disse Monica chocada.
                -Você está desrespeitando um oficial. Quer ser presa? – provocou Paola. Quando Monica se preparou para responder, Daniel segurou seu corpo e a encaminhou para fora da delegacia. Gabriel fez o mesmo com Luna. Os namorados tinham que controlar aquela briga.
                Monica se jogou no chão do lado de fora do prédio. Não costumava se sentar em lugares como aquele, mas a dor era demais. Ela via como a vida de Jane, Natalie e da diretora haviam sido desperdiçadas. Ninguém conseguiria provar nada. Aquilo tinha que acabar. Nem que isso acabasse com ela também.
                Daniel se sentou ao seu lado e segurou suas mãos. Ele era o namorado perfeito e nunca deixaria que Monica fizesse alguma loucura se soubesse, por isso era necessário que tudo fosse mantido em segredo.
                O celular de Monica vibrou. Uma mensagem anônima. Que não vinha de mim. Isso era ruim. Muito ruim.
                “Bella e Julie estão num bosque, longe de qualquer civilização. Perigoso, não é mesmo?”
                O corpo da princesinha tremeu. Aquilo a lembrava de algo que nunca contara a ninguém. Nem mesmo a seus pais. Ela também estivera em um bosque. Um ano antes de tudo aquilo. Aquele era realmente o motivo de ter partido de Búzios.
                -Eu preciso ir. Depois conversamos – Monica saiu correndo pela rua em direção ao ponto de táxi. Deu ao taxista o endereço que levava a uma trilha deserta. Algo em sua mente dizia que era aquele o lugar.
                Chegaram ao bosque. Tudo estava escuro. Muito escuro. As lembranças voltaram. Ela saiu do táxi e, logo depois que ele partiu, caiu sobre a terra. As lágrimas caíram. Cada vez mais e mais.
                Ela tinha acabado de sair da casa de Cabe durante uma linda noite estrelada. Os dois estavam tão apaixonados. Parecia que as coisas com ele sempre ficavam mais lindas. Acreditava que aquilo era realmente o amor.
                No caminho para sua casa, Monica recebeu uma mensagem de sua irmã Anne que dizia que ela estava perdida num bosque. A garota saiu correndo e entrou na imensidão das árvores. A escuridão era muito intensa. Seus olhos não conseguiam enxergar nada. Um vento frio percorreu seu corpo. Seus pelos se arrepiaram.
                Uma voz ecoou ao longe. Era familiar. Ela saiu andando por uma trilha mal cuidada, esperando encontrar a pessoa de quem o som parecia ter saído. Porém, quando chegou à clareira seu coração parou.
                -Irmão! – ela gritou se jogando no chão. Um menino de dezessete anos, como Cabe, estava caído morto. Sim, Monica tivera um irmão. Apenas sua família sabia da existência dele, mas apenas ela tinha o conhecimento de sua morte.
                Ela chorou tanto sobre o corpo. Até que ouviu passos saindo das árvores. Se virou. Parado, segurando uma faca, estava quem ela depois descobriria chamar-se Spencer.
                Ele não tentou se aproximar dela, nem ao mesmo olhou para o local onde os irmãos estavam. Porém, um sorriso iluminava seu rosto. Spencer era doentio. Monica sabia disso desde o primeiro momento.
                No seu primeiro dia de aula, a garota não conseguira se lembrar do rosto do assassino, só agora as lembranças se encaixavam. Ele havia matado tantas pessoas que não tinham nada haver com a história. Era a hora da vingança.
                Enquanto se levantava, tirava a terra de sua roupa, Monica se lembrava do motivo de não ter contado a ninguém sobre a morte de Vinicius. Ele, alguns dias antes do acontecimento, pedira a sua irmã que caso algo ruim de acontecesse, só ela deveria saber. Aquilo parecia um último pedido e talvez fosse.
                Encontrando uma trilha cheia de buracos, Monica chegou a uma grande clareira que nada se assemelhava a de Búzios. Os galhos pendiam de todos os lados, causando a impressão de que ela estava presa, encurralada. Porém, o que mais chamou sua atenção foi a presença de três figuras no centro.
                Bastou um segundo para que ela as reconhecesse. Bella e Julie estavam amarradas no chão, ao lado de Spencer. Um instante depois, um círculo de fogo rodeou suas amigas, deixando o monstro para fora.
                -Chegou a hora – gritou Spencer. Monica apenas correu. Mas não estava fugindo. Corria ao encontro dele.
                “M, S, B e Ju estão num bosque. Isso não podia ser pior – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


30° Capítulo da Segunda Temporada
                Logo depois de todos terem saído da delegacia, exaustos, Monica deixou o cansaço levá-la e sentou-se na calçada. Luna observou duas formas ao longe e correu ao entro delas, enquanto a amiga descansava.
                Chegara até seus “amigos” Erik e Hevangeline e, mesmo sem fôlego, pôs-se a falar:
                -Olha, não julgo vocês. Só quero saber... por quê?
                Erik mirou Heva com o olhar, que devolveu em mesmo tipo. A menina bufou e segurou a mão de Erik.
                -Luna, me desculpe, eu... não sei o que aconteceu, foi tudo de repente, não foi sua culpa... – disse ela.
                Luna assentiu. Entendia bem o que era ser levada por um grande amor, mas havia um problema: por mais que adorasse Gabriel, nunca havia esquecido Erik. Essa era a verdade.
                -Erik, podia ter me contado, eu iria aceitar. Sabe, me iludi demais, achei que me amava.
                O garoto tinha uma cara rígida e apenas respondeu, gélido:
                -Mas nunca amei. E você é ridícula. Acha que é super descolada, mas na verdade é muito idiota e nem tem amigos reais. Eu tenho nojo de você.
                Ao final da frase, Luna saiu correndo. Mais do que lágrimas rolavm de seus olhos. Sua dignidade estava saindo também. Ela se sentira péssima em acreditar em todos os “eu te amo” ditos.
                Ao chegar até a frente da delegacia, novamente, ela encontrou Daniel, parecendo perdido.
                -O que aconteceu? – ele disse. – E cadê a Mon?
                Luna limpou as lágrimas e percorreu o local com os olhos. Do nada, seu celular começou a tocar. Uma mensagem...obra minha...
                “M, S, B e Ju estão num bosque. Isso não podia ser pior – Fofoqueira Fina”
                -Droga! – disse Luna, esquecendo-se totalmente do pequeno trauma que acabara de sofrer.
                -O que foi? – falou Daniel, preocupado.
                -Sei lá... a FF acabou de me mandar uma mensagem. Deve ser trote, mas aqui diz que é melhor irmos para o bosque e que minhas amigas estão me perigo. Melhor conferir.
                D assentiu e os dois entraram no carro de Gabriel. O garoto já se encontrava lá, e logo que viu os dois entrando, arrancou. Sem mais nem menos, sem pedir informações. Como... como se ele soubesse.
                Chegaram ao bosque que Luna imaginara ser o certo e entraram por uma trilha longa. Logo, observaram uma luz.
                -Fogo? – disse Gabriel.
                -Ai meu Deus.
                Luna, Daniel e Gabriel foram chegando mais perto do local onde nenhum deles queria encontrar o que sabiam que lá estava.
                Quando estavam bem próximos, puderam ver que era um círculo, e dentro dele estavam Bella, Julie e Monica. Luna teve de segurar Daniel para que o garoto não saísse correndo para salvar a amada.
                -O que vamos fazer? – disse ele.
                No momento em que disse isso, Spencer apareceu fora do círculo e, por muito pouco, não avistou os garotos escondidos. Eles ouviram o ex-professor dizer:
                -Falta pouco, minhas queridas, para que se complete o ciclo. Meia noite, apenas quatro minutos, e serei um homem por completo.
                Os amigos se entreolharam. Que bobagem era aquela que Spencer estava falando?
                -Sim, eu entrego estas garotas para que possa ser imortal! As antigas escrituras, que encontrei certa vez, quando ainda era explorador, diziam claramente:
                “É necessário que duas almas que se amam sejam separadas. Um inocente deve morrer.  Duas almas devem ser corrompidas, e finalmente, três virgens precisam ser sacrificadas para que o ritual seja completo.”
                Todos se entreolharam. Monica, Bella e Julie pareciam confusas. Que porcaria de ritual era aquele?
                Mas logo todos compreenderam. Ele iria matar as garotas, e havia matado muitos antes... por uma coisa que certamente daria errado.
                Na hora em que se tocaram disso, uma fúria subiu pela cabeça de todos. Não poderia ficar assim, teriam de fazer algo.
                Sem entender nada do que fazia, Luna saiu de trás das sombras. Mas não foi necessário nada, pois alguém já havia feito algo. Uma faca perfurara o casaco de Spencer. Na realidade, havia sido eu.
                -Mas... você? – disse Luna, parecendo assustada.
                By Babi
Obs: preciso te contar as últimas, Star.


31° Capítulo da Segunda Temporada
                Luna me encarou por mais um segundo. Porém, algo atingiu sua cabeça no instante seguinte e ela caiu. Cabe estava sobre ela. Oh, meu doce escravo. Larguei Spencer, sangrando, no chão. Como havia trabalhado junto a Paola, fiquei feliz em partir sem ninguém me ver. A namorada de Gabriel simplesmente perderia a memória. Eu tinha certeza.
                Monica, Julie e Bella estavam amarradas dentro do círculo de fogo. As três choravam. Sabiam que o sacrifício não estava nem perto de acabar. Paola se sentou ao lado de Spencer e segurou seu rosto.
                -Querido, como você pode se arriscar tanto. Foi necessário que aquela pessoa te esfaqueasse para que todas as suspeitas fossem retiradas de mim – Paola sorriu. Sim, eu havia feito um trato com aqueles dois. Contanto que ela não revelasse minha identidade, eu manteria sua aparência de boa agente. Sim, eu era horrível.
                -Eu preciso que você retire um pouco do meu sangue e jogue no fogo, amor. O sacrifício precisa do meu sangue também, esqueceu? – avisou Spencer. Paola fez exatamente o que ele pediu e, quando percebeu que Daniel estava chegando à fogueira, saiu correndo nas sombras. Ninguém podia saber que ela ajudara o bandido.
                Monica percebeu que apesar de não ter visto quem esfaqueara Spencer, por causa das labaredas de fogo, ainda sabia que havia sido Fofoqueira Fina. Era óbvio que apenas ela teria essa habilidade de surgir e desaparecer tão rapidamente.
                Julie tentava raciocinar, mas o desespero tomava conta de sua mente. Aquilo era um sacrifício. Ela estava sendo oferecida no meio a tantas outras coisas. Iria morrer. Morrer sem viver nada. Sem ter o prazer de passar mais tempo com Thiago. De fazer as pazes com Monica e Daniel. De recuperar sua paz.              
                Bella não conseguia nem ao menos respirar. O fogo a deixava hipnotizada. Seu corpo inteiro tremia. Não havia saída e ela apenas aceitava aquilo.
                Daniel estava do lado de fora do círculo, em frente a Spencer. Ele não podia acreditar que mesmo esfaqueado, aquele monstro ainda era capaz de se levantar e encará-lo. O ódio fervia em suas veias. Seu antigo professor matara tantos inocentes, inclusive sua amiga Jane, e agora estava tentando sacrificar sua namorada Monica, sua melhor amiga Julie e até mesmo, a inocente Bella. Era demais.
                -Chega. O que você quer para soltá-las? Eu faço qualquer coisa.
                -Eu não contei a verdade. Este sacrifício não serve apenas para me torna imortal, mas também para destruir a vida de Monica. Ela é a única das três que é virgem. Ela é o centro do sacrifício.
                -Como assim? Mas você disse…
                -Eu disse que precisava que duas almas que se amavam fossem separadas; Monica foi separada de seu irmão Vinícius. Um inocente tinha que morrer; a diretora. Duas almas tinham que ser corrompidas; Jane e Natalie. Uma das virgens e a mais importante eu já tenho; Monica. Agora só falta as outras duas – listou Spencer. Ele havia planejado muito bem quem seriam os assassinados.
                -Como assim? Irmão da Monica? Ela não tem irmão! – gritou Daniel. No fundo da clareira, Gabriel afastava Cabe de Luna, apenas para descobrir que a garota não se lembrava quem eu era. Sabia que meu plano daria certo.
                -Ela tinha. Vinícius. Um menino com um futuro tão brilhante, mas que foi escondido por sua família.
                -Por que ele seria escondido?
                -Porque ele não era pra nascer sozinho. Ele tinha uma gêmea: Kate. No dia do nascimento dos dois, apenas Vinícius sobreviveu, mas o resto da família preferia acreditar que ambos tivessem morrido. Motivo? Acho que nem eles mesmos sabem.  Era o simples egoísmo.
                -Então, Monica perdeu dois irmãos?
                -Sim, e você não sabia – Spencer estava se deliciando por ser quem explicaria os podres de Monica.
                -Mas espera um instante. Mesmo que tudo o que você tenha dito seja verdade, como você vai encontrar outras duas virgens? Você tem apenas Monica.
                -Não, você está enganado. Eu tenho as outras duas – Spencer abaixou-se, sem medo de ser atacado e alcançou um grande saco preto. De dentro dele, tirou dois potes de vidro. Bastou apenas um olhar, para que Daniel arfasse. Em cada um deles havia um feto.
                -Sim. Aqui esta a filha morta de Julie e neste, Kate – disse Spencer com um sorriso doentio.
                -Mas elas não estariam que estar vivas? – Daniel estava tentando controlar seu nojo, para conseguir conversar com Spencer.
                -Elas teriam que morrer por causa de mim. E foi isso que aconteceu – como Daniel transpareceu choque, Spencer explicou – Eu causei aquele acidente de carro no ano passado, matando a pequena menina que Julie carregava em seu útero. Como também matei Kate, no momento de seu nascimento.
                Daniel ficou em silêncio. Estava claro que Julie e Bella seriam libertadas. As duas haviam sido usadas apenas como uma armadilha. Monica era o alvo. Sempre fora.
                -Eu posso morrer também? – foram as palavras que saíram da boca de Daniel. Ele nunca pensara que diria isso, mas depois de todo aquele tempo com Monica, o garoto não conseguia imaginar uma vida sem ela.
                Spencer simplesmente mexeu a palma de sua mão, produzindo um efeito que fez o fogo abaixar. No segundo seguinte, Daniel entrou no círculo carregando os fetos, enquanto Julie e Bella foram puxadas para fora. Ele não estava se entregando, havia algo que ninguém havia percebido. As vítimas do sacrifício teriam que ser arrancadas do círculo para que fossem mortas. O que lhes dava alguns minutos para se salvar.
                Quando o garoto se sentou ao lado de Monica, lágrimas caíram dos olhos de ambos. O círculo de fogo se fechou novamente. Eles estariam juntos. Até o fim. Não importa o que acontecesse. Isso que era o amor verdadeiro.
                -As desgraças aumentaram, nossos inimigos se tornaram mais poderosos, mas meu amor cresceu ainda mais. Não importa o que aconteça esta noite e em qualquer outra, Monica Alena, saiba que eu te amo mais do que tudo. E que serei sempre seu.
                A garota fechou os olhos enquanto ele beijava sua testa. Um gesto carinhoso e sensível. Que talvez fosse o último dos dois.
                -Daniel Cets, eu também serei sempre sua. Mesmo que morramos antes de eu ter seu sobrenome em meu nome – ela deu um sorrisinho e o abraçou.
                -Você ainda será Monica Alena Cets – as palavras de Daniel ecoaram pela clareira, conforme as labaredas de fogo aumentavam. Seria o fim?
                “D é louco. Ou pelo menos, louco por M. Será que ambos morrerão ao lado de K e a filha de Ju? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


32° Capítulo da Segunda Temporada

                Luna estava caída no chão. Gabriel,que esperara até Spencer se distrair, correra para a garota e a levara para o lugar onde estavam.  Ele colocou a cabeça de Luna em seu colo e começou a falar:
            -Luna, você não pode morrer. Nunca havia sentido isso antes por ninguém, entende? Quer dizer, esse amor... às vezes eu sinto que faria por você coisas que nunca pensaria em fazer por mim. – Uma lágrima caiu de seus olhos, direto no lugar onde estava o coração de Luna. – Eu só sei que te amo. E não quero te esperar tanto, mas se for preciso, esperarei. Sinto que nem a morte pode nos separar. Mas Luna, por favor, acorde.
            De repente, Luna abriu os olhos num sobressalto.
            -Luna, meu amor! – disse Gabriel, baixinho e chorando muito, para não chamar a atenção de Spencer.
            -Gabriel... o que estamos fazendo aqui? – ela continuava deitada.
            -Como assim? Viemos salvar suas amigas...
            -NÃO! Estávamos sentados, comendo, felizes... o que aconteceu?E por que minha cabeça está doendo tanto? – a garota pôs a mão sobre a própria cabeça.
            -Luna, não se espante, mas como levou uma pancada forte... é possível que tenha perdido a memória.
            - Ann? Quem me deu uma pancada forte?
            -Bom, pode ser que você não acredite, mas foi realmente a Fofoqueira Fina.
            Ouviu-se uma risada abafada de Spencer ao longe, e Gabriel começou a se levantar, deixando a cabeça de Luna em cima de seu casaco.
            -Onde vai? – perguntou ela.
            -Luna, depois te explico tudo. Mas me prometa que não vai sair daqui. Preciso ajudar Daniel. – e saiu correndo.
            Ao chegar até a clareira, ainda tentando se esconder, Gabriel viu Daniel dizer algo para Mônica e se virar para ele. O garoto tinha um plano.
            Sem pensar duas vezes, Daniel jogou um dos potes para Gabriel, que estava há uma distância considerável, contando com as labaredas que se erguiam. Mas, por um milagre, Daniel conseguiu jogar o pote e Gabriel conseguiu pegá-lo.
            Spencer, ainda confuso pelo que havia acontecido, urrou de raiva. No instante seguinte, estava correndo atrás de Gabriel.
            O garoto corria pela floresta. Sabia que se agüentasse mais um minuto, Daniel daria um jeito de tirar as meninas da clareira. Além disso, o ritual não estaria completo. Mas Spencer estava chegando cada vez mais perto.
            Como a noite estava extremamente escura, Gabriel teve uma ideia. Colocou no chão da floresta o pote, por trás de uma árvore, e continuou a correr, enganando Spencer. Assim, o peso em suas mãos era inexistente, lhe dando uma vantagem ao assassino.
            Gabriel começou a voltar para o lugar onde estavam. Precisava de ajuda, não agüentaria tanto. Ao chegar até as chamas,mostrou a Spencer suas mãos – vazias – e o homem berrou, indo estrangular o garoto.
            Daniel ainda estava, junto com as garotas, dentro do círculo de fogo, mas agora não havia ninguém amarrado. O único desafio era passar pelas chamas.
            Tentando lutar com Spencer, Gabriel viu uma cena que o retardou. Luna estava tentando achar, com seu casaco, uma abertura para todos saírem do círculo.
            Quando a garota finalmente conseguiu retirar os amigos do perigo, Gabriel já estava perdendo a consciência. Spencer estava em cima de seu corpo.
            Luna desmaiou logo em seguida, não aguentando mais a dor em sua cabeça.
            De repente, Monica pegou seu celular e tirou uma foto do que Spencer estava fazendo. Logo em seguida, pegou uma faca e colocou no pescoço do assassino, antes mesmo que ele percebesse que ela havia escapado.
            -Ou você vem comigo, ou te mato aqui mesmo.
            Spencer engoliu em seco e deixou-se levar por Monica. Agora, ela tinha provas.
            Gabriel pegou Luna no colo e, assim como os amigos, saiu atrás de Monica e Spencer, carregando sua namorada.
            “Será que S vai se safar mais uma vez, ou será que apodrecerá atrás das grades? E L, sobreviverá para contar a história? – Fofoqueira Fina”
            By Babi


33° Capítulo da Segunda Temporada
                -Não, não! Largue-me! – gritava Spencer. Monica ainda segurava a faca pressionada contra o pescoço do monstro. Ela poderia matá-lo, facilmente, a qualquer segundo. Só bastava querer, ou ter coragem.
                Monica entrou em uma caverna que entrou no meio do bosque. Sabia que estavam muito distantes de São Paulo agora. Não havia mais nenhum barulho, nem luz. Aquele era o fim da linha. Para todos.
                -Monica! – ela sabia de quem era aquela voz, mas não podia voltar. Não agora. Ele nunca a deixaria seguir em frente com seu plano, caso soubesse dele. Daniel a amava ao ponto de permitir que outros morressem em seu lugar.
                Decidida, Monica seguiu em frente. Spencer estava até mesmo colaborando, não tentando ficar parado. Claro, a ameaça estava muito explícita. Ela não queria prendê-lo, e sim matá-lo. Havia escutado a conversa entre ele e Daniel e agora sabia sobre a morte de Kate. Era demais.
                A Alena caçula e o bandido continuaram a percorrer o caminho, percebendo que a escuridão só piorava ali dentro. Só que era necessário. E apenas Monica sabia por que.
                -Há alguém aqui? – a voz da princesinha ecoou pelo espaço. Uma vela se acendeu. Uma figura vestindo uma capa preta se aproximou dos dois. O rosto foi revelado. David.
                -Que bom que você veio, David! Estava achando que você desistiria - Monica deu um sorrisinho torto, mas depois o desmanchou. Sabia que não podia flertar com seu amigo. Não mais. Sim, ela fizera isso no passado. Muitas vezes.
                -Você sabe que eu venho sempre, basta me chamar – David abriu aquele sorrisinho meigo que deixava Monica com dúvidas sobre o que sentia por Daniel. Ela não deveria gostar tanto da presença de seu amigo.
                -O que significa isso? – perguntou Spencer assustado.
                -Você não faz perguntas. Calado, ou morra agora. David, pegue as cordas – não foi necessário repetir. Os dois obedeceram. Monica sentou-se no chão e posicionou Spencer a sua frente, com as costas viradas para ela.  Não desgrudou nem um segundo da faca.
                -Oh, você não parece tão seguro quando estou prestes a cortar sua jugular, não é mesmo? – uma risada de escárnio saiu dos lábios de Monica. Era corajosa e ruim como todos os outros irmãos, mas tentava de tudo para evitar que sua maldade se manifestasse. Porém, o sangue Alena sempre é mais forte – Eu queria ser calma, mas não posso. Você matou Vinícius, Kate… Você tentou me matar diversas vezes, até mesmo através da Natalie e da Jane! Não duvido nada que você seja o responsável por aquela viagem repentina dos meus pais.
                -E fui mesmo. Eles precisavam estar longe. Você era muito protegida. Eu precisava arranjar um jeito de me aproximar – Spencer parecia nervoso ao dar as respostas que Monica parecia tanto querer.
                -Mas por quê? O que você tanto quer comigo?
                As palavras saíram  da boca de Spencer numa enxurrada de coragem:
                -Eu te amo, Monica. Sempre te amei.
                David havia chegado neste instante. Segurava as cordas que Monica pedira, mas a confissão de Spencer o fizera derrubar tudo no chão. Ele caiu também. Mais um. Mais um que queria a mulher que ele amava. Não bastava Daniel e até mesmo Cabe? Oh, ou vocês acham que o ex-namorado a esqueceu completamente?
                Spencer aproveitou que a mão de Monica afrouxou e arrancou a faca. A garota entrou em pânico. Sabia lutar muito bem. Mas tinha que pensar em David. Ele estava desarmado, sem energia. Qualquer movimento seu e a morte aconteceria.
                -Mas eu tenho 17 anos! Você não pode amar! – Monica lembrava bem que em seu aniversário, uma semana antes, o pânico de ser quase uma adulta a dominou.
                -Eu só tenho 32 anos, meu bem – ele se aproximou dela, apontando a faca para David. Seus dedos tocaram a pele clara da garota – Sou experiente, tenho dinheiro, posso te dar a vida perfeita.
                Monica decidiu entrar no jogo demoníaco. Sabia que teria que escolher muito bem as palavras para salvar seu amigo. Um antigo amor. Talvez seja a hora de explicar isso melhor, não é mesmo?
                Quando Monica era mais nova, talvez com 13 ou 14 anos, sua amizade com David atingira um ápice que ela não esperava. Os dois começaram a se apaixonar um pelo outro. Ou, provavelmente, a princesinha por ele, já que estava claro que ele a amava muito antes disso. Porém, seu coração pertencia a outro: Cabe.
                Ele era perfeito, mas mais inocente do que hoje. E a amava também. Só que ao contrário da super atitude que possui atualmente, naquela época, Cabe era envergonhado e deixou que Monica pertencesse ao amigo.
                Os dois amigos não chegaram a namorar e nem mesmo a se beijarem, mas não havia um segundo em que não estivessem juntos. Apenas dois anos depois de muito romantismo, que Cabe decidiu largar tudo, inclusive a garota que estava ficando, e correu atrás de Monica. Foram necessários oito meses de conquista. A irmã de Anne já havia desistido dele, acreditando que não era seu destino.
                Porém, os dois começaram a namorar e David se sentiu traído. Foi durante uma de suas crises de ciúmes que Monica o beijou pela primeira vez. Neste mesmo dia, depois de ver a traição, Cabe foi consolado por Anne e os dois se tornaram amigos.
                Sete meses depois, Monica já havia esquecido quase que completamente o beijo com seu melhor amigo e talvez seja por isso que ela não tenha percebido que o último selinho não fora o primeiro. Cabe mantivera distância de Anne e agora o casal oficial estava muito apaixonado. Mas a garota partiu e tudo mudou. O resto vocês já sabem, não é mesmo?
                Uma pessoa surgiu na caverna. Ela tremia. Provavelmente de frio. Seu rosto brilhou a luz da vela. Era Bella.
                -O que você faz aqui? – perguntou o sádico Spencer. Ele colocou a ponta da faca no braço de David, que começou a sangrar. Seu objetivo era desarmar todos.
                -Eu vim te impedir de continuar com tudo isso – a garota parecia pouco confiante, ao contrário de seu comportamento normal.
                -E como? Vai fazer a mesma coisa que fez com Daniel e Cabe? – retrucou irônico o monstro.
                -Que coisa? – perguntou Monica, nervosa. Estava cheia de segredos, era a hora de descobrir tudo.
                -Oh! Você não sabe! Mas, Daniel já conhecia Bella antes de ela aparecer na escola. Eles ficaram numa balada. E ela também ficou com Cabe, um pouco antes de ele vir encontrar Julie – respondeu o assassino com os olhos brilhando.
                -NÃO! Você não ficou com Daniel! Não é possível! Vocês mentiram! Mentiram para mim! Como puderam?
                -Monica, por favor, deixe que eu explique… - implorou Bella.
                -Não há nada para explicar! Você me traiu! VOCÊS ME ENGANARAM! Já chega – Monica se virou para Spencer – Você quer mais a imortalidade ou a mim?
                -Você. Sempre você.
                -Então está decidido. Eu vou com você. Só me leve para um lugar distante. Longe de traições como a deles – uma lágrima caiu dos olhos de Monica. Ela estava tomando a decisão mais difícil de sua vida.
                Parada, escondida na escuridão, eu sentia a dor que a garota sentia. Abandonar quem você mais ama é a maior dor que podemos sentir. Nem o abandono deles seria tão ruim, pois, pelo menos, a decisão não seria sua.
                -Monica! Você está louca? Ir com esse psicopata, só porque eu fiquei com o Daniel? Isso faz muito tempo. Foi na época em que você estava com David!
                -Eu sabia que Daniel tinha um passado limpo demais. Nenhum segredo, nada. A Fofoqueira Fina não o perseguiria se não houvesse um podre. Parece que o encontramos – disse Monica cínica. Maldade pulsava em suas veias.
                -Você sabe que ele não só ficou com você! Houve eu, a Jane…
                -A JANE? VOCÊ AINDA ME DIZ ISSO COM TANTA CALMA?Só me leve embora agora, Spencer. Para sempre – interrompeu Monica desesperada. Se não fosse embora, ela não sabia o que era capaz de fazer.
                -Monica, por favor… - implorou David no chão, com o braço ainda sangrando.
                -Adeus, David. Desculpe-me.
                No instante seguinte, Monica e Spencer se viraram para ir embora, quando Bella fez a única coisa que não deveria fazer. Com um movimento rápido se lançou contra o bandido, mas ele sentiu sua aproximação e se virou antes, enfiando a faca no coração da adolescente. Ela caiu.
                -BELLA! – gritou Monica, se jogando ao lado de sua amiga – Não morra, por favor! Por favor!
                -Mon… Eu preciso que você saiba… Daniel nunca me amou… E nem nunca ficou com Jane, eu menti, nem sei porquê… O beijo que demos foi um erro… Um grande erro… Perdoe-me…
                -Eu te perdôo, Bella. Você não fez nada de errado.
                -Saiba que você sempre foi minha melhor amiga… Nunca esqueça isso… - a voz da menina falhava no final das frases.
                -Minha também. E sempre será.
                -Adeus, Mon…
                -Adeus, Bella – Monica chorava descontroladamente. Seu corpo todo tremia. Sabia que Spencer partira. E que Daniel estava na caverna. Ao seu lado.
                Ele apenas a abraçou. Ela não retribuiu. Sua amiga estava morta. Mais uma pessoa para a lista imensa. Aquilo a machucava mais do que tudo. Todas as pessoas que lhe importavam, estavam morrendo. Amar era um castigo, no seu caso.
                -Eu devia ter morrido. Natalie, Jane, Vínicius, Kate, Ísis, a filha de Julie, Bella… Todos morreram por mim. Tenho que parar tudo isso. Já chega – Monica secou suas lágrimas, levantou-se e partiu. Ninguém a impediu. Era hora de a garota terminar com tudo de uma vez.
                  O sol estava nascendo. Aquele era o início de um novo dia. Que, se dependesse de mim, não seria o último. Segui-a no meio das árvores, preparando-me para salvá-la. Estava quase no momento de revelar minha identidade, mas antes tinha que mandar uma mensagem. Avisar a todos sobre o que estava acontecendo.
                “B está morta. M quase fugiu com S. D e Dav foram deixados para trás na caverna. Será que eles tentarão salvar a princesa novamente? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.


34° Capítulo da Segunda Temporada
         Capítulo narrado por uma voz do além (brincadeira, mas não é pela Fofoqueira Fina)...
         Luna acordou super assustada. Ainda estava na floresta, no colo de Gabriel. Ele parecia estar olhando algo.
         -O que... o que está acontecendo? – a garota levantou-se antes que o namorado pudesse impedi-la.
         -Shhh! – disse ele, sendo mais rude do que Luna lembrava que ele podia ser. –É Monica. Acho que vai se entregar para Spencer.
         - O QUE? – gritou Luna.
         -Shhh!!
         -Desculpe. Mas como assim? – sussurrou ela.
        -Não entendi direito. Cheguei tarde demais. Luna... – ele parou e olhou pela primeira vez nos olhos da garota. Parecia exausto. - ... Bella... aconteceu uma coisa... e ela... não sei como dizer...
         Luna assentiu, sem ao menos deixá-lo acabar a frase. Ela havia entendido. As lágrimas começaram a brotar dos olhos de Gabriel, e Luna o abraçou forte.
         -Desculpe, Lu. Eu não devia estar assim, quer dizer, eu te amo, e...
         -Gabriel, pare. Falamos disso mais tarde. Preciso saber onde Monica está.
         O garoto parou de soluçar e se acalmou.
         -Passou faz um minuto. Estava indo para lá. Logo depois de Spencer. – ele apontou para a densidão da mata.
         -Vamos, - disse Luna, levantando e puxando Gabriel. – precisamos impedi-la de fazer qualquer coisa.
         Os dois andaram rápido e, ao chegarem a um pedaço mais aberto da mata, os feixes de luz solar já invadiam a escuridão. Era de manhã.
         De repente, alguma coisa esbarrou em Luna, a fazendo cair.
         -Ei! – disse ela.
         -Ah, desculpe Lu, acho que me perdi... –era Monica. Havia lágrimas em seus olhos. Muitas.
         - O que foi?
         As duas se abraçaram.
         -Foi o Spencer. Foi o Daniel. Foi o David. Foi a Bella. Foram todos. Todos! Não sei o que fazer, para onde ir...
         -O que aconteceu agora? – Luna percebeu que Monica havia encontrado Spencer e começou a desconfiar.
         -Luna, eu... segurava uma faca, não sei. Ele também. Faz dez minutos... acho... eu o encontrei na floresta... ele disse que me amava... – Monica estava muito perturbada, mas continuou falando. - ... eu não sei o que deu em mim, eu quis beijá-lo... mas então ela apareceu. Luna! Fuja, ela é maluca!
         - Quem, quem é maluca? – disse Gabriel.
     -Anne. – fez-se um segundo de silêncio, até Monica gritar de terror. – Precisamos fugir. Por favor, ela está vindo.
         Luna e Gabriel se entreolharam.
         -Monica, calma. Ela é sua irmã...– Luna segurou em sua mão. – Onde está o Spencer?
         -Ela... ela o matou.
         -Espera, por que ela o matou? – disse Luna, confusa.
         -Por favor Luna, vamos! Te conto no caminho, mas vamos.
         A garota concordou e todos saíram da floresta, levando menos de vinte minutos. Havia uma pequena rua ali perto e os amigos chamaram um taxi, que logo chegou.
         -Então... pode explicar isso. – falou Gabriel.
        Monica suspirou, tentando se acalmar.
         -Não sei por onde começar. Luna... eu acho que Anne é a Fofoqueira Fina.

         By Babi


35° Capítulo da Segunda Temporada
                Eu te amo. Sempre amei. Por favor, não deixe que ela me mate. As palavras de Spencer ecoavam na mente de Monica. Ele implorara por sua vida e ela deixara que Anne o matasse. Apesar de todos os crimes que cometera, o professor a amava. Havia matado qualquer pessoa que se colocasse no caminho dos dois, mas, de alguma forma, ele ainda era humano.
                -Mon! Há um carro nos seguindo! – gritou Luna, olhando pela janela do porta-malas. Um grande jipe preto estava em alta velocidade atrás do táxi. O taxista parecia nervoso e indeciso, até que Gabriel decidiu:
                -Aumente a velocidade. Aquela jovem quer nos matar!
                A ação do motorista foi imediata. O carro parecia que estava flutuando sobre a estrada. Porém, o carro que os perseguia era ainda mais rápido e facilmente os fechou. Um sorriso surgiu em meus lábios. Desci do veículo. Sim, eu era Anne.
                Os três passageiros do táxi desceram, deixando o taxista sozinho dentro dele. Aproximei-me de minha irmã. A pequena Monica. Ela era tão inocente. Toquei seu rostinho e porcelana, causando um afastamento rápido.
                -Você é uma assassina, uma farsa! – gritou Mon. Havia ódio em seus olhos. Não era por Spencer, era por…
                -Você matou meu pai! Jogando-o contra os fogos de artifício! – berrou Luna. Sim, eu o matara.
                -Ele me tratava como uma mera amante. Eu merecia mais – revelei. Era difícil contar aquela parte sombria de minha vida, mas nunca esqueceria a forma como aquele homem me tratava. Para ele, eu era apenas lixo.
                -Isso não te dava o direito de matá-lo! – contrapôs Gabriel. Ah, o cavalheiro de Luna. Pena que a menina só estava com ele por falta de opção. Ou vocês acham que depois de ter minha identidade revelada, perdi meu brilho? Continuo a mesma Fofoqueira Fina, porém, agora sou muito mais poderosa.
                Dei meu melhor sorriso, olhei para o sol que brilhava no início daquela manhã, encarando em seguida Monica.
                -Você devia vir comigo. Sou sua irmã. Sangue do seu sangue. E não minta, eu sei sobre sua maldade interior. Não existe nada que te envolva que passe despercebido. Você já não se deu conta que todas essas pessoas morreram por sua causa?
                -Sim, eu já me dei conta. Porém, ninguém mais vai morrer por mim – a voz de Monica ecoou pela estrada como se houvesse um túnel sobre todos nós.
                -Ah não? Acho que você precisa ver isso – alcancei meu celular e liguei para um número já conhecido. O de Roberto, irmão de Hevangeline.
                -Alô? – a voz rouca daquele jovem finalmente perdia seu sotaque.
                -Sou eu, amor. Já está com Paola? – coloquei a chamada no viva-voz.
                -Sim. Qual é o próximo passo?
                -Eu deixei uma caixa no meio do bosque. Lá há a arma que você vai usar para matá-la, ok? – olhei para meus “acompanhantes”, percebendo que o motorista de táxi tentava mover seu carro para longe do meu. Era impossível, mas por via das dúvidas, saquei minha arma e mirei um dos pneus. Estourou imediatamente.
                -No lugar marcado?
                -Sim – e desliguei. Monica se aproximou de mim, com aquele rosto de desaprovação que apenas ela conseguia fazer. Antes que conseguisse perguntar o que eu estava fazendo, uma explosão ocorreu no meio das árvores, fazendo que todos virassem.
                Uma bomba explodira. Como eu sabia? Simplesmente porque foram minhas próprias mãos que a colocaram naquela doce caixinha. Era necessário. Roberto e Paola sabiam demais.
                -Você os matou? – perguntou Monica enojada.
                -Sim – respondi friamente.
                Segurando a arma com minhas mãos tremendo, tomei a decisão mais difícil de minha vida. Minha irmã havia escolhido ficar contra mim. Ela tinha que morrer. Como Luna, Gabriel e o taxista também teriam. Eu era uma assassina e agora não existia outra saída.
                -Desculpe-me – disse no momento em que apertei o gatilho do revólver. Lágrimas caíram dos meus olhos, porém algo me impediu de respirar.
                Braços envolviam minha garganta. Olhei para cima e o choque percorreu meu corpo. Cabe estava tentando me estrangular. Meu namorado queria me matar.
                O ar acabou. Minhas pernas ficaram bambas. Meus olhos viraram. Minhas mãos soltaram a arma. Tentei respirar pela última vez. Meu último segundo de vida acabou. Havia feito as escolhas erradas. Matado inocentes. Agora, eu pagaria por todos meus pecados.
                Horas mais tarde… (Não-narrado por Fofoqueira Fina)
                Monica segurava o celular de sua irmã morta, checando todos os contatos e mensagens. Descobrira que Anne e Roberto trocavam confidências e que, junto a Paola e Spencer, perseguiam todo o grupo de amigos, usando até mesmo os serviços do FBI. O objetivo? Ter sempre reféns caso precisassem. Porém, agora os quatro estavam mortos.
                -Mon? – David se sentou ao lado de sua melhor amiga, nas cadeiras da delegacia. Cabe estava sendo interrogado, mas de forma alguma seria preso. Matara Anne como uma forma de auto-proteção.
                -Ai, David – as lágrimas caíam dos olhos de Monica. Perdera tantas pessoas importantes em apenas uma noite – Por favor, não me deixe. Eu não sei se sou capaz de superar tudo sozinha.
                -Eu nunca te deixaria – o amigo a envolveu em um abraço apertado, chorando também. A dor dela  era a dele.
                Eles ficaram abraçados em silêncio, com exceção dos soluços de Monica. David não tentou amenizá-los, pois entendia que sua melhor amiga tinha que liberar todo seu sofrimento. O tempo passou.
                Erik surgiu, sem a aliança de noivado, no local a procura de Luna. Monica contou que ela estava numa cafeteria próxima. Cinco minutos depois, ele a encontrou.
                -Luna? – a pequena Harris estava sentada em uma das mesas, tomando um gole de chocolate quente. O inverno caíra sobre a cidade.
                -Erik! O que você faz aqui?
                -Eu preciso conversar com você.
                -Sobre o quê?
                -Sobre Heva, Wandy, Yuri… Enfim, sobre tudo.
                Um mês depois (Narrado por Monica)…
                As mortes de Bella e Anne ainda doíam em meu coração. Elas sempre seriam importantes para mim, apesar de suas atitudes. Eu as amava e nunca conseguiria esquecê-las. Porém, tinha que seguir em frente, continuar com a minha própria vida.
                Depois de Cabe me salvar, matando sua própria namorada, meus sentimentos ficaram ainda mais confusos. Ele ainda me amava. Descobrir aquilo me machucara muito, pois eu jurava que ele havia me esquecido, o que era certo. Não precisava de mais alguém para se magoar.
                -Amor, vamos? – a voz de um garoto soou atrás de mim. Me virei. Parado atrás de mim estava David. Ao seu lado, estavam Luna e Erik e, Julie e Thiago. Sim, estávamos em um encontro triplo.
                -Claro – respondi com um sorrisinho. Eu o havia escolhido. Luna havia preferido Erik a Gabriel. Os detalhes da conversa que mudou tudo até o momento não haviam sido revelados e realmente esperava que ela contasse tudo naquela noite.
                David colocou seu braço em volta de minha cintura, com um sorriso bobo nos lábios. Ele esperara quatro anos para ter a chance de poder dizer que era o meu namorado. Bem, tanta paciência fora recompensada.
                Em meio aquele romantismo todo, meu celular apitou. Percebi como era bom saber que a mensagem não pertenceria a Fofoqueira Fina. Porém, isso ao mesmo tempo significava que minha irmã estava morta. Para sempre.
                Uma nova mensagem brilhava na tela do meu celular. Era de Daniel.
                “Eu não suporto nem mais um segundo sem você. Como pôde fazer isso comigo? Preferir David? Até hoje não posso acreditar nisso. Simplesmente, é errado demais. Ligue-me, por favor. Eu preciso ouvir sua voz! Estudar em uma sala diferente da sua só está me prejudicando. Responda-me de qualquer forma, mas o mais rápido possível. Se eu ainda for importante pra você, não deixe essa mensagem sem resposta. Continuo te amando”
                Lágrimas ameaçaram cair de meus olhos. Eu precisava responder. Ele ainda me amava. E, não podia mentir, meu coração ainda sentia falta daquele bobo. Daniel podia ter todos os defeitos, mas eu não conseguia esquecê-lo. Como uma vez dissera Julie, era o destino ficarmos juntos, não importava quando.
                Disquei o número de meu ex-namorado e esperei sua voz atender:
                -Monica?- ele parecia surpreso e, ao mesmo tempo, feliz.
                -Você ainda é importante pra mim. Saiba disso – e desliguei. Segundos depois, eu estava voltando para o abraço de David e a companhia de meus amigos. Sabia que estava tomando a escolha errada, mas não havia como voltar atrás. Nunca magoaria meu melhor amigo. E talvez este fosse o problema. David era apenas meu melhor amigo. Para meu coração, Daniel ainda era meu namorado.
Escrito por StarGirlie.


36° Capítulo da Segunda Temporada


         Narrado por Luna...
         Cheguei ao restaurante junto a Erik. Um encontro triplo, típico de Julie. Ela e Thiago estavam se dando bem, e Monica e David também – apesar, é claro, de todos perceberem que ela não esquecera Daniel. E talvez nunca fosse esquecer.  
         Entramos no restaurante e o celular de Monica apitou. Enquanto ela fora atender a mensagem, pegamos uma mesa e todos nos sentamos.
         -Então... – disse Julie, olhando para mim e para Erik, que estávamos de mãos entrelaçadas. - ... eu ainda não sei o que aconteceu com o casalzinho...
         Eu ri envergonhada. Na realidade, nem eu saberia direito.
         -Bom... –comecei, mas Erik me cortou.
         -Não, Lu, deixa que eu explico. – ele sorriu de um jeitinho meigo, me fazendo ficar feliz. – Sabe, eu fiz uma coisa horrível...
         “... naquele dia, em que eu sumi, encontrei Hevangeline. Eu estava meio perdido, e quando percebi, estava me divertindo pela primeira vez em muito tempo. O problema é que eu não percebi a coisa mais importante na hora, mas a culpa da minha vida não estar indo ‘bem’ não era da Luna. Era só minha. E como não vira isso antes, achei que a Heva era a solução... mas não era. Eu só me desliguei dos problemas.”
         Erik tomou fôlego e olhou melancólico para mim.
         -Mas, quando eu percebi que tinha feito um estrago, já estava praticamente noivo. Fiquei me matando por dentro, e quando encontrei Luna na delegacia, já havia percebido que tinha feito uma grande burrice. E fiquei muito bravo... comigo mesmo. Acabei descontando nela.
         Meus amigos pareciam interessados, e Erik continuou.
         -Então, no dia do meu casamento, eu estava esperando no altar. Não me sentia preparado, estava muito confuso. Quando vi Hevangeline entrando na igreja, só pensava em Luna. E, quando o padre perguntou para ela se me aceitava, ela respondeu que “não”. Foi um choque, mas logo depois de falar a palavra decisiva, Hevangeline virou-se para mim, sorriu e me beijou no rosto.
         Ele deu uma meia risada, ao se lembrar do momento, e segurou firme a minha mão.
         -Então, ela me disse: “Erik, vai ser feliz. Ela está te esperando, sei que está.” Sem pensar duas vezes, agradeci e saí correndo. Sou muito grato à ela, por me fazer feliz. Fui direto para casa de Luna, e ao vê-la abrindo a porta, simplesmente soube que era ela e sempre seria ela.”
         Julie parecia muito impressionada, assim como Thiago e David. Eu fiquei rosada em ver a expressão de todos.
         -Bom... – eu disse, disfarçando. – ...quando eu estava no hospital por causa do incidente, Gabriel veio falar comigo. Nós conversamos, e eu sabia que ele nunca seria feliz comigo. Ele amava a Bella.
         Parei por um momento. Na realidade, nós nem havíamos trocado uma palavra. Ele apenas chegara ao quarto, segurara minha mão e sentara ao meu lado. Momentos depois saiu, e nada mais foi preciso para ambos entendermos.
         Monica voltou, parecendo um pouco assustada. Pensando bem, ela demorara muito ao telefone.
         -Quem era? – perguntou David, percebendo o mesmo que eu.
         -Ninguém importante.
         Todos sorriram. Agora tudo parecia bem.
         De repente, a porta do restaurante se abriu e, ainda rindo, meus amigos olharam para ela.
         A nossa expressão mudou. Quem havia acabado de chegar era Daniel. Detalhe: segurando a mão de Hevangeline.
         -Ai meu Deus. – disse Julie, apenas falando em voz alta o que todos pensaram.
By Babi


37° Capítulo da Segunda Temporada
                Narrado por um não-personagem…
                -Oi – disse Daniel, nervoso. A ideia de aparecer no encontro triplo fora de Hevangeline e ele não se sentia preparado. Ainda mais depois de ouvir Monica revelando sua verdadeira importância pra ela.
                -O que você faz aqui? – perguntou David, se levantando de sua cadeira. Desde que Monica começara a namorar ele há três semanas, suas tentativas de mantê-la longe de seu ex Daniel tinham sido bem sucedidas. Até agora. 
                -Nós viemos participar desse encontro de casais! Agora serão quatro invés de três! – disse Hevangeline, fingindo pular de alegria. Alguém tinha que animar aquela situação. De alguma forma.
                Quando David ameaçou machucar Daniel, Monica se lançou entre eles. Era óbvio que aqueles meninos nunca desistiriam de lutar por ela. Pelo menos, até que amadurecessem o suficiente para respeitar as decisões da garota.
                -Dá pra parar? – Monica olhou para Daniel, sem nem ao menos pensar que David estava em seu outro lado. Seu ex-namorado sempre a deixava sem ar, mas parecia que naquele momento, com o cabelo ainda mais desarrumado que o normal, a camiseta saindo do moletom e seu jeitinho tímido, ele era irresistível.
                -Claro – Daniel respondeu, sentando-se ao lado de Monica e de frente para Hevangeline. A escolha obviamente tinha más intenções.
                O celular de Monica apitou. Uma nova mensagem. Vinda da pessoa ao seu lado.
                “Por que você nem mesmo olha em meus olhos? Eu sou tão insuportável assim?”
                Discretamente, a princesinha digitou a resposta. David conversava animadamente com Erik e Thiago, enquanto Luna punha o papo em dia com Heva. Julie apenas olhava Daniel e Monica, sorrindo. Ela não queria que a amiga acabasse com David. Seu par perfeito era seu ex-namorado. Não havia como discutir.
                “Por que você ainda me tortura? Você sabe que eu te amo. O que mais você quer?”
                Para que suas ações não parecessem suspeitas, Monica começou a conversar com Julie. As duas até aquele dia não haviam voltado a sua antiga amizade. Porém, agora que Bella falecera, não existiam mais motivos para que ambas permanecessem daquele jeito.
                -E aí, Ju? Você e Thiago estão realmente namorando? – o jeitinho de fofoqueira da Alena caçula, provavelmente foi passado por Anne, a antiga Fofoqueira Fina.
                -É… Sim – Julie abriu um sorrisinho envergonhado. Ela não estava acostumada a falar de suas próprias relações amorosas. O celular de Monica apitou:
                “É por isso que estou aqui. Monica, eu te amo. Vim acabar com essa farsa de você com David. Todos podem ver que isso é uma mentira” – Os dedos de Monica teclaram uma resposta violentamente:
                “Não subestime o que eu faria por um amigo. Daniel, ele é meu melhor amigo. Não posso magoá-lo”
                Julie já estava numa conversa empolgada com Luna e Hevangeline, tornando Monica e Daniel os únicos em silêncio na mesa.
                “Você me traiu com ele. Traiu Cabe com ele. Não está na hora de você se decidir a quem sua piedade é prioridade?”
                -Amor? – sussurrou David. Ele tentou enxergar o que Monica lia, mas ela guardou o celular a tempo.
                -O que foi, querido? – a voz da namorada saiu aguda no final. Daniel estava certo. Ela tinha que tomar uma decisão definitiva.
                -Você está tão quietinha. E não está rindo como sempre – David deu um sorrisinho tímido. Ele sabia a verdade. Já vira o ex-casal trocando as mensagens por baixo da mesa.  Só não queria admitir.
                -Não foi nada, eu simplesmente só tenho que ir a um lugar. Você se importa se eu for embora? – os olhos de Monica estavam prestes a lacrimejar. Não queria magoar David, mas com toda aquela situação, ela estava apenas se magoando.
                -Ah, tudo bem. Eu prefiro que você fique, mas se ir embora é sua vontade, te levo em casa.
                -Não precisa, mas obrigada.
                -Então, eu posso te levar- disse Daniel.
                -Não, mas fico agradecida pela preocupação. Enfim, tchau, gente – Monica se levantou, pegou sua bolsa e saiu do restaurante. Discou um número em seu celular e esperou a pessoa atender:
                -Mãe? Sabe, eu estou aceitando aquela sua proposta.
                Três meses depois… (Narrado por Monica)
                O dia parecia mais brilhante parada em frente à Torre Eiffel. Paris estava me fazendo muito bem até hoje. É claro que machucava estar num lugar onde Anne, minha irmã falecida, havia vivido tantos momentos maravilhosos. Porém, era eu que estava vivendo uma vida brilhante agora. Mesmo com aquele buraco em meu coração.
                Desde que partira naquela noite, nunca mais entrara em contato com nenhum dos meus amigos, e namorado, do Brasil. Deixara que meu iPhone acabasse a bateria, não o carregando nenhuma outra vez. Era errado, eu sabia.
                Aquele era meu último ano do Ensino Médio e dali três meses, me formaria. Eu gostaria de estar o passando com as pessoas que mais me importavam, porém, aquela confusão em meu coração não me deixava em paz. Precisei partir.
                Fiquei feliz que meus pais autorizaram uma professora me acompanhar até a França e continuar com todos os meus estudos. Eu planejava me formar em São Paulo, voltando para a cidade no próximo fim de semana. A temporada “Chanel” estava acabada. Tinha que retornar a realidade.
                Voltei para meu apartamento. Estava vazio, como sempre, já que eu morava sozinha. A professora apenas aparecia nas manhãs de segunda a sábado. Era brasileira, mas insistia em tomar um dia de meu fim de semana para aulas.
                Correndo para a mesinha de cabeceira, alcancei meu antigo celular e o liguei ao carregador. A tela acendeu. O choque me percorreu. Havia 108 mensagens piscando na tela. Sentei-me na cama.
                Sete eram de Luna, que depois de descobrir que partira para França, me desejara uma boa viagem e que minha volta fosse a mais rápida possível. Dez eram de Julie, que não se conformava com o fato de eu ter deixado todos para trás. Quinze pertenciam a David. Todas pediam explicações sobre meu desaparecimento e a última dizia apenas, o que nós dois já sabíamos:
                “Esse namoro acabou antes mesmo de começar”
                Duas haviam sido enviadas por Cabe. Ele pedia perdão por seus atos e me informava que estava namorando Wandy e cuidando do pequeno Yuri, que era realmente filho de Erik. Porém, o que mais me surpreendeu foi o fato de que todas as outras 74 mensagens eram de uma mesma pessoa: Daniel.
                Elas começavam pedindo, desesperadamente, que eu voltasse. Depois, imploravam que houvesse apenas uma resposta. As últimas, enviadas na semana anterior, mostravam somente sua espera:
                “Eu continuo esperando. Não vou desistir de você. Acredito que algum dia, em algum lugar, você lerá essa mensagem e se lembrará de mim, pois eu sei que fui o único que você realmente amou. Aquele para quem você sempre voltava. E eu estarei sempre de braços abertos, esperando que isso aconteça”
                Lágrimas caíam de meus olhos. Durante esses três meses, eu fizera de tudo para esquecer Daniel. Não me envolvera com ninguém, obviamente. Eu o amava demais. Não o trairia novamente. Porém, não importava o que fizesse, seu rosto claro, seus olhos tão atentos e seu cabelo charmoso, não saíam de minha mente. Meu coração ainda era dele. E sempre seria.
                Meu celular piscou. Uma nova mensagem. O número era desconhecido. E de Paris.
                “Sabe, eu não tenho bola de cristal. Não tem como eu adivinhar em que apartamento você mora nesse prédio”
                Fiquei em choque. A mensagem era em português vinda de um número francês. Quem me mandara, me conhecia. Corri para a janela que dava para a rua e olhei a calçada. Parado, segurando rosas vermelhas, estava…       
                Desci correndo as escadas, com um sorriso de uma orelha a outra. Não podia acreditar no que havia visto. Abri a porta do prédio sem diminuir minha velocidade e quando vi que não estava enganada sobre a pessoa parada sob minha sacada, parei. Meu coração também.
                Daniel me enlaçou no abraço mais apertado que conseguia, tentando superar todos aqueles meses em que estivemos separados. No momento, em que seu aperto se afrouxou, consegui mexer meu rosto o suficiente para beijá-lo, não somente uma vez, mas várias.
                -Eu te amo – ele disse apenas.
                -Eu te amo – repeti, sem a menor dúvida. Ele sempre fora o dono de meu coração, só bastava que meus olhos enxergassem isso.
                O pôr-do-sol caía sobre nossas cabeças. Era o fim de uma época de separação. Estávamos juntos novamente. E agora era para sempre.
                Escrito por StarGirlie.


38° Capítulo da Segunda Temporada
         -Luna... – disse Erik, nervoso.        
         O casal estava fazendo algo que a garota nunca imaginara fazer: conversavam em um barco, só os dois, à luz de velas. Era uma noite fria, mas mesmo assim, Luna estava deslumbrante.
         Erik alugara o barco por um dia inteiro, e depois de terem se divertido durante a tarde, chegara finalmente o fim de um momento que Luna sabia que guardaria para sempre.
         -Erik, está tudo perfeito! Foi você que fez o jantar?
         O menino passou a mão pelo cabelo, envergonhado, e concordou.
         -Luna, pode até ser estranho o que eu vou pedir, mas é o que eu realmente quero. No dia em que discuti com você, minha alma morreu. Não consigo imaginar como fui burro o bastante para te deixar por tanto tempo. E então, quero lhe pedir...
         Os olhos da garota brilhavam. Ela sabia o que viria a seguir. E diria sim, sim, e sim! Sim, para sempre! Erik segurou suas mãos, respirou fundo e disse:
         -Quer não casar comigo?
         No começo, Luna achou que ouvira mal. Fazendo cara de “pode repetir”, ela falou:
         -Como é?
         -Sim, isso mesmo, quer não se casar comigo? Quer dizer, pra quê desperdiçar tempo num casamento, quando se pode viajar, amar, viver? Luna, eu não quero casar com você, por que terei que afirmar que me afastarei quando a morte nos separar. Mas é mentira, nunca conseguirei te deixar novamente.
         Luna pensou por um momento, e então sorriu. Lágrimas caíram de seus olhos e ela levantou-se da cadeira, indo abraçar o namorado.
         -Erik, eu não me casaria mil vezes por você! E nunca, nunca mesmo, deixarei de te amar. – os dois se beijaram e só tiveram de parar por causa do telefone de Erik, que tocava.
         - Daniel? – falou ele, e atendeu. – Alô?
         Passaram alguns segundos, até que um enorme sorriso surgiu nos lábios de Erik. Ele disse algo como “pode deixar” e desligou.
         - O que aconteceu?
         - Daniel encontrou Monica. Ele ligou, nos convidando para o casamento deles. Vai ser amanhã, e como eles ainda estão em Paris...
         Luna soltou um gritinho.
         - Eu decoro o salão!
         Então os dois saíram do barco, deixando para trás todo o passado e decidindo viver o presente. Na realidade, Luna tivera este mesmo pensamento ao descobrir que Erik era realmente o pai de Yuri. Mas ela não ficou brava, muito pelo contrário, disse que se fosse necessário, cuidaria da criança com o maior carinho.
         O casal arrumou tudo para o casamento, junto com Jullie e Thiago. Como Monica havia deixado todos os preparativos para Luna as melhores amigas, que sabia que amariam ajudar, as garotas decidiram que o casamento seria na praia, ao pôr do sol daquele mesmo dia que estava amanhecendo.
         Monica provavelmente chegaria pelas 3 horas da tarde, e Julie enviara os convites por SMS a todos os amigos mais chegados. Seria uma festa pequena, mas cheia de amor.
         Quando finalmente acabaram os preparativos, Luna e Julie estavam muito cansadas. Nenhuma das duas queria algo além de uma cama quentinha.
         -Que horas são? – perguntou Julie.
         - Quase duas e meia. – falou Luna, e pulou da cadeira em que estava sentada. - Meu Deus, precisamos ir buscar a Monica!
         As meninas entraram no carro de Erik, apesar de deixarem os meninos “se arrumando” na casa de Daniel, à espera do amigo.
         Quando chegaram ao aeroporto, avistaram Monica. Ela e Daniel estavam um ao lado do outro, sorrindo e felizes. Felizes como ninguém vira antes.
         Luna abraçou Monica e Daniel. Julie a seguiu.
         -Senti tanta falta de você, Mon! – gritou Julie.
         - Nunca mais faça isso! Daniel quase morreu! – sorriu Luna, mas logo se lembrou de algo. – Monica, vamos rápido! – a garota olhou para as mãos dos namorados, juntas em um forte aperto. - Infelizmente, vai ter que deixar Daniel ir de carro para a casa dele. Teremos o resto da tarde para ficarmos prontas.
         -Ah, claro! – disse Monica, dando um último beijo em Daniel. – Nos encontramos no altar?
         -Combinado! – disse Daniel, e logo completou – Monica, tente não sumir, ou ser seqüestrada dessa vez.
         Os dois riram e Luna puxou Monica pelo braço. O casamento aconteceria às sete da noite. Não havia muito tempo.
         As garotas entraram em um táxi.
         -Nossa, eu estou super nervosa! – disse Monica. – Está tudo pronto mesmo?
         -Não se preocupe, Mon. Vai ficar tudo bem, já arrumamos tudo. – disse Julie, segurando forte a mão da amiga.
         Naquele momento, elas perceberam algo. No decorrer de quase dois anos, amadureceram mais do que na vida toda.
         E, juntas, foram em busca de felicidade. Mais um capítulo na vida das amigas.
        By Babi


39° Capítulo da Segunda Temporada
                Narrado por Monica…
                Cabelo, maquiagem, vestido de noiva. Fiquei tão feliz em saber que Julie e Luna haviam encontrado o vestido que eu sempre sonhei. Ele era perfeito, elas eram perfeitas. Até chegar em casa e encontrar minha mãe, fiquei muito nervosa. Porém, nos braços de quem me deu a vida, tudo parecia tão simples.
                -É bom que esse rapaz seja adequado a você – disse meu pai, fingindo ciúmes. Ele estava adorando aquele casamento. Mesmo que eu tivesse apenas 17 anos.
                -Ele é adequado – disse minha tia, que chegara da França um dia antes, com o propósito de esperar minha volta, ajudando-me.
                -O papo está bom, mas temos que arrumar a noivinha para o casamento. Ou queremos que o Daniel fique esperando no altar? – disse Julie me puxando pelo braço. Entramos em meu quarto e começamos a me despir. Sim, elas ajudaram. Meu pai ficou em seu quarto, obviamente, se arrumando.
                Perto das cinco horas, já estava pronta. Olhando no espelho, percebi que naquele momento eu realmente estava à altura do apelido de “princesa”.
                -Você está maravilhosa – disse Luna se colocando ao meu lado, já vestida para o evento. Sim, aquele casamento podia ser chamado de evento, apesar de ser para pequenas pessoas.
                -Perfeita – elogiou minha mãe. Lágrimas tentaram escapar de meus olhos, mas as impedi. Aquele era meu dia, para expressar alegria havia os sorrisos.
                Meia-hora depois, minhas amigas partiram no carro da minha tia, enquanto eu fui acompanhada de meus pais. Eles sentaram nos bancos da frente, deixando-me atrás como quando eu era uma criança. Agora, ambos estavam me levando para o meu casamento.
                Não houve conversa. Estávamos emocionados demais para palavras. Chegando à praia, minha mãe saiu do carro e meu pai ficou do lado de fora, esperando minha preparação. Porém, uma batida na janela me chamou a atenção. Ai, Deus! Era o pai de Daniel.
                -Posso incomodá-la um pouquinho? – concordei tímida e esperei que ele entrasse. Havia algo em seu jeito que me lembrava automaticamente meu noivo. Alguma coisa “espiritual”, não genética.
                -Aconteceu alguma coisa, sr. Cets? – perguntei preocupada. Só o que me faltava era Daniel me abandonar no altar.
                -Não. Na verdade, vim te desejar boa sorte. Sei que meu filho mais novo vai cuidar muito bem de você. Espero que atenda todas as suas necessidades. Por isso, quero lhe contar do meu presente de casamento. Na verdade, é meu, da mãe de Daniel, e dos seus pais – ele segurou minhas mãos – Estamos lhes dando o primeiro apartamento.
                -Ai meu Deus! Um apartamento?- imaginava que no máximo o que ganharíamos era um carro, ou algo parecido.  Nunca um apartamento passou por minha cabeça.
                -Sim. Vocês estão começando uma nova fase em suas vidas. Merecem tudo de melhor – ele sorriu e me entregou uma chave com as iniciais M e D – Isso foi ideia de Daniel.
                Dei um lindo sorriso e o meu futuro sogro saiu do carro. Porém, outra pessoa entrou. Meu coração pulou. Era David. Vestido com uma blusa vermelha e uma calça bege, ele parecia mais velho. Mais maduro. Seus pés apenas revelavam que estivera na areia. No meu casamento.
                Tentei abrir minha boca para falar, mas David a fechou.
                -Só deixe que eu fale por alguns segundos – parei de me mexer – Monica, eu sei que seu noivo está te esperando naquele altar. Que o pai dele acabou de te dar um apartamento. Mas preciso que você pense um pouco na vida que eu poderia te dar. Pense nos dias felizes que passaríamos juntos, no carinho que te ofereceria. Eu te amo. Não posso saber se é mais ou menos do que aquele cara. Mas te amo. De qualquer jeito. Desista de tudo. Fique comigo. Por favor – lágrimas caíam de seus olhos. Porém, dessa vez, não chorei. Eu amava Daniel. Naqueles três meses, isolada, percebi que apenas ele possuía meu coração. Ele não estava sendo convencido ao dizer o que todos já sabiam.
                -Desculpe-me, mas eu não te amo desse jeito – abri a porta do carro e saí. Meu pai veio me auxiliar. O véu, apesar de não ser tão longo, ainda precisava de apoio. As damas logo apareceram. Julie era madrinha, então apenas Luna e Hevangeline vieram ao meu encontro. Pensei em como Daniel estaria lindo ao lado de seu irmão, no altar.
                Sorri. Pela primeira vez em tempos, não havia nenhuma tristeza em meu coração. Sabia que faltavam Anne, Bella e Vinicius naquela cerimônia, mas eu tinha que superar. Passar por aquela dor de cabeça erguida. Tudo acabaria.
                A música começou a tocar. Meu pai se virou para mim e sussurrou “É a hora, princesa”, coloquei meu braço entrelaçado ao seu, liberando a entrada de Heva e Luna. Entrei logo depois. Encontrei o olhar de Daniel e todas as vezes que vi aqueles olhos claros brilharam em minha mente.
                Ele era meu príncipe. Desde que eu pude perceber seu valor, meu coração nunca mais pertencera a ninguém. Não importava quantos anos passassem. Aquele seu sorriso sempre seria meu favorito.
                Tive vontade de correr até ele, mas não podia. Regras da cerimônia. Cheguei ao altar, meu pai entregou minha mão a de Daniel. Todos os olhos se concentravam em nós dois.
                -Cuide bem dela – disse meu pai.
                -Sempre – respondeu Daniel. Fiquei vermelha e ele completou – Bochechas vermelhas como de costume.
                Dei uma risadinha, ficando ainda mais vermelha. O padre, parente de Heva e o único que aceitou fazer a cerimônia fora da igreja, começou a dizer as palavras sagradas. Porém, na hora dos votos, ele se calou, deixando que a voz de Daniel ecoasse:
                -Monica Alena, eu, Daniel Cets, aceito ser seu marido. Não apenas para hoje, ou para os próximos anos, como tantos outros casais, mas para sempre. Não quero que a morte nos separe, pois prefiro morrer com você. Eu te amo e te amarei até mesmo se algum dia minha memória falhar. Quero me formar no Ensino Médio, na Faculdade, com você. Quero ter meus filhos, meus bisnetos, meus tataranetos, com você, pois minha vida sem sua presença, seu amor, seu carinho, não seria nada. Seria a completa inutilidade que fora até o dia em que te vi. Espero que você perdoe minhas idiotices, meu jeito convencido, minha timidez e minha falta de jeito em coisas artísticas – ele sorriu, colocou a aliança em meu dedo e se calou, obrigando minha improvisação.
                -Daniel Cets, eu, Monica Alena, aceito ser sua esposa. Quero estar ao seu lado quando você acordar, permanecer acordado e quando dormir. Quero ser a mãe de seus filhos, a avó de seus netos, a bisavó de seus bisnetos. Desejo ver a luz do sol refletida em seus olhos, mudando-os de cor, ter suas mãos sempre segurando as minhas. Quero seu carinho, como sempre lhe darei o meu. Quero seu amor, como sempre retribuirei. Peço que perdoa meu jeito convencido, minha voz desafinada, minha timidez e minha facilidade em ficar corada. Além do mais, peço que esqueça a quantidade de vezes que errei, que deixei a dúvida ficar entre nós dois – sorri, ao terminar meus votos e enfim colocar a aliança no dedo de meu marido. Meu marido.
                -Com o poder de Deus concedido a mim, os declaro marido e mulher – terminou o padre sorrindo – Pode beijar a noiva.
                Daniel se aproximou e deu o beijo mais perfeito. Não era um selinho e nem algo escandaloso, era a combinação perfeita. Foi difícil ter que me afastar. Todos se levantaram. Nos viramos. Todos estavam ali, prestigiando nosso amor, até mesmo David.
                -É, até que compensou eu ter sido tímido e embaraçado no inicio, não é? – disse rindo, Daniel. Ele segurou minha mão e todos os convidados retiraram suas cadeiras, transformando o local em uma pista de dança.
                -Está preparado? – perguntei olhando em seus olhos – Quero saber se você dança bem realmente -Meu marido me puxou pela cintura e giramos por toda a extensão da pista. Não me importei quanto ao meu cabelo, minha maquiagem, apenas aproveitei aquele momento. Só Daniel conseguia que eu esquecesse tudo. E fiquei feliz em perceber que fazia o mesmo com ele.
                Os convidados começaram a dançar também. Rapidamente a noite tomou conta do lugar e as lindas luzes foram acesas. Uma “estrela cadente” passou pelo céu. Daniel me beijou.
                -O que você desejou? – perguntei sorrindo.
                -Que estivéssemos juntos para sempre – nos beijamos de novo. Seu desejo seria realizado e sabíamos disso. Nos afastamos do tumulto, era a hora de nossa lua-de-mel. Nossa primeira vez.
                Caminhamos pela areia na penumbra e chegamos ao hotel. Daniel pediu, envergonhado, a chave ao recepcionista. Ele nos deu, desejando felicidades. Chegamos ao nosso quarto. Fui envolvida com o carinho e amor de meu marido. Basta dizer que mesmo três meses depois, sentada em nossa formatura no Ensino Médio, tudo parecia claro.
                A luz parecia ainda entrar em nossa janela. Seus olhos me observando ao acordar ainda pareciam tão acesos. Meu sorriso ainda parecia o mesmo. Talvez fosse porque nosso sentimento e nossa felicidade ainda eram os mesmos, ou até maiores.
                -Acho que temos a honra de finalmente dizer que nos formamos no Ensino Médio, querida – disse Daniel, sorrindo. Olhei para David e Heva, Julie e Thiago, Cabe e Wandy, Luna e Erik, Gabriel e sua namorada. Eles continuavam ao nosso lado. E sempre estariam. Beijei meu marido e respondi:
                -Finalmente – respondi rindo.
                                Escrito por StarGirlie.


40° Capítulo da Segunda Temporada



Capítulo narrado por Luna...
            A formatura havia sido linda, eu devo concordar. Ainda mais por ver a alegria nos rostos de cada um.
            Eu e Erik, Monica e Daniel, Julie e Thiago, Cabe e Wandy, Gabriel e Becky, David e Heva. Sim, vocês não leram errado. David e Heva.
            Apesar de David ainda se balançar um pouco por Monica, o garoto havia se tocado que a amiga já tinha “dono”, e que ele precisava continuar a viver. Todos nós demos o maior apoio, pois sabíamos muito bem o quanto é difícil amar alguém que não te ama.
            Então, começamos a marcar encontros com mulheres para ele e, também querendo ajudar Hevangeline, marcamos encontros para ela com amigos nossos. No momento, não percebemos, mas depois de um tempo, decidimos marcar um jantar para que os dois se conhecessem melhor. E deu no que deu.
            Bom, mas voltando ao assunto “formatura”...
            No final da entrega de diplomas, todos nos sentimos orgulhosos. Seria vida nova daqui para frente. Eu seguiria publicidade, Julie iria para medicina, a de Thiago seria de turismo, Monica, moda, Daniel faria engenharia... iríamos nos separar.
             A festa depois do evento foi muito boa. Dançamos demais, todos, e nos divertimos a beça.
            Mas o destino é trágico. Ele não gosta de diversão.
            Quando estávamos saindo do local, houve um tiroteio ali perto. Não entendemos direito o que estava acontecendo na hora, mas logo depois de ouvir os disparos, também escutamos um grito. Cabe.
            O garoto gritara, e todos nós olhamos para ele. Em seus braços, Wandy jazia morta. Uma bala perfurara seu peito.
            Cabe a colocou no chão. Nenhum de nós sabia o que fazer, então todos fomos consolá-lo.
            Chamei uma ambulância, apesar de já estar muito visível que não haveria salvação. Pobre Cabe, primeiro Anne, mesmo que ele tivesse sido o culpado dessa última, e agora Wandy.
            Erik também chorou muito. Claro, eu entedia perfeitamente que a moça era mãe do filho dele.
            No momento em que pensei nisso, uma ficha me caiu. A mãe do filho dele.
            Fomos para casa, logo depois de acertarmos tudo para que Wandy tivesse um velório decente, e já era de manhã. Precisava aliviar toda aquela tensão.
            Entrei no chuveiro, tentando tirar de mim todas as lembranças ruins da noite. E eu que pensara que as mortes haviam acabado junto com Spencer... Lágrimas rolavam de meus olhos, à medida que os pensamentos vinham.
            Erik entrou no banheiro e encostou-se na parede. Ele estava nervoso, e demorou alguns minutos para começar a falar.
            -Luna, acabaram de me ligar. – Erik abaixou a cabeça. – Eu tenho que te perguntar uma coisa...
            Eu sabia o que ele iria perguntar, mas deixei que ele falasse. Queria saber se ele realmente me pediria aquilo que imaginava.
            -Olha, temos sido muito felizes... só nós dois. Mas agora, vou precisar ir embora. Não podemos continuar juntos, porque não quero estragar sua vida. Luna, você é jovem e bonita. Ainda vai encontrar alguém que te ame mais do que eu.
            Levantei os olhos, ainda úmidos de lágrimas, e sai de baixo do chuveiro. Estiquei os braços e o abracei, mesmo molhada.
            -Erik, lembra quando você me contou sobre Yuri? – eu disse, e ele assentiu. – O que foi que eu disse? Eu disse que se fosse necessário, ele viveria conosco. E eu tentaria ser como uma mãe para ele. – suspirei e me afastei o bastante para olhar nos seus olhos. – Por favor, não me prive desta alegria. Eu quero ser a mãe dele. E nunca, nunca mesmo, conseguiria ser feliz sem você ao meu lado.
            Erik deixou escapar uma lágrima. Mas não uma lágrima qualquer, uma lágrima de amor profundo. E, em nenhum outro momento da vida, soube que ele me amava como soube naquela hora. E eu o amava igual, com a mesma intensidade. Para sempre.
            -Luna, não sei nem o que falar...
            - Apenas me deixe ser a mãe do seu filho.
            O garoto assentiu, e soube que tudo ia ficar bem.
            Arrumei-me, e juntos fomos para a casa da avó de Yuri, onde o garoto passara a noite em que sua mãe havia se formado, a mesma noite em que ela morrera.
            Ao tocar a campainha, Erik percebeu que eu estava nervosa.
            -Não fica assim. A avó dele me odeia, então qualquer coisa que fizer vai deixá-la brava.
            Ri de um jeito bobo, do jeito que somente Erik poderia provocar.
            A porta se abriu, e uma senhora de idade estava parada atrás dela.
            -Olá, Erik. – disse ela, ríspida.
            -Hum. – ele apenas disse.
            -E acho que essa aí deve ser a nova namoradinha.
            Eu fingi não ter ouvido e sorri.
            -Olá, dona Morgana. Meu nome é Luna.
            Estendi o rosto, obrigando-a a me beijar na bochecha.
            -Sinto muito pela sua filha. Prometo ajudar Erik no que puder, eu sei como deve estar sendo difícil para você. – olhei para baixo. – Já perdi um pai e uma mãe. Para mim, não está sendo nada fácil, e imagino que a dor seja praticamente a mesma.
            -Ah, obrigada querida. – disse a senhora, fazendo Erik me encarar de um jeito estranho. Parecia que eu havia cativado a mulher. – Tenho certeza que sim. Você parece ser uma boa garota... sim, uma boa garota. –ela segurou em minhas mãos, e eu sorri novamente. – Tenho certeza de que cuidará bem do pequeno Yuri.
            Balancei a cabeça afirmativamente. Estranho, acho que o problema era com Erik, pois a senhora me pareceu muito gentil.
            Entramos na casa e logo vi Yuri, que faria dois anos em breve, sentado no chão, brincado com uns carrinhos. Tão inocente.
            Ao ver o pai, o garoto soltou um gritinho de animação.
            -Papai!
            Corremos para o lado do menino, que me olhou e disse:
            -Bincá? Bincá com eu?
            -Ah, - falei, confusa. – Claro, vamos brincar.
            Sentei no chão, ao lado dele, e fiquei brincando. O menino era maravilhoso. Inteligente, carinhoso, tinha os olhos castanhos do pai e era loiro como a mãe. Lindo.
            Erik sentou-se ao nosso lado e me abraçou forte. Beijamos-nos e deixei escapar um enorme sorriso. Apesar de toda a tristeza, ter a pessoa que eu mais amava na face da terra ao meu lado me deixava feliz. Muito feliz.
            Levantamos logo em seguida.
            -Vocês vão bora? – disse Yuri, com os olhinhos cheios de lágrimas.
            -Você quer isso? – disse.
            Ele balançou a cabecinha, negativamente.
            - Quer ir comigo e com o papai?
            O menino teve seu rosto iluminado. Levantou, e esticando os bracinhos, disse:
            -Sim, quelu, sim!
            Dona Morgana sorriu.
            -Viu, ele gosta de você.
            Também sorri e deixei cair uma lágrima. Seríamos uma família muito unida.
            Demos tchau para a avó de Yuri e fomos para casa.
            Ao chegarmos, o garoto já havia adormecido em meu colo. Erik tomou-o em seus braços e o colocou no sofá.
            Fiquei por alguns momentos olhando para ele, até que fui preparar uma mamadeira.
            Ao voltar, percebi que Erik acariciava os cabelinhos lisos da criança. Por minutos, apenas observei a cena, emocionada. Ele seria um pai muito bom.
            Aproximei-me e coloquei o bico da mamadeira na pequena boquinha de Yuri, que logo começou a beber o leite.
            -Luna? – disse Erik, virando o rosto para mim.
            - O que? – respondi, olhando o pequenino.
            -Será uma ótima mãe.
            Sorri agradecida. Eu estava feliz, sim, estava imensamente feliz.
            Sempre quisera ser mãe. Sempre. Mas não sei, acho que não fora antes pois Deus não quis. Agora, tinha o pequeno Yuri, filho do meu Erik, para cuidar. Ele seria meu filho.
Meu filho.
 By Babi


41° Capítulo da Segunda Temporada
         Antes que comecem a ler o capítulo, gostaria de dizer algumas coisas. Primeiro, preciso agradecer, juntamente a Babi, pelo carinho, apoio e atenção que vocês nos deram durante esses três meses de novela, que, apesar de uma pausa de um mês, passaram voando.
         Segundo,necessito lhes contar como foi difícil escrever Fofoqueira Fina. No início da novela, a base era o triângulo amoroso Monica-Daniel-Luna, porém, poucos capítulos depois começaram os assassinatos em série e não voltamos mais para aqueles romances bobos do início. Para vocês terem uma noção da confusão que era, nenhuma de nós sabia quem era Fofoqueira Fina até o episódio 31 da 2ª temporada, quando decidimos, juntas, que a melhor opção era Anne.
         Terceiro sei que devo estar parecendo uma chata falando tanto, mas estou emocionada, devo dizer que tanto eu quanto Babi fomos evoluindo conforme a novela prosseguia. Deixamos para trás aquele medo da opinião dos outros ou quase isso e começamos a viver. Em parte, Monica e Luna foram responsáveis.
         Por último, com lágrimas quase caindo de meus olhos, peço a todos vocês que leiam este desfecho da novela, lembrando de cada episódio, percebendo o quanto esse “mundo” se alterou. Monica, a patricinha rica, preferiu se sacrificar a deixar que outros morressem e quase salvou a vida de Spencer. Luna, a tímida e quieta, escolheu “não se casar” com Erik e cuidar de Yuri. Como elas evoluíram em apenas um ano e meio, não é mesmo?        
         Chega de papo, é hora do último capítulo! E antes que eu esqueça, praticamente cada cena deste episódio possui uma trilha sonora diferente, sendo assim ainda mais imenso do que o normal, então não estranhem.
                Seis anos depois... (Narrado por Monica)              

                Aquela era a festa de 24 anos de Daniel. Ele não queria um grande evento, mas eu nunca deixaria que seu aniversário passasse em branco. Mesmo que para isso nossa filha tivesse que ficar afastada durante um período de tempo. Você não leu errado, eu e Daniel realmente tivemos uma filha. Entre o aniversário de meu marido e o meu, a pequena Olívia faria dois anos de idade.
                Estava dançando junto a Julie, quando me senti enjoada. Meu corpo quase cedeu. Minha amiga me segurou para que não caísse no chão, me levando para uma das mesas. Daniel surgiu rapidamente.
                -O que houve, amor? – ele se ajoelhou na minha frente e examinou meu rosto. Minhas bochechas arderam. Como eu podia ainda ficar vermelha depois de seis anos? Porém, desta vez, Daniel não caçoou do meu rosto corado, apenas esperou minha resposta.
                -Eu fiquei enjoada, com uma tontura horrível. Parecia que eu ia desmaiar – minhas mãos seguraram a de meu marido. Eu morria de medo de ficar doente. Desde que tivera Olívia, decidira me cuidar o máximo possível, pois não suportava a ideia de partir como Wandy.
                -Monica, você não considera a ideia de estar grávida de novo? – Julie perguntou me olhando. Era claro que eu considerava, eu e Daniel não éramos as pessoas mais precavidas do mundo depois do nascimento de Olívia. Queríamos que ela tivesse irmãos.
                -Isso quer dizer que eu vou ser pai de novo? – Daniel levantou meu queixo, abrindo um sorriso ainda maior do que quando soube da gravidez de Olívia. Parecia que havia sido ontem.
                Eu estava na sala de aula no meu último ano de faculdade, quando Daniel entrou que nem um louco. Carregava um pedaço de papel na mão e, me puxando da cadeira onde estava sentada, me mostrou o que era. O teste de gravidez. Que dera positivo. Comecei a gritar de felicidade e quase fomos expulsos da sala, mas, felizmente, a professora estava grávida e compreendeu nossa felicidade.
                Naquele momento, pensando sobre a possibilidade de estar grávida novamente, percebi como os pontos se ligavam. As roupas ficando mais apertadas. Minha fome tão desproporcional. Meus tropeços.
                -Talvez – respondi, sorrindo. Daniel me segurou em seus braços e gritou:
                -Para a música! Agora! – o DJ silenciou o som e todos se viraram – Eu vou ser pai de novo!
                Ali em cima da pista de dança, tudo parecia claro. Erik e Luna estavam juntos. Ela também estava grávida. De uma menina. A irmãzinha mais nova de Yuri, agora com sete anos.
                Os atuais noivos, Julie e Thiago, permaneciam abraçados. Os dois viajavam muito e não queriam ter filhos tão cedo. Era a hora de aproveitar a vida, como dizia Thiago. Além do mais, Julie tinha certo trauma depois de ter abortado Fernanda.
                David e Hevangeline estavam num namoro ioiô. O motivo? Acredito que porque ambos não se amavam tanto quanto parecia. Mas, tenho que assumir, eles eram lindos juntos.
                Gabriel e Becky ainda estavam juntos. Depois da morte de Wandy, todos começaram a se unir ainda mais com quem amavam, pois sabiam que tudo poderia acabar tão rapidamente quanto começou.
                Cabe estava namorando Elen, uma jovem de 25 anos, que trabalhava em seu escritório de Advocacia. Ele não havia superado totalmente a morte de Wandy, apesar de todos aqueles anos. Juntos, planejavam uma vida, cuidando do pequeno Yuri. Com apenas um tiro, tudo partira. Mas era hora de seguir em frente, como todos os outros.
                As luzes foram acesas. Meus pais, minha tia, meus sogros, Olívia e Yuri apareceram no cômodo. Luna correu para abraçar seu filho. Enquanto, Daniel me levou ao encontro de nossa filha.
                -Eu vou ser avô, novamente? – perguntou meu pai.
                -Vai, sr. Alena. Parece que eles não mentiram quando disseram que seriam pais de filhos nos votos. No plural, para ninguém duvidar – respondeu brincando Luna, enquanto Yuri mexia no cabelinho de Olívia. Ela, como ele, tinha cabelos loiro-claríssimos e olhos verdes, uma mistura do meu gene com o do pai dela.
                -Mais um priminho, não é mesmo, Yuri? – disse Erik.
                -Aham – respondeu o menininho. Éramos uma família. Finalmente, tudo estava se ajeitando.
                Seis meses depois… (Narrado por Julie)
                (Continua a mesma música)
                New York. Tudo era tão perfeito ali, tão acolhedor. Ainda mais ao lado de Thiago, a quem eu podia chamar agora de meu marido. Agora, com 25 anos, todos os problemas em que passei pela adolescência pareciam um passado tão distante.
                Fernanda, Cabe, Spencer, Jane, Natalie, Anne… Todos haviam falecido, com exceção de meu ex-namorado. Claro que minha filha não era um problema, mas com Spencer em nossas vidas, ela seria uma vítima. E eu não queria dar essa maldição a ninguém.
                -Querida, nós temos que ir – sussurrou Thiago. Tínhamos que voltar ao Brasil, no dia seguinte a filha de Luna nasceria e queríamos estar lá para presenciar. Porém, os padrinhos seriam Monica e Daniel, já que havíamos sido os do deles.
                Respirei aquele ar mais uma vez e dei adeus. Eu tinha uma vida no Brasil, mesmo que aqueles seis meses nos Estados Unidos tivessem sido magníficos. Era a hora de voltar.
                Mesmo momento no Brasil… (Narrado por Cabe)
                Nem podia acreditar no que estava fazendo. Desde que Wandy falecera há seis anos, eu me esforçara ao máximo para não voltar àquele cemitério. Ela não gostaria de me ver sofrer. Mas agora, com a segunda gravidez de Monica, simplesmente não podia aguentar.
                Eu ainda a amava, tanto quanto a amei quando tínhamos treze anos, mas agora ela estava casada e prestes a ter seu segundo filho com Daniel. Era doloroso demais saber que eu havia a perdido por falta de atitude. Se eu tivesse atrapalhado aquele casamento, jogado tudo para o alto, e dito tudo que eu sentia, talvez naquele momento, ela estivesse em meus braços.
                Mas eu fui fraco. Deixei que ela partisse. Permiti que David e Daniel brigassem entre si para decidir quem ficaria com a minha amada. O popular havia ganhado. Ele conquistara seu coração.
                Coloquei as rosas brancas sobre o túmulo de Wandy e me sentei ao lado da lápide. Lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Ela era a única que me tirava do amor de Monica. Elen não estava nem perto de conseguir isso.
                Deitei-me na grama e continuei a chorar. Não era do meu feitio chorar, mas a tristeza era grande demais.
                -Por que isso tinha que acontecer?  Todas as pessoas que eu amo não podem ficar comigo – as palavras saíram entre soluços. Até que ouvi uma voz em minhas costas:
                -Porque não era o momento certo, Cabe – me virei. Era Wandy. Seu cabelo loiro estava mais pálido que o normal. Seus olhos, vermelhos. Sua boca, ressecada. Ela não estava viva, isso era quase tão certo quanto o fato de que estava sonhando.
                -Wandy? Como você chegou aqui?
                -Querido, você sabe que eu nunca parti. Meu Yuri está na Terra, eu tenho que protegê-lo. Só partirei quando ele completar 18 anos – minha ex-namorada deu seu sorrisinho mais meigo.
                -E enquanto isso vai se martirizar? Veja seu estado! – exclamei, chocado.
                -Eu estou bem. Você me vê assim, porque está mal. Para Yuri, sou uma fada. Cabe, o problema é você. Entenda. Monica está com Daniel. Eles são os pais de Olívia! Ela está esperando um menino. Você tem noção de quão sério é isso? – Wandy estava me dando uma lição de moral, como de costume.
                -Sim, mas eu a amo! – retruquei.
                -David também a ama, mas respeitou sua decisão e ficou com Heva. Você não acha que devia seguir o exemplo dele?
                -Não. Eu a amo e prefiro morrer a escolher outra – percebi que aquilo até mesmo incluía Wandy.
                -Eu não posso deixar isso – a “fantasma” se aproximou de mim e tocou meu rosto.  Seus dedos roçaram minha cabeça, quase que puxando alguma coisa. Minha força de vontade.
                -Não! Não – joguei-a para longe e me levantei – Você não é Wandy, ela nunca faria isso.
                -Desculpe-me, mas sim. Eu faria isso – ela se jogou contra mim. Caí. Meus olhos se abriram. Havia acordado.
                O telefone tocava. Monica. Ai, não. Por que ela estaria me ligando? Normalmente, só nos falávamos pessoalmente. Talvez sua mente conhecesse meu amor. Ou não.
                -O que houve, Monica?
                -Cabe – ela chorava – Eu… acabei de abortar meu filho…
                Nos próximos dez minutos, eu estava dirigindo meu carro na maior velocidade possível, tentando chegar à casa de minha amada o quanto antes. Quando toquei a campainha, percebi que a porta estava aberta e entrei.
                Encontrei uma Monica no chão, com as mãos em sua barriga, sangue por todo o chão. Joguei-me em sua frente e a abracei, com delicadeza. Quando Julie passara por isso, eu não estivera com ela. Porém, agora é a hora de me redimir. E cuidar da pessoa que você ama não é uma grande dificuldade.
                Horas mais tarde… (Narrado por Daniel)
           

                Eu estava parado em frente ao prédio em que trabalhava, dentro do carro. Minha cabeça encostava-se no banco. As lágrimas caíam de meus olhos. Cabe havia me ligado para avisar da morte de meu filho e do sofrimento de Monica. Mas o que mais me machucou foi o fato de que ela não queria me ver.
                -Ele não pode vir aqui – soluçou Monica para Cabe, enquanto ele estava no telefone, o que me fez ouvir consequentemente.
                Naquele momento, de dor em dose tripla, meu coração parecia prestes a explodir. Desde que me casara com Monica, ela nunca mais me quisera longe dela. Com exceção, de um dia. Um fatídico dia em que me comportei como um canalha.
                Um ano depois de termos nos casado, ela estava no shopping com Julie, Luna e Hevangeline, quando encontrei uma antiga amiga. Essa garota me abraçou e eu retribuí, mesmo sabendo que Monica estava vendo. Foi, então, que eu a vi prestes a chorar e não fiz nada. Continuei ao lado da conhecida e deixei minha esposa ir embora extremamente magoada.
                Tenho certeza que ela ainda se lembra disso. Fui inconseqüente. Não pensei nos meus atos e agora estou colhendo as consequências. Monica não me queria por perto. Não mais.             
                -Daniel? – ouvi uma voz abafada vindo do lado de fora do carro. Pertencia a Julie. Olhá-la me lembrava que fora ela quem me unira a Monica. Sequei as lágrimas e abri a porta. Minha amiga entrou.
                -Eu soube sobre seu filho. Sinto muito – disse Julie.  Percebi que havia algo nela que havia mudado.
                -O que houve, Julie? Você está diferente – não era bom em perceber pequenos detalhes, mas aquela mudança parecia “cobrir” o rosto de minha amiga.
                -É Monica. Daniel, eu não esqueci o que aconteceu aquele dia. E ela também não. Você foi um completo idiota. E, agora, depois de abortar, Mon está em estado de choque. As lembranças estão tomando conta da mente dela. Ela nem te quer por perto – Julie estava sendo objetiva. O que só me machucava ainda mais.
                -Eu sei.
                -Então por que você não muda isso? Daniel! Ela te ama! SEMPRE te amou! Por que você não luta por ela? A cada minuto, Monica está esvaindo das suas mãos! Por acaso, você está com algum problema para perceber isso? Quer ser que nem o Cabe? Ele a perdeu por falta de atitude e você está indo para o MESMO caminho! – Julie gritava cada palavra, desesperada para chamar minha atenção. Mas eu sabia tudo que ela estava dizendo. Sempre soube.
                Fiquei calado, como de costume. Desde que conhecera Monica, minha vida se tornara tão emocional, que eu não tinha palavras para expressar o que sentia. O meu amor por ela, meu ódio por Spencer, minha raiva de Anne… Tudo era muito maior do que parecia.
                -Faça alguma coisa, por favor – Julie tinha lágrimas nos olhos. Ela sabia o tanto que havíamos sofrido até que esse relacionamento desse certo. Era hora de eu tomar uma atitude, pra variar.
                -Eu vou fazer. Mas preciso estar sozinho.
                -Já entendi. Boa sorte – Julie saiu do carro e discou um número em seu celular. Sinalizou para que eu escutasse a ligação:
                -Cabe? – silêncio – Ah, você podia me ajudar? Eu e o Thiago acabamos de chegar de Nova Iorque e precisamos de ajuda na mudança. Ah, não pode? Por favor. Sério?Estou indo pra aí, mas ajude Thiago ok? Muito obrigada! Beijinhos.
                -Viu como eu sou a melhor Cupido do mundo? – Julie saiu caminhando pela rua, sorrindo. Ela era muito convencida quando se tratava de suas ajudas amorosas, mas tinha razão, era a melhor nisso.
                Liguei o motor do carro, com um só destino. Recuperar Monica.
                10 anos depois… (Narrado por Monica)   

                Como o tempo passava rápido. Estava encostada no carro, ao lado de Luna esperando Olívia e sua filha Caroline saírem de suas aulas. A minha descendente já estava quase completando 13 anos de idade, enquanto Carol tinha apenas 10. Porém, ambas eram tão amigas quanto as mães.
                Julie surgiu no estacionamento. Éramos as mães, então vínhamos buscar nossos filhos. Sim, ela engravidara. Tivera um menino chamado Leonardo, que agora tinha nove anos. Quase o mais novo da “turma”, você vai entender porquê depois.
                -Até que enfim você voltou, não é, Mon? Acho que a comemoração do aniversário de casamento de você e do Daniel durou um pouquinho demais – ela sorriu e se sentou ao nosso lado.
                -Graças a você. Se naquele dia há tanto tempo você não tivesse agido, hoje eu estaria separada – relembrei.
                Depois de ter abortado naturalmente, quase larguei Daniel e fui viver minha vida com Olívia, num lugar distante. Porém, ele apareceu, se desculpou por todas suas atitudes erradas e me abraçou. Cuidou de mim durante e depois da minha recuperação. O médico disse que eu poderia engravidar de novo, mas na verdade, a ideia de ter uma filha única não era tão ruim.
                Chegando em seu carro, Yuri apareceu no colégio. Ele já tinha se formado, mas adorava vir buscar sua irmã e seus primos. Na verdade, apesar de parecer errado, todos sabíamos que ele era apaixonado por Olívia. Os dois eram parecidos demais. E, além do mais, ambos não tinham nenhum parentesco sanguíneo.
                Meu celular apitou. Percebi que os traumas daquela adolescência cheia de “Fofoqueira Fina” ainda permaneciam em mim.
                “Estou chegando aí – Daniel”
                “Chegando aqui? Você vai buscar Olívia comigo? – Monica”
                “Claro. Chego aí em cinco minutos”
                Mostrei a mensagem para minhas melhores amigas e elas riram. Daniel era fofo demais. Enquanto eu devaneava sobre meu marido, ouvimos passos apressados. Levantamos a cabeça, era Hevangeline.
                -Oi, Heva! – exclamei e a abracei. Ao seu lado, estava a doce Selena de nove anos. Sim, ela engravidara de David naquela época em que eram apenas namorados. Hoje, eram casados e cuidavam de sua filha com o maior amor possível. Como Cabe e Elen, os dois se arranjaram, só ao contrário deles, não foram morar no Japão.
                 – O que essa mocinha faz aqui? – perguntei olhando para Selena.
                -Tirei ela antes do tumulto começar – confessou Hevangeline.
                -Mãe super-protetora – caçoou Daniel aparecendo atrás de mim e me abraçando. Dei um beijo em sua bochecha, enquanto Yuri saía do carro.
                O sinal bateu. Todos os alunos correram desesperados. No meio daquela multidão, consegui ver Olívia. Ela tinha o meu cabelo escuro, cortado na altura dos ombros, e os olhos do pai. Era perfeita.
                Porém, quando chegou ao estacionamento ela não viu seus pais, nem sua madrinha. Seus olhos se cruzaram com os de Yuri. Suas pupilas dilataram. Seus pés pararam. Ela sorriu. Seu “primo” retribuiu. Suas bochechas ficaram vermelhas.
                -Igualzinha a você. Situação igualzinha a como um dia fora a nossa – Daniel sussurrou em meu ouvido. Ele tinha razão. Yuri e Olívia pareciam uma versão mini de nós dois.
                -Meu filho apaixonado pela sua? Isso vai dar o que falar – confirmou Luna, rindo. Neste instante, um papel pousou em minha mão. Havia um bilhete. Escrito em letra cursiva.
                Saiba que estarei sempre aqui para te proteger.
        Eu conhecia aquela letra. Era a letra de Anne.
                                Escrito por StarGirlie.